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02/08/2019 às 21h25min - Atualizada em 02/08/2019 às 21h25min

FILE comemora 20 anos com exposição em São Paulo

Obras imersivas deram fama ao festival que encontra-se exposto na galeria de arte do Centro Cultural FIESP

Milena Iannantuoni - Editado por Letícia Ágata e Mário Cypriano
Imagem: Sandrine Deumier – Realness
O Festival Internacional de Linguagem Eletrônica (FILE) comemora vinte anos em 2019. A mostra está na galeria de arte do Centro Cultural da Federação da Indústria do Estado de São Paulo (FIESP), onde é prestigiada desde 2004. A tecnologia é inserida dentro de cada uma das 250 obras. A exposição tem entrada gratuita e ficará disponível para visitação até 11 de agosto.

Neste ano o tema é “20 anos de arte e tecnologia” e, de acordo com a criadora e curadora da exposição, Paula Perissinotto, “as pessoas hoje têm mais empatia e se sentem mais envolvidas”, disse em entrevista concedida à Época Negócios. Foi este o intuito da criação do FILE: aproximar as pessoas da tecnologia e assim desenvolver um senso crítico quanto a ela. O festival já teve edições anteriores no exterior e foi eleito, em 2018, pelo The Art Newspaper, como a 11ª mostra mais visitada do mundo.

Em duas décadas o evento já passou por estados como Rio de Janeiro e Porto Alegre, mas São Paulo ainda é a cidade que teve mais visitantes, com idades entre 18 e 40 anos. Algumas obras tem idade indicativa e, por isso, podem não ser recomendadas para crianças.

A proposta inicial era de aproximar o público das obras e, apesar de antes as pessoas questionarem a necessidade de expor uma obra digital em um museu, hoje o festival alcançou a marca de mais de dois milhões de visitantes de todo o país. Contando com mais de seis mil artistas de 85 países, a arte e a tecnologia se uniram criando obras únicas e especiais, além de sensações particulares para cada pessoa. “Elas são atraídas pelo avanço tecnológico e pelos conteúdos, que se tornaram mais interessantes”, completa Paula à Época Negócios.

O artista italiano, Rino Stefano Tagliafierro, que faz parte desta edição, decidiu homenagear um dos mais famosos pintores renascentistas do século, que completaria 500 anos em 2019, Leonardo da Vinci. A obra "A Última Ceia Viva consiste em uma animação com seis minutos de duração, na qual cada movimento dos personagens da tela é elaborado, enaltecendo o trabalho original de Da Vinci, finalizado em 1498.

A Bauhaus também foi consagrada pelos seus 100 anos de influência. A escola, que é referência no mundo da arte, recebe a homenagem do grupo alemão, Interactive Media Foundation & Artificial Rome, que criou uma experiência inovadora, inserindo o participante dentro da criação por meio de realidade virtual (VR) em um palco, fazendo dele parte da dança na obra denominada Das Totale Tanz Theater, a qual significa "a dança do teatro total".

Entretanto, a maioria dos trabalhos são vídeos e GIFS espalhados por todo o espaço, o qual conta com o auxílio de fones de ouvido, fazendo espectador se interessar mais pelo o que está vendo. Algumas obras interativas fazem tanto sucesso, que precisam de senha para visitação, sendo distribuídas de uma em uma hora. “Neste ano eu achei as obras bem fora do usual, do que eu costumo ver no dia a dia, diferentes daquelas tradicionais”, comenta a arquiteta Mayara Zambelli, 31.

Entre os destaques da exibição, há brasileiros como o Pedro Veneroso, criador da arte “Tempo: cor”, que se baseia em sete relógios, cada qual com um fuso horário diferente, nos quais as horas são convertidas em cores. A proposta é de vivenciarmos o tempo com mais intensidade.
 
Além das milhares de pessoas que passam pela FIESP todos os dias, muitas param para visitar e aproveitar cada sensação que a mostra pode nos trazer. “Parece ser muito futurista, por causa do tempo em que vivemos. É uma sensação única. Saímos da exposição com uma mente mais aberta, com uma reflexão de como a tecnologia avança muito rápido”, explica Mayara.

A escultura interativa mais visitada é de autoria do holandês Teun Vonk, denominada “A Sense of Gravity”, na qual é possível experimentar uma nova forma de gravidade. Esta obra é resultado de dois anos de estudo, e complementa muitas outras que fazem parte do acervo do artista. “Eu, assim que entrei, fiquei fissurado. Tudo o que estava exposto me interessava”, diz o professor de educação infantil, Luis Fernando Furlaneto Graça, 33.

Visitantes contemplando a obra Line Wobbler. (Foto: Reprodução www.file.org.br)

A obra do Robin Baumgarten, também um artista alemão, chama a atenção pela simplicidade e inovação. A obra consiste em um jogo com uma alavanca conectada a uma fita Light Emitting Diode (LED), com pontos coloridos. O objetivo é anular os pontos vermelhos. “O Line Wobbler explodiu minha cabeça. Achei um jogo viciante, fora do padrão”, relata Luis.

Apesar de ser um evento que acontece anualmente, não é muito divulgado, mas as pessoas que vão pela primeira vez se interessam muito e acabam retornando no ano seguinte, pois a tecnologia pode nos surpreender cada vez mais.

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