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15/04/2019 às 09h50min - Atualizada em 15/04/2019 às 09h50min

Luz, Câmera e Representação

Dez anos depois a Marvel Studios dá voz ao universo feminino com a sua primeira super-heroína, Capitã Marvel

Gabriela Araújo
Recorde de vendas em todas as bilheterias de cinemas, o filme Capitã Marvel traz a essência do protagonismo feminino e desconstrói aquela imagem clichê típico de filme hollywoodiano de ter apenas homens como super-heróis, salvadores da humanidade. Capitã Marvel reforça a importância da figura feminina no âmbito cinematográfico, não apenas como uma garota simpática e sorridente, mas sim uma mulher com força e garra para lutar contra os seus inimigos. E por falar em garota sorridente e simpática, observa-se totalmente o contrário na personagem de Carol Danvers, que não esboça nenhum sorriso na atuação e nem simpatia. A performance foi proposital e a diretora do filme, Anna Boden, afirma em entrevista dada para o Empire Film Podcast que  “o cinema reproduz padrões da realidade, incluindo o padrão da mulher simpática e sorridente que existe no universo machista”

 A estudante de Arquitetura e Urbanismo, da Universidade Estadual da Bahia, Lara Azevedo diz que a construção de heroínas no universo cinematográficos de super-heróis é a nova tendência dos filmes hollywoodianos e faz uma comparação com o filme Mulher Maravilha, da DC, afirmando querer ver mais filmes nessa linha. A aluna também lamenta pela demora em ter uma protagonista solo nos filmes heroicos. Já a estudante de Cinema do Centro Universitário Jorge Amado, Stefany Teixeira, confessa que ficou apreensiva quando soube do filme pelo medo da hiperssexualização que as mulheres sofrem nesse meio nerd.

Capitã Marvel faz mulheres e meninas se sentirem poderosas como ela. Ou melhor, inspiram as garotas a sentir essa representatividade nas telas dos cinemas contando com uma trilha sonora composta por uma mulher, Pina Toprak, trazendo maravilhosas músicas dos anos 90 cantadas por mulheres, como Just A Girl da banda No Doubt, Waterfalls da banda TLC, Whatta Man da banda Salt-N-Pepa.     

Outra grande protagonista heroína é a Mulher Maravilha, Princesa e Embaixadora das Amazonas da Ilha Paraíso, foi mandada para o mundo dos ‘homens’ na Europa quando descobriu os seus poderes para propagar a paz e lutar contra os mortais e deuses. Há quem diga que a Mulher Maravilha não é uma representação feminista como a Capitã Marvel e sim hipersexualizada pelo uso do seu short curto. Entretanto a Mulher Maravilha também conquistou o seu espaço na representação feminina heroica solo, tem quem se espelhe na personagem e se inspire almejando ser a mulher maravilha da vida real. O estudante de Cinema, Lucas Marinho acredita que essa representatividade é uma nova linha cinematográfica e que ultrapassar o universo de super-heróis e fortalece ainda mais o empoderamento feminino que é tão necessário atualmente.



Por fim, tem a personagem Elektra que poucos conhecem por não fazer muito sucesso e acabou deixando de ser veiculada. Mas todas essas personagens mostram que as mulheres são capazes de fazer o que quiser mesmo quando dizem o contrário. E a pergunta que eu deixo para vocês é, será que ainda veremos mais heroínas solos nas telas do cinema?
 
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