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30/08/2019 às 09h12min - Atualizada em 30/08/2019 às 09h12min

A Hora da Estrela, de Clarice Lispector

Essa resenha é uma pergunta

Jênnifer Ramos - Editado por Leonardo Benedito
Imagem: Divulgação
Já imaginou encontrar um desconhecido na rua e ver nele um brilho que desperta em você a necessidade de desvendar sua história? Agora imagine, um ser o qual os olhos não brilham, o corpo não chama atenção e mesmo assim você decide escrever sobre essa pessoa? Pois é, esse é o ponto de partida de “A hora da estrela”, obra prima de Clarice Lispector, um romance curto de 87 paginas. Mas não se engane, não será uma leitura rápida, será uma leitura angustiante e, mesmo depois de terminada, o poder da escrita de Clarice ainda estará na sua mente.

“Ela me acusa e o meio de me defender é escrever sobre ela”. O narrador, Rodrigo S. M., é o responsável por atribuir história à Macabéa. Nessa resenha não cabe a mim descrevê-la, seria desrespeitoso com Rodrigo que passou dois anos e meio descobrindo os porquês. Sendo assim, descrevo o próprio Rodrigo. É certeza que ele não se compadeceu da “pobreza” de Macabéa, Rodrigo tem posses dispõe até do luxo de ter uma empregada, no entanto, não tem posse de sua lucidez a isso o exclui socialmente. Talvez esse descrição tenha feito você concluir que ele contou a história de Macabéa porque era louco. Porém, o trecho abaixo, conta o real motivo:

 
“Porque há direito ao grito”.

“Então eu grito”.
Há pouco eu disse que não iria descrever Macabéa e de fato não vou, ao menos não com minhas palavras. Para não deixar a personagem principal em segundo plano, vou transcrever as primeiras palavras que Rodrigo utiliza para apresentar a figura feminina. “Mas a pessoa de que falarei mal tem corpo para vender, ninguém a quer ela é virgem e inócua, não faz falta á ninguém”. Não desanime com essa descrição, pois o objetivo da narrativa é encontrar nem que seja um topázio de esperança na história daquela mulher. Se ele vai encontrar, só lendo para saber.
 
Mas o vazio tem o valor e a semelhança do pleno”.
Apesar de ser um clássico da literatura, a linguagem não é difícil. Inclusive, ao longo do texto, Rodrigo nos conta sobre sua luta para não “enfeitar” a história.

A Hora da Estrela é uma leitura bem curtinha, perfeito para quem quer começar a ler clássicos ou deseja despertar o hábito da leitura.
 

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