Em uma competição que prega a união de todos os povos, raças e religião, a escolha da FIFA em sediar a 22ª edição da Copa do Mundo em um país onde ser LGBTQIAP+ é crime, vai contra mão ao que o evento tanto enfatiza: a união dos povos.
O Catar tem políticas rigorosas para pessoas LGBTs, demonstrações de carinhos de pessoas do mesmo sexo estão proibidas, nem bandeira com as cores do arco-íris, principal símbolo da classe LGBT vão ser permitidas, para o Nasser Al Khater, organizador do torneio, disse que todos os homossexuais são bem-vindos e que a única restrição é de demonstrações públicas de afeto.
Jogadores como lateral-esquerdo australiano Josh Cavallo, do Adelaide United, um dos poucos a assumir abertamente que é gay diz que “sentiria medo” de jogar a Copa do Mundo de 2022, no Catar.
Em 2019, um compilado com “índice de perigo” classificou o Catar como o segundo lugar mais perigoso para viajar para pessoas homossexuais. O país tem leis com penas que variam de um ano a uma década de prisão.
Casamentos e uniões civis de pessoas do mesmo sexo não são reconhecidas pelo governo, fazer campanhas em favor de direitos LGBTQI+ no país é contra a lei. Reportagem que tratam temas LGBT foram indisponibilizadas no país.
O Conselho de Direitos da Fifa solicitou que a entidade pressione as autoridades do Qatar para que sejam dadas garantias de que a comunidade LGBT não sofrerá ameaças e nem censura durante a realização da Copa.
Não é de agora que as escolhas da Fifa são questionadas, será que o dinheiro é mais importante que faz a própria entidade se contradizer quando se fala em um evento que une as nações? Parece que sim, não bastou a repercussão negativa em 2018 na Rússia, agora a pressão é maior e os riscos também.
No Catar, ser quem você é, pode te levar direto para a prisão. O que adianta fazer um evento grandioso se o respeito ao próximo não é respeitado? Só temos uma certeza, a Fifa terá nas mãos uma faca de dois gumes, só depende dela resolver da melhor maneira possível essa situação.
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