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10/10/2022 às 10h43min - Atualizada em 10/10/2022 às 10h32min

Resenha | Elvis: Filme retrata a carreira do cantor e o relacionamento conturbado com o empresário

A história do rei rock é abordada através de um novo ponto de vista ainda desconhecido para a maioria do público.

Giuliane Fagundes - Revisado por Flavia Sousa
Elvis é interpretado pelo ator Austin Butler. (Foto: Reprodução/Warner Bros Entertainment Inc.)

O filme ‘Elvis’, lançado em julho nos cinemas brasileiros, chegou em setembro na plataforma de streaming HBO Max. Dirigido por Baz Luhrmann, a obra mostra a jornada de Elvis Presley até a fama e o seu declínio, trazendo uma nova perspectiva sobre a carreira do rei do rock. A história é contada através do ponto de vista de seu empresário, Coronel Tom Parker, responsável por levar Elvis ao estrelato, mas também por manter uma relação abusiva com o cantor até os seus últimos dias de vida. 

Conhecido como o ilusionista, Tom Parker (Tom Hanks) cresceu em parques de diversões, criando números e shows que encantavam o público, porém, buscando novos horizontes que lhe permitisse ganhar mais dinheiro para manter seu vício em jogos, decidiu investir na indústria musical tornando-se empresário de Hank Snow, um cantor em destaque na música country. Elvis Presley (Austin Butler), criado em um bairro carente em Memphis, viveu em meio a cultura negra, o que o influenciou em suas canções, chamando a atenção do público e do coronel, que viu no garoto de roupas coloridas que cantava e requebrava no palco conquistando o público feminino, a oportunidade de ganhar mais dinheiro com um novo show que encantaria a todos.
 

Trailer oficial de 'Elvis'. (Reprodução: YouTube)


 

Com a influência do homem, Elvis realizou shows por diversas cidades nos Estados Unidos, no entanto, ele apenas se tornou um fenômeno quando assinou um contrato exclusivo com o coronel, em que o mesmo virou oficialmente seu empresário, com direito a metade de todos os lucros do cantor. O sucesso do garoto de Memphis não atraiu apenas positividade para si, mas também comentários críticos a forma como cantava e dançava como os artistas negros faziam, já que na época, a sociedade extremamente racista não aceitava nenhum tipo de arte vinda da cultura negra. Os programas iniciaram um boicote a Elvis e o governo o proibiu em dançar no palco, porém, apesar da insistência do coronel para que se comportasse no palco, o cantor o desobedeceu e foi preso, no entanto, a influência de Parker fez com que Elvis trocasse a prisão pelo alistamento no exército e deixasse a carreira para trás. 
 

Declínio e relacionamento abusivo
 

Em seu retorno, ele conhece Priscilla e apesar da polêmica diferença de idade entre os dois, o filme não aprofunda a relação amorosa, mostrando o nascimento da filha Lisa e algumas cenas conturbadas de seu casamento. Após dois anos, Elvis retoma a carreira e volta ao estrelato, desta vez, como um dos atores mais famosos de Hollywood, contracenando e cantando em diversos filmes, porém, com o passar dos anos e o surgimento de novos artistas como os Beatles, o rei do rock havia se tornado obsoleto e desinteressante para a indústria musical e tal constatação, o fez querer voltar para a música e para os palcos. 


 

Com o retorno do sucesso, Elvis desejava realizar shows pelo mundo, porém, o coronel o forçou a seguir uma direção contrária, o colocando para fazer shows em um grande hotel em Las Vegas e em turnê por cidades nos Estados Unidos. Para suportar a rotina e a pressão, o cantor recorria ao álcool e às pílulas e mesmo percebendo toda a sua exaustão, o coronel sempre lhe forçava para que continuasse a fazer os shows. Ele se afastou dos amigos e da família para viver o estrelato e passou os últimos dias de sua vida sendo forçado a realizar shows e ter um estilo de vida que já não tinha mais forças para suportar. 
 

O filme mostra como a carreira do rei do rock foi manipulada por um homem egoísta, que vivia apenas pensando em seus desejos e suas vontades, protegendo a si mesmo e sempre buscando tirar vantagem do talento do garoto de Memphis até os seus últimos dias de vida. O coronel dizia ter feito Elvis o cantor e o fenômeno que era, no entanto, ele também fora responsável pelo seu declínio e exaustão. Na vida real, Tom Parker foi processado pela família do cantor e perdeu todos os direitos e o vínculo com o patrimônio de Elvis.
 

Elvis e a juventude 
 

Apesar de ficção e realidade se misturarem, o filme não é uma obra que aprofunda os detalhes, dilemas e polêmicas que envolveram a sua vida. O foco se tornou a relação de Presley com Tom Parker, desde o início da carreira até os últimos dias de vida. Uma das missões da obra é apresentar Elvis Presley a uma geração mais jovem, que não o conheceu, buscando atualizar e manter sua imagem como rei do rock mesmo anos após sua morte e através deste filme, a missão talvez tenha sido concluída. 

Contando uma história real, sem reviravoltas, é possível que o público perca o foco em algumas cenas, principalmente as do coronel e de personagens secundários, no entanto, é difícil perder a atenção quando a tela é preenchida por Austin Butler e sua caracterização impecável. O ator é o grande destaque do filme, que soube como captar as manias e danças do astro, assim como a aparência extremamente parecida com o rei do rock. 

Através de uma perspectiva pouco conhecida pelo grande público, ‘Elvis’ fala sobre a carreira conturbada do rei do rock e uma relação abusiva, o que faz com que os telespectadores reflitam sobre ele, trazendo a discussão para as novas gerações. 

Leia mais em: Música: A arte que não sai de moda

 

 

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