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30/01/2023 às 03h07min - Atualizada em 30/01/2023 às 02h33min

Todo Dia a Mesma Noite: Nova série da netflix sobre a tragédia na Boate Kiss

Uma década após o incêndio e as famílias ainda lutam por justiça

Moeisha Bastos - Revisado por Flavia Sousa
Imagem de divulgação (Foto: Reprodução/ Netflix)
No dia 27 de janeiro de 2013, 242 pessoas morreram e 636 ficaram feridas, após um incêndio em uma boate localizada na cidade de Santa Maria, no Rio Grande do Sul. 10 anos após a tragédia que parou o Brasil, a Netflix lança Todo Dia a Mesma Noite, série ficcional baseada, no livro homônimo da jornalista Daniela Arbex, que foi lançado em 2018 que tem como objetivo mostrar a luta dos pais das vítimas que até hoje buscam por justiça em memória aos filhos. 

Confira o trailer: 
Trailer oficial de 'Todo Dia a Mesma Noite'. (Reprodução: Netflix Brasil - Youtube)
A Série explora o drama mantendo a tensão até o último episódio, prendendo a atenção dos telespectadores a todo momento. Contando de maneira ficcional o momento do acidente, as histórias dos impactados por ela, o trabalho das equipes de resgate, as consequências para os sobreviventes e a negligência dos empresários da organização da boate, a luta por justiça das famílias que perderam seus entes queridos naquela triste madrugada, a recuperação dos sobreviventes, a investigação da polícia para encontrar os suspeitos do caso e o julgamento dos envolvidos.  É agoniante ver o desespero das vítimas tentando se  salvar, e dos familiares desesperados por notícias, a  partir do episódio 3 a série foca em mostrar a busca sem fim por justiça dos familiares. 
 
A produção de Todo Dia a Mesma Noite fica por conta da Julia Rezende, na direção temos Carol Minêm e Gustavo Lipsztein, e o elenco conta com os nomes de Paulo Gorgulho, Debora Lamm e Thelmo Fernandes, Bianca Byington, Leonardo Medeiros, Raquel Karro, Bel Kowarick, Erom Cordeiro, Paola Antonini, Nicolas Vargas, Flavio Bauraqui e Laila Zaid. A minissérie conta com 5 episódios de duração média de 43 minutos cada, todos os episódios já estão disponíveis na Netflix.

 
Apesar da produção ter causado um grande impacto emocional nos telespectadores, e se mantido em primeiro lugar no Top 10 da Netflix, alguns telespectadores acham que a plataforma de streaming errou em usar a dor dos familiares e transformar em entretenimento. Após o lançamento da série, um grupo de 40 famílias se juntou para entrar com um processo contra a Netflix, contra a exploração comercial da tragédia.  Segundo a advogada contratada pelo grupo, os familiares integrantes não solicitaram nenhum tipo de indenização à plataforma de streaming. O empresário Eriton Luiz Tonetto Lopes,  pai de uma das vítimas da boate faz parte desse grupo ele relata: 
 
“Nós fomos pegos de surpresa, ninguém nos avisou, ninguém nos pediu permissão. Nós queremos saber quem está lucrando com isso. Não admitimos que ninguém ganhe dinheiro em cima da nossa dor e das mortes dos nossos filhos. Queremos entender quem autorizou, quem foi avisado, porque muitos de nós não fomos. Há pais passando mal por causa da série. O mínimo que exigimos agora é que uma parte do lucro seja repassada para tratamento de sobreviventes e para a construção do memorial da Kiss. Nós não queremos nenhum dinheiro para nós”. 

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Vale Lembrar que mesmo após uma década da tragédia, os culpados pela morte das 242 pessoas ainda não foram responsabilizados. No dia 10 dezembro de 2021, quase 9 anos após o incêndio, o juiz Orlando Faccini Neto, sentenciou Elissandro Spohr, dono da Boate Kiss, condenado a 22 anos e 6 meses de prisão, Mauro Hoffman, sócio da boate, que pegou 19 anos e seis meses; Marcelo de Jesus dos Santos e Luciano Bonilha Leão, vocalista e assistente da banda que tocava na Kiss aquela noite, que pegaram, cada, 18 anos, todos em prisão em regime fechado. 

Mas em agosto de 2022, o Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul anulou o julgamento, após alegar que os condenados não só tiveram julgamentos injustos como o júri também continha falhas. Um dos principais argumentos é que quatro jurados foram selecionados depois do prazo legal. O que ocasionou na soltura imediata dos réus, e novamente adiando o julgamento, que ainda não tem uma nova data confirmada.

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