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12/07/2020 às 08h25min - Atualizada em 12/07/2020 às 08h25min

Série original da Amazon ‘Hanna’ retorna com 2ª temporada cheia de ação e reflexões sobre identidade

Lucas Lima - Editado por Bárbara Miranda
A nova temporada chegou ao catálogo do streaming Amazon Prime Video na sexta (03), contendo um total de 8 episódios.

A série conta a história da Hanna, adolescente de 15 anos que esteve toda sua vida isolada em uma floresta com o Erick, figura que ela reconhecia como pai. Em um momento, complicações acontecem e ela é obrigada a fugir de uma organização internacional que a persegue e com isso, acaba encarando o mundo exterior.

A primeira temporada de ‘Hanna’ é realmente um show de ação. Cenas de lutas, tiro e fugas estão presentes a todo momento. Essa característica faz a essência da série, e misturado com um clima de investigação, a torna um entretenimento interessante de se acompanhar. Ainda no primeiro ano da série, somos introduzidos a personagem principal, Hanna, a organização que está perseguindo ela por anos e os motivos disso. Somos imersos na personalidade da protagonista, sendo apresentado seus medos, anseios, sentimentos e todo seu passado.

A segunda temporada continua do exato momento onde finalizou a anterior. Clara e Hanna escapam da instituição com ajuda de Marissa. Entretanto, ao longo dos episódios, Clara, em uma das fugas, acaba sendo capturada novamente e então, Hanna vê a necessidade de planejar uma missão para resgatar a amiga.
 
Esse segundo ano ainda aposta em cenas de ação, com uma intensidade quase similar do anterior. Porém, no outro lado, a mudança de cenários começa a ser reduzida aqui. Por ser ambientada na Europa, as diversas passagens pelos países do continente costumam ser comum na produção, mas que dessa vez, resolveu limitar o ambiente a França e Espanha.


Não que isso seja um grande problema para trama. A transição entre os diversos cenários que a série possibilitava trazia um aspecto a mais para o tributo ação na série e acrescentava uma empolgação quando a questão eram fugas e perseguições.

Aliás, a dramaticidade é o que mantem a história em pé nesse ano da série. As cenas contendo ação são muito bem elaboradas. Entretanto, tentar manter a mesma intensidade da temporada anterior seria exaustivo e bem repetitivo uma vez que não há muitos encaixes na temporada para realizar isso.

Os primeiros episódios não chegam ser tão atrativos de assistir. Não demora muito para apresentar os novos personagens e situar os antigos, mas a temporada demora para sinalizar o rumo que ela deseja seguir. As motivações iniciais dos personagens, apesar de serem coerentes com a história, abre um questionamento sobre a necessidade de certas condutas.

O segundo ano de ‘Hanna’ começa em uma direção e acaba seguindo para outra. E que bom que isso acontece, pois acrescenta uma camada a mais de profundidade a história e permite que a essência da série, cujo é a ação, seja aplicada de uma forma que não pareça forçado ou cansativo de ver.

O grande destaque da temporada vai para as reflexões sobre identidade que ela propõe. Nessa temporada, as cadentes são levadas para a instituição conhecido como The Meawthows. Lá, elas passam pela última etapa do seu treinamento e são concebidas com novas identidades. Um novo passado, famílias, gostos e sonhos falsos são criados e as garotas são obrigadas a viverem uma ‘’nova vida’’. Tal método tem o objetivo de criar a assassina perfeita, a qual seu histórico conseguiria disfarçar suspeitas.


Esta questão foca especificamente em renegar o seu passado e tentar construir algo por cima dele. Visando isso, conseguimos estabelecer uma certa ligação conosco. Quantas vezes chegamos ao fim de um ciclo e somos obrigados a seguir em frente, começar uma nova etapa? Ou até mesmo quando nos deparamos com um novo ciclo na vida e vemos a necessidade em seguir. Geralmente, é vista uma dúvida nesses momentos. Devemos bloquear o passado, tentar esquecê-lo ou usar ele como aprendizado para o futuro? É um questionamento pertinente ao longo das nossas vidas.

Além dessa faceta da questão identitária, é visto também a busca em tentar se compreender. Tal aspecto é trazido pela Clara. Ao negar sua vida fictícia, a personagem busca saber quem é ela de verdade. Quem é sua família verdadeira, seus antecedentes, qual seu estilo, englobando gostos e sonhos.


Traçando um paralelo com nossa realidade. Em certos momentos da vida, vemos a necessidade de um olhar introspectivo. Ao passarmos por um momento de turbulência emocional ou quando sentimos perdidos, questionamentos sobre si próprio se tornam presente. O ser humano pode se ver perdido na vida durante vários momentos e assistir isso acontecendo com as personagens faz com que seja construída uma empatia maior por elas. São questões muito subjetivas e que tem um impacto específico em cada pessoa. Talvez por isso, conseguimos construir uma forte empatia pelos personagens, uma vez que, são problemas e questionamentos que em algum momento somos levados a enfrentar.

Enfim, é uma boa temporada. Ela produziu uma identidade própria, conseguindo acrescentar mais história a trama, e isso, sem fazer uma cópia exata da fórmula da sua temporada anterior.


REFERÊNCIAS

PINHEIRO, Otávio. Repleta de ação, 2ª temporada de “Hanna” aborda conceito de amizade e novas identidades | Crítica. Disponível em: < HYPERLINK "https://poltronavip.com/repleta-de-acao-2o-temporada-de-hanna-aborda-conceito-de-amizade-e-novas-identidades-critica/" \t "_blank" https://poltronavip.com/repleta-de-acao-2o-temporada-de-hanna-aborda-conceito-de-amizade-e-novas-identidades-critica/> Acessado em: 09/07/2020.
 
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