A ala das baianas desfila com fantasias que homenageiam as mães de santo. (Foto: Reprodução/ Olga Beltrão)Vindo da Europa e com ligação ao cristianismo, o carnaval é uma festa popular marcada pelas vestimentas, músicas, na ideia da ‘despedida da carne’ trazido para o controle das felicitações da população, a qual era considerado um exagero e ato pecaminoso diante da igreja católica. Celebrado assim, como forma de anteceder a Quaresma – 40 dias antes da semana santa, caracterizado pela contrição, pelo jejum e atos mundanos.
A prática do entrudo era considerada ofensiva e violenta, por causa dos ataques às pessoas com os materiais, mesmo sendo bastante popular.
(Foto: Reprodução/Escola educação)
O Rio de Janeiro era a capital do país quando as festividades surgiram e o entrudo, festa de origem portuguesa, foi marcado pelos escravos saindo às ruas no carnaval, com rostos pintados, jogando farinha e bolinhas de cheiro nas pessoas. Porém, a celebração tornou-se elitizada com bailes que reprimiam o entrudo, tendo seu estilo burguês saindo em desfile nas ruas, com músicas como a criação das marchinhas de carnaval.
O Brasil tendo a maior população de origem africana fora da África, não poderia deixar de presenciar e receber seus toques.
(Foto: Reprodução/ Mundo educação)
Por terem suas manifestações e origens marginalizadas diante de uma sociedade de influência europeia e burguesa, os escravos mantinham encontros para celebrarem suas tradições e haver um momento de confraternização, contendo um formato de roda com batuques, canto, danças e rituais. Esse encontro era chamado de samba, criado no Brasil, mas especificamente na Bahia, pela mistura de batuques africanos com ritmos europeus, como valsa, polca, mazurca, entre outros.
Samba é um gênero musical e uma dança brasileira que mais representam a cultura popular do Brasil.
(Foto: Reprodução/Medium)
Com a abolição, os escravos migraram para a capital em busca de trabalho, mas mantinham suas reuniões, mesmo sendo atos criminalizados, encontraram apoio nas casas de matriarcas afrodescendentes, que em geral eram lugares de terreiros de candomblé, tornando o Rio um lugar de predominância de um novo ritmo.
Esse ritmo, carrega batuque e compassos de referência aos ancestrais africanos, tornou-se o som das classes populares, que logo depois fez parte dos salões de elite, ficando associado ao carnaval, sobretudo carioca, que posteriormente deu início às tradicionais escolas de samba do desfile de carnaval.
O Carnaval traz a importância de preservação das tradições culturais dos diferentes grupos.
(Foto: Reprodução/CN1Brasil)
Assim como os desfiles das escolas de samba, outras exibições da comemoração do carnaval brasileiro trazem as raízes negras em suas origens, como maracatu e frevo, predominantes no nordeste do país. O maracatu carrega em sua dança a mistura da cultura indígena, portuguesa e africana, tendo um colorido no figurino, traz em suas coreografias a presença da religiosidade afro. Já o frevo, nascido no pós-abolicionismo, um ritmo acelerado e elementos incorporados da capoeira.
Um traço característico do Maracatu é a espiritualidade, tendo presença sua ligação com as religiões de matriz africana.
(Foto: Reprodução/Pinterest)
A África deixou traços das suas raízes em diversos pontos da nossa cultura nacional, nossas músicas, danças, rituais e costumes tem ligação ao povo negro escravizado no Brasil. A exclusão desse povo é refletida até hoje, e suas marcas históricas são marginalizadas pela maior parte da sociedade, que fizeram questão de esquecer que nossa história é baseada em um povo trazido de forma brutal para nossa terra e criou os frutos que hoje podemos deleitar.
