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19/05/2023 às 15h18min - Atualizada em 17/05/2023 às 16h16min

As mulheres de Guardiões da Galáxia

Personagens femininas costumam estar presentes em produções audiovisuais, mas como é a presença delas na trilogia da equipe de desajustados da Marvel?

Taís Wölfert - Editado por Letícia Nunes
Fonte: Marvel / Reprodução: Twitter


Guardiões da Galáxia Vol. 3 chegou em quatro de maio aos cinemas com um final para a trilogia da equipe de heróis mais fora da lei e desasjustados da Marvel nos cinemas. O filme dá um ótimo adeus para a equipe original dos Guardiões, mas e quanto as personagens femininas? O que acontece com elas? Quais foram as mudanças do primeiro filme da equipe até esse terceiro? Pois bem, o tema de hoje são elas, as mulheres da equipe.

O primeiro filme da equipe estreou em 2014. Gamora (Zoë Saldaña), apesar de ser forte e inspiradora caia no Princípio da Smurfette, ou seja, quando em um grupo existe apenas uma personagem feminina em um grupo de homens. E mesmo tendo um arco que mais pra frente, vulgo nos últimos filmes dos Vingadores, ganharia uma importância enorme, nesse primeiro filme ela acaba servindo e se tornando par romântico do protagonista mais do que qualquer outra coisa.

Guardiões da Galáxia Vol. 2, que estreou em 2017, chegou trazendo mudanças. A começar por mais adições femininas ao elenco principal com Mantis (Pom Klementieff) aparecendo pela primeira vez e roubando a cena, e Nebulosa ou Nebula (Karen Gillan) que ganhou um arco para si e uma espécie de início de redenção. Além de claro, a volta de Gamora dessa vez com um arco se ligando diretamente a irmã e todas as questões familiares.

O segundo filme dá uma quebra no que normalmente acontecia em filmes do gênero, com personagens femininas apenas como pares românticos ou “chaveirinhos” à sombra de algum personagem masculino, por mais poderosas que fossem. Vemos mulheres, que mesmo não sendo humanas, são fáceis de criar identificação com o público. Mulheres plurais, com nuances em suas personalidades, diferentes entre si e que interagem entre elas. Mulheres com problemas pessoais, com seus próprios traumas e maneiras de lidar com isso. Vemos mulheres sendo tratadas e representadas como pessoas de fato.
 
Fonte: Marvel / Reprodução: Legião dos Heróis

Fonte: Marvel / Reprodução: Legião dos Heróis


E com uma representação nesse patamar no segundo filme, era normal que o terceiro melhorasse ainda mais nesse ponto. Afinal, Nebulosa teve o início de sua redenção, mostrou-se aberta a mudanças. Mas infelizmente ela não tem seu momento de brilho no filme que dá fim a trilogia dos Guardiões. Até mesmo Gamora, que na verdade é a Gamora de uma realidade distinta tem seu momento de foco e sua chance. Mas Nebulosa não.

Talvez seja apenas uma questão de tempo e a impossibilidade de lidar com todos os personagens da equipe principal. Mas até adições novas tivemos no enredo do filme, e mesmo assim, a personagem feminina já conhecida do público acaba sendo deixada de lado. Justo a personagem de personalidade mais forte, a mais mandona, a mais irritada, mas também a com potencial para ter um dos arcos mais interessantes é deixada de lado e esquecida pela própria equipe em dado momento do longa.

Gamora tem seu momento de brilho que aquece os corações dos fãs que sentiram saudades dela, e claro de Peter Quill (Chris Pratt). É uma Gamora diferente da que conhecíamos e isso fica claro do início de sua aparição até o final, a história da “nova Gamora” tem início, meio, seu momento de brilho e fim.

Mantis também ganha foco na produção, sua amizade com Drax (Dave Bautista) e seu descontentamento com alguns pontos é mostrado. Ela também ganha mais profundidade e nuances em sua personalidade, o que deixa a personagem ainda mais interessante e fácil de gostar e se identificar. Além de brilhar (novamente) com seu poder e ser uma das personagens mais empáticas de todo Universo Cinematográfico da Marvel (UCM).

Mas infelizmente, mesmo sendo membro oficial do Guardiões da Galáxia, Nebulosa não tem seu momento de brilho. Ela é jogada para o canto e faz participações em momentos importantes, mas sem receber um foco de fato. Sim, ela é vital em certo momento do filme, mas isso não torna seu arco melhor ou sua participação suficiente. O segundo filme entregou muito mais da personagem do que esse, e logo ela que tinha tanto para mostrar e ser falado.




A trilogia Guardiões da Galáxia é com certeza um dos melhores feitos da Marvel para os cinemas e o segundo filme conta com uma ótima presença feminina, sendo a prova de que filmes de heróis conseguem sim acertar em personagens femininas e seus arcos. E no geral o terceiro filme também é ótimo acertando em muitos sentidos. Mas podia continuar dando passos com relação a presença feminina ao invés de travar no ponto em que parou com o filme de 2017.
 
REFERÊNCIAS :
NUNES, Micheli. Guardiões da Galáxia Vol.2 tem muito mais Girl Power (e é ótimo). Garotas Geek, 24 de jun. de 2017. Disponível em: < 
https://www.garotasgeeks.com/guardioes-da-galaxia-vol-2-tem-muito-mais-girl-power-e-e-otimo/  > Acesso em: 15 de mai. de 2023.
 
SYBYLLA, Lady. Ficção científica e o Princípio de Smurfette. Momentum Saga, 06 de mai. de 2014. Disponível em: <
 https://www.momentumsaga.com/2014/05/ficcao-cientifica-e-o-principio-de-smurfette.html > Acesso em: 17 de mai. de 2023.
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