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14/09/2023 às 14h42min - Atualizada em 14/09/2023 às 14h20min

Por que amamos?- o que os mitos e a filosofia tem a dizer sobre o amor

Conhecendo o caminho para o amor

Gabriela Santos Souza - Revisado por Carolina Nunes
Capa do livro (Foto: divulgação)

Já passou pela sua cabeça o por que amamos ou como é a construção do amor? O que significa o ato de amar ou existe jeito certo de amar? São questionamentos que podem passar pela cabeça e fazem parte do pensamento humano. O escritor Renato Nogueira, no livro, “Por que amamos?- o que os mitos e a filosofia tem a dizer sobre o amor” procura trazer luz sobre esses questionamentos apresentando perspectivas filosóficas, orientais, africanas, até mesmo biológicas sobre o amor.

 

Ao todo, o livro tem onze capítulos somados a um prefácio, escrito pela socióloga Djamila Ribeiro, e uma conclusão. Renato Nogueira escreve de forma clara e objetiva o que torna a leitura rápida e dinâmica para o leitor ao apresentar uma fórmula de tema+história/mito+contextualização em cada capítulo do livro. O autor permeia por diversas perspectivas do amor e passa por temas como amor platônico, poliamor e ciúmes, de maneira a não trazer respostas ao leitor sobre a temática mas sim um convite a novos pensamentos e o autoconhecimento.

 

O livro traz uma bagagem cultural muito rica para o leitor e será destacado alguns capítulos: 

 

Camadas do poliamor

 

Em Amor policonjugal e Do amor romântico ao poliamor, o escritor aborda sobre a temática da não monogamia, assunto hoje muito comentado nas redes sociais. Para introduzir o tema, primeiramente sobre amor policonjugal, o autor usa a mitologia yorubá e apresenta a história de amor entre os orixás Xangô, Oxum, Iansã e Obá. A partir daí, o leitor é convidado a emergir dentro da mitologia, entender um pouco mais sobre poliamor dentro das relações policonjungas. Estas relações se baseiam pelo modo de colaboração, o cultivo e harmonia do comunitário.

 

“...o amor policonjugal é uma escolha afetivo-política que diz respeito a toda uma comunidade.

O amor é, assim, um exercício de manter a vida pessoal e coletiva em equilíbrio.”

 

No capítulo 7, Do amor platônico ao poliamor, é apresentado a história clássica de Romeu e Julieta de Shakespeare. Pode-se perguntar, como é  apresentada a temática do poliamor com essa história, mas somando a ideia de vários filósofos como Jean-François-Lyotard, Irving Singer, e Jean-Jacques Rousseau o autor traz várias reflexões e contrapontos sobre o amor romântico e monogamia. É mostrado que as relações têm diferentes configurações em diferentes culturas, além de pontuar que a não monogamia não é algo moderno, e sim está presente na sociedade a séculos.

 

O amor e o ciúmes


 

Para falar de ciúmes, novamente Shakespeare é usado através da história de Otelo e para agregar a reflexão da temática, o autor apresenta a visão de Freud sobre o ciúmes. É um capítulo muito interessante, pois mostra que é um sentimento possível e real de ser sentido. Sem críticas e julgamentos, Nogueira apresenta com naturalidade o ciúmes e traz 

 

“O fato é que não devemos lutar contra o ciúme, mas aprender a conviver com ele sem permitir que as fantasias mais perigosas transformem o amor em ódio, o carinho em hostilidade.[..]

[...] o maior perigo está em não assumirmos o que sentimos. De novo, o ciúme não precisa ser de todo combatido; basta estarmos conscientes e compreendermos as suas razões. Não podemos evitá-lo, mas em doses normais, ele não tem contraindicações.”

 

Ficou interessado?

Esse livro é recomendado a todos que desejam mergulhar na jornada para o autoconhecimento do amor, o entendimento das relações e dos sentimentos estão para além das experiências, existem milhões de possibilidades. Se aventure!

 

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