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03/12/2023 às 16h22min - Atualizada em 09/12/2023 às 16h20min

‘Esperam que entendam’: Ebony lança diss track que questiona a estrutura do rap mainstream brasileiro

Catharinna Marques - Revisado por Nildi Morais
(Foto: Divulgação. Reprodução: CNN Brasil)

Lançada no dia 15 de novembro no Youtube, a “diss track”  “Espero que entendam” de Ebony cita Djonga, Filipe Ret, BK, L7, Major RD, Baco Exu do Blues entre outros para fazer uma crítica aos maiores nomes do rap na atualidade. A faixa é uma produção de Larinhx e aborda problemas estruturais da indústria do gênero musical. Ebony também questiona o comportamento masculino dos fãs de rap, que contribuem para a invisibilização de mulheres no ramo.

A letra da diss tem um tom provocador para desafiar os cantores que são mencionados. A cada verso a artista cita uma polêmica sobre os grandes nomes do mainstream do rap brasileiro. Seja respondendo às críticas que ela teria recebido de Baco, ou até mesmo questionando a qualidade da rima de Djonga, Ebony reconhece o valor do seu trabalho e mostra para o que veio.




A diss causou grande repercussão nas redes sociais. Os usuários ficaram esperando que os rappers citados fossem responder à altura os questionamentos de Ebony. O que não aconteceu. Filipe Ret por meio de um vídeo parabenizou a diss da artista, assim como Djonga que postou no Instagram o momento em que ouvia o trecho da música que é citado pela cantora. A resposta pela caneta e pela rima não veio, mas dias antes do lançamento, Ebony já comentava no X (antigo Twitter) com quem competia na cena musical do Rap.

 


Mas afinal, o que é uma “diss track”?
 
Em tradução livre do inglês para o português, “diss track” quer dizer música de desrespeito. Esse gênero de produção musical é comum dentro da cultura do Hip-Hop, sobretudo nos Estados Unidos, onde a diss ganhou fama na chamada era de ouro do estilo, na década de 90. Em uma diss, críticas à estrutura do rap e também a cantores específicos são feitas de modo direto ou indireto. Ebony em “Esperam que entendam” problematizou até mesmo os fãs de rap que não dão o mesmo suporte e visibilidade para as mulheres que estão na cena.

Um dos rappers citados por Ebony, o Baco Exu do Blues, em 2016 fez a diss “Sulicídio” com participação de Diomedes Chinaski. A canção critica a invisibilidade do mainstream do rap brasileiro para artistas que estão fora do eixo sul-sudeste. A diss track é considerada pela cena um dos pontos altos da carreira de Baco.

Em “Hit em’ Up”, o rapper 2Pac não poupou esforços para dar uma indireta para Notorious B.I.G, que na diss “Who Shot Ya?”, teria, ainda que de modo indireto, mencionado o atentado a tiros que 2Pac sofreu. Os fãs de Hip-Hop esperam que as respostas sempre saiam na caneta e foi assim que 2Pac fez questão de desafiar Notorious. A rivalidade entre os artistas da Costa Oeste e da Costa Leste dos Estados Unidos acendeu as chamas das batalhas entre rappers naquela época. O cultivo a “diss track” até hoje mexe com a cena musical por meio de polêmicas que remontam ao ambiente de tensão e provocação do Hip-Hop.

 


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