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07/02/2020 às 22h54min - Atualizada em 07/02/2020 às 22h54min

A descoberta da paz diante do caos

"Provavelmente aquele menino vai longe. Além ser de classe alta, é totalmente dedicado e não perde tempo com amizades. Deve ser maravilhoso ser assim", afirmava os colegas.

Fiamma Lira - Editado por Rafael Campos
Fonte: Pixabay
Em uma noite de quarta-feira, João Henrique Cavalcanti Almeida tinha chegado do trabalho muito tarde. Estava preocupado com as metas que faltava concluir para conseguir a tão sonhada promoção na empresa. Ele precisava relaxar, espairecer a mente e ter um descanso de verdade, visto que vivia exaustivamente nesta rotina.

Passaram-se alguns dias, e sua mãe reparou algo estranho. Saíram algumas lágrimas dos seus olhos quando ele estava sentado no sofá da sala de estar. Quando ela chamou por ele, imediatamente secou o rosto.
Daí, se aproximou e disse: “João, está tudo bem?”. Ele balançou a cabeça e falou: “Está tudo ótimo, mãe. Não precisa se preocupar comigo. Vá descansar”, respondeu após se levantar em direção ao seu quarto.

João sabia que não estava tudo bem. Bastante reservado e introspectivo, ele não queria admitir que sofria com a síndrome do pânico. Nem para si mesmo. Enganava-se achando que sozinho acabaria resolvendo o problema. Grande engano. Ao agir dessa forma, ele só aumentava ainda mais a sua dor e prolongava o seu sofrimento.

Ele era um coordenador de negócios bem-sucedido faltando alguns degraus para subir de patamar. Filho mais velho do arquiteto Régis Henrique Carvalho Almeida e da estilista Abigail Cavalcanti Almeida, era um profissional exemplar comn seus 35 anos de idade recém-completados, porém se preocupava mais em agradar aos pais e manter a sua palavra de homem sério e inabalável do que de cuidar da sua saúde.



Criado para ser o estepe familiar, acadêmico e profissional, João Henrique não revelava os seus sentimentos. Não tinha tempo para lazer, hobbys, nem passatempo de nenhum tipo. Era um viciado em trabalho. Para o executivo, homem não pode demonstrar o que sente. Chorar é um sinal de frraqueza. Mostrar as suas fragilidades faz dele um covarde.

O tempo passou e com eles vieram cicatrizes deixadas pelo tempo e feridas que iriam demorar para sarar. O ínicio do vendaval foi a doença da sua mãe. Saber que ela teria de enfrentar uma cirurgia dolorosa e uma recuperação lenta, isto se ela sobrevivesse, nenhuma certeza havia da recuperação dela. Essa situação o despedaçava por dentro e o deixava desnorteado, sem saber exatamente como agir. Além disso, ele sofreu um acidente de carrro. Por sorte, não foi nada grave. Ele só teve alguns arranhões e uns machucados de menor gravidade.

Yorrana, sua melhor amiga desde a infância, tentou confortar o seu coração diante desse momento tão difícil. Ela tentava a cada instante convencê-lo a buscar ajuda, mas ele recusava veementemente. Até que um dia, ele começou a se questionar sobre o assunto e, mesmo a contragosto, decidiu procurar ajuda médica e psicológica.

Depois de vários meses, João percebeu o quanto cuidar da saúde mental é importante e libertador. Uma paz que ele nunca havia sentido antes, invadiu sua mente e o seu coração. Ele entendeu que esse cuidado é fundamental para seu equílibrio, felicidade e qualidade de vida.
 
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