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26/08/2019 às 17h03min - Atualizada em 26/08/2019 às 17h03min

O Rei Leão retorna em Live Action

A magia e o encanto da obra de 1994 em uma nova perspectiva cinematográfica

Vitória Pilar - Editado por Mário Cypriano
© The Lion King / Walt Disney Pictures
No mês de julho de 2019, uma nova proposta de remake foi lançada. Um dos maiores clássicos da Disney, "O Rei Leão", que desde de 1994 é considerado uma das maiores produções musicais estadunidenses pela Walt Disney Picture. Produzido por Jon Favreau e escrito por Jeff Nathanson, em menos de um mês o filme já alcançou mais de 1,3 bilhões de dólares, tornando-se a segunda maior bilheteria de 2019, ficando atrás apenas de Vingadores: Ultimato. No Brasil, por quatro semanas seguidas, o filme ocupou o topo das bilheterias. 

Voltando ao passado...

Um fato curioso sobre a produção do filme é que, na década de 90, Poncahontas e O Rei Leão estavam sendo produzidos juntos. No entanto, dentro dos estúdios da Disney, Poncahontas era o título que estava com as maiores expectativas a respeito do seu lançamento. Acabou sobrando para a "equipe B" a responsabilidade de projetar a história de Simba. Apesar disso, quando foi lançado, "O Rei Leão" foi aclamado com uma bilheteria global de 968 milhões de dólares, recebendo 4 indicações ao Oscar e vencendo na categoria Melhor Canção Original com  a música Can You Fell The Love Tonight, além da Melhor Trilha Sonora. O Rei Leão tornou-se um sucesso entre crianças, jovens e adultos, superando as expectativas mercadológicas da época. Dessa explosão cinematográfica, nasceu uma adaptação teatral na Brodway em 1997. Em 2011, foi lançada a versão em 3D da obra, lucrando 987 milhões de dólares. Além disso, foram criadas as continuações "Rei Leão 2""Rei Leão 3", além das séries "Timão e Pumba" e "A Guarda do Leão". Vinte e quatro anos depois, com bastante carinho e emoção do público, a história é aclamada novamente por meio de um Live Action.


 Imagem: Disponíveis no trailler do Youtube. Montagem por: Pedro Ferreira, produtor de conteúdos do IGN Portugal.

Parafraseando Shakeaspeare (e outros contos)
A história marcada por filosofias de vida, superações, dramas e diálogos de humor é criada em torno de Simba, um filhote de leão que nasceu para ser o próximo rei da selva. Mas claro, como em todo clássico, a disputa do bem e do mal ganha vida para que o enredo seja interessante. O mal, no caso, é Scar, tio de Simba e irmão de Mufasa. Ambicioso, malévolo, calculista e dono de uma juba morena e assustadora, Scar arquiteta seu plano para tomar o lugar de direito do novo herdeiro. Em um plano maquiavélico, Scar assassina Mufasa e faz Simba acreditar que foi o responsável pela morte do seu próprio pai. Enganado e cheio de angústias, Simba foge do vale e encontra Timão e Pumba, no qual faz deles sua família, vivendo uma nova filosofia de vida e comendo insetos. Com uma nova dieta e um novo estilo de vida (HAKUNA MATATA!), Simba tenta esquecer tudo o que aconteceu, enquanto Scar acaba dominando o reino com a ajuda das hienas. Passados alguns anos, Nala, sua amiga de infância, ressurge na esperança de encontrar ajuda. Ao encontrar Simba, busca fazê-lo recuperar seu trono e o bem estar do seu lar. Na primeira tentativa, o jovem leão acaba recusando, até que então, ao ter uma visão de Mufasa, o jovem leão responde ao seu chamado e vai atrás de seu tio Scar para recuperar o equilíbrio do ciclo da vida. 

Ao assistirem Rei Leão, os fãs de Shakespeare notam a narrativa relacionada à obra Hamlet, na qual o filho de um rei ressurge do esquecimento para vingar seu pai de um tio malvado e tenebroso, assim como Scar. Os próprios diretores dizem que a inspiração é verdadeira e que a obra de Shakespeare dialoga diretamente com a história de Simba. Essa comparação já chegou a ser discutida em Trabalhos de Conclusão de Curso (TCC) e também é usada pra ensinar Shakeaspeare para crianças.

Outra referência ocorre na morte de Mufasa e está diretamente ligada à morte da mãe do pequeno Bambi, outra obra da Disney. Ambas as cenas, igualmente tristes e marcantes pro cinema comoveram os telespectadores de toda uma geração. Essa ligação foi confirmada pelo diretor Rob Minkoff, em entrevista ao Yahoo Movies


Polêmica e plágio

Uma briga que perdura até hoje nos tribunais é quanto a originalidade da obra. Na década de 50, foi criada a obra "Kimba: The White Lion" (Kimba: O Leão Branco), um mangá que tem como protagonista um leão branco que perde os pais prematuramente por um leão com uma cicatriz no rosto, que come insetos e tem como inimigas as hienas. Além disso, há cenas no mangá que são muito parecidas com as cenas do filme. Os produtores de O Rei Leão afirmam que é pura coincidência, mas os fãs de Kimba não deixam essa briga acabar. No entanto, algo que é consenso no cenário cinematográfico é a qualidade, profundidade dos diálogos e receptividade do público são imensamente maiores na obra de 1994 da Disney. 

Kimba, O Leão Branco.

Kimba, O Leão Branco.


Créditos: Arte do conjunto de DVDs Kimba Ultra Edition

A opinião do público.

Que a animação foi, e ainda é, muito aclamado não restam dúvidas. A Live Action foi muito bem recebida também, apesar de revelar algumas críticas. A estudante universitária Maria Vitória Ancelmo, 17 anos, diz:

"Moderno. A humanização e sincronia dos personagens, juntamente com o aparato tecnológico que o filme dispõe. É impressionante observar como é bem organizada a gesticulação do animal para expressar sentimentos e reações tão realistas. No entanto, não sei se pode representar de fato uma crítica, mas pelo fato de ter passado a infância assistindo a versão antiga, achei que o filme deixou a desejar por ter cortado algumas músicas que eu considero importante". 

Outra desvantagem que a Live Action deixou foi em relação a dublagem brasileira. O youtuber Peter Jordan, declarou no seu canal:

"Na versão brasileira, Simba e Nala são Ícaro Silva, um grande ator do teatro brasileiro e Nala, a uma grande cantora Iza; mas infelizmente não são dubladores. O sotaque carioca da artista ficou muito evidentes no filme e destoou do que eu esperava. Outra decepção também, é a versão de Simba e Nala infantis, que são duas crianças que participaram do The Voice Brasil, o que musicalmente pode ser uma boa alternativa, mas no filme eles só participam de uma música.". Peter também deixa claro que a dublagem no Brasil é uma das melhores do mundo e numa produção como Rei Leão que tem uma visibilidade enorme deveria ter sido utilizado profissionais da área. 

Agora uma "tacada de mestre" que a Live Action apostou foi na imagem de Scar. O estudante Vitor Emanuel, 15 anos, relata:

"No desenho ele tem uma juba morena bem evidente, e usa um tom de deboche constante. Já na versão realista, a juba é apagada, mas dá uma visão de sombrio que combina muito com o tom de voz maléfico. Um dos melhores vilões criado pela Disney!". Vitor ainda ressalta: "A produção em formato realmente belíssima. Emociona de verdade. É a prova que a arte áudio visual tem o poder de emocionar. Assistiria várias vezes novamente."

Rei Leão foi, e ainda é, um sucesso global, não restam dúvidas. A história de Simba ultrapassa gerações, tanto que João Carlos, 34 anos, narra sobre sua experiência:

"Assisti o filme e o desenho quando era criança. Timão e Pumba eram meus preferidos. Cresci com o lema 'Hatuna Matata, é lindo de ver. Quem vai entender?!'. Passava o dia cantando". E ressalta: "Fui com meu filho de 4 anos assistir a Live Action, e ele também ficou encantado."

Inegavelmente, a obra fez parte da vida de milhões de pessoas e resiste a gerações, encantando e emocionando crianças e adultos por todo o mundo. 


Um reino para José


Foto: Ana Paula Sousa Pinheiro

O cinema é algo que marca gerações e dependendo do enrendo, marca culturas e eventos. A prova disso é que no dia 10 de agosto Ana Caroline Assunção, 28 anos, escolheu para ser o cenário do aniversário de 1 ano do seu filho José Neto, a mágica história de Simba. Ela relata os motivos que levaram para a escolha do tema:

"O filme o Rei Leão apresenta várias lições aos telespectadores, provocando, inclusive, reflexões relevantes acerca de família, amizade, poder,  relações de como administrar problemas, dentre outras. Mas algo peculiar do filme, é a relação do Simba com o seu pai. A cumplicidade e amor entre eles fazem com que, mesmo após a morte de Mufasa, este continue tão presente na vida do seu filho.  Para mim, o filme também retrata como a memória de quem amamos continua nos protegendo e orientando ao longo da nossa trajetória. E essa é uma das lições que estou ensinando ao Jose. Ele, que recebeu este nome em homenagem ao seu (bis)avô,  está aprendendo que a família é um dos pilares fundamentais da nossa vida, e que devemos amar, honrar e respeitar todos os nossos familiares, inclusive os que já partiram."


Foto: Ana Paula Sousa Pinheiro

A festa contou com toda a decoração da selva e seus personagens. Um cenário realmente mágico! Até o pequeno José estava vestido contracenando sua selva.  Ana Caroline relata, que apesar de pequeno, o bebê é muito parecido com o jovem Simba: 

"Sempre digo que José escolheu o tema do aniversário. Ele, como um leonino nato (nasceu no dia 04/08),  ainda que com 01 aninho, já demonstrou ser um garoto com personalidade, coração enorme, curioso e que transmite uma coragem a todos que estão ao seu redor, características presentes no Simba, protagonista da história do filme". E complementa a razão de sua escolha: "Mas além disso, o tema foi escolhido em razão das várias lições que são transmitidas, principalmente em torno da vida de Simba, que apesar das várias dificuldades, das dúvidas, das perdas,  consegue se tornar Rei e ocupar o seu lugar no ciclo da vida, como Musafa havia dito. E ele só consegue isso com ajuda dos seus familiares e amigos, o que demonstra a importância de todos na nossa formação e nas nossas conquistas."


Foto: Ana Paula Sousa Pinheiro

Rei leão é mais do que um desenho. Mas sim, uma lição de vida! Resumindo em uma palavra, Ana Caroline descreve o filme como: "Coragem!"

A mãe de José também foi acompanhar o filme e deu sua opinião: 

"Confesso que não estava com muita vontade de assistir a versão Live Action. Mas por curiosidade, resolvi assistir. Apesar de era gostado da versão em realidade virtual, prefiro a magia de cores da versão animada! Cresci assistindo animes com cores marcantes, tantos os da Disney quantos os animes de mangás japoneses! Entretanto, com o advento da tecnologia tenho assistido várias versões live action de filmes, como Mogli- Menino Lobo e  Os Cavaleiros dos Zodíaco! A gente acaba se acostumando! Mas prefiro a versão animada, tanto que a festa do José foi baseada na versão animada."

Complemento:

"Não tenho crítica em relação a história, até porque não mudou muito da versão anterior! É um filme infantil, não é violento, é divertido, meus personagens preferidos, Timão e pumba, sempre bem trabalhados! Eu amo o Pumba. Apesar de não ser a personagem principal,  é incrível a forma que ele e o Timão encaram a vida: Hakuna Mata! Super recomendo o filme, muito bom para reunir família e assistir comendo pipoca e guaraná!", finaliza Caroline. 


 Foto: Ana Paula Sousa Pinheiro




 
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