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22/12/2020 às 08h14min - Atualizada em 22/12/2020 às 08h10min

A trajetória do cinema, da ascensão até os dias de hoje

Após tantas dificuldades o cinema conseguiu chegar até aqui, mas agora seu reina pode estar em risco novamente

Jonathan Rosa - Editado por Fernanda Simplicio
Sala de cinema antiga ao lado de uma moderna (Foto: Reprodução/ Cinopolis)

Da Lanterna Mágica ao Praxinoscópio e o Cinetoscópio, passando pelo cinematógrafo, os irmãos Lumière e o Black Maria Studios de Thomas Edison até chegarmos as incríveis salas de Macro XE e XD, lá se vão mais de anos de trajetória do cinema. Nesse período as salas escuras já passaram por diversos desafios para conseguir se manter entre as formas de entretenimento mais populares da sociedade. mais essa gurra parece cada vez mais difecil, e a pandemia de coronavírus tem acelerado a derrota dos cinemas.

A mais de um século atrás, as salas de cinema eram praticamente a única forma de assistir a uma obra audiovisuais, portanto, a popularidade das telas grandes era total, com pessoas aos montes procurando por uma obra. Nesse cenário, os filmes lançados chegavam a ficar por quase um ano em cartaz, além de serem relançados posteriormente com regularidade, já que as pessoas costumavam reassistir várias vezes o longa.



Mas algum tempo depois o cinema tomou o seu primeiro golpe, com o advento da televisão na década de 20, que logo começou a transmitir filmes. Bastava ter um aparelho televisor e pegar o horário correto em que o longa seria apresentado. Relatos da época já davam conta de que muitos acreditavam que esse seria o final do cinema, mas não foi.

O segundo grande susto veio em meados dos anos 70 com a chegada e rápida popularização do Video Home System, o VHS. Agora além de poder assistir as suas obras preferidas no conforto de casa, o consumidor poderia escolher o dia e a hora que preferisse para consumir o filme. Esse movimento causou uma grande mudança nos hábitos das pessoas, mas não matou o cinema que também manteve se reinventando e lançou o IMAX, relacionando os filmes com a sua altíssima resolução.

Já no final dos anos 90, e com o “boom” tecnológico, começaram a surgir os primeiros DVD players, que rapidamente mataram os VHS. Essa nova forma mais prática e barata de assistir filmes, aliada com os novos aparelhos de TV e som que chegavam com a virada do século, realmente foi uma dor de cabeça para os donos de salas de cinema da época. Mas como os filmes demoravam quase um ano para começarem a surgir nas prateleiras das locadoras, o cinema anda garantiu seu espaço.



Não muito tempo depois disso, o DVD evoluiu para sua versão Blu-ray Disc, agora com maior qualidade de exibição e cores mais vivas essa versão de luxo do DVD não se popularizou tanto, mas rendou números contra o cinema. Assim como as televisões por assinatura que ofereciam filmes de forma muito rápida para época. Pouco tempo depois, porém, as salas escuras voltaram a investir com forma nos filmes em 3D, o que deu uma regulada na balança do entretenimento audiovisual.

E os cinemas passaram por tudo isso com força e inovação, porém o seu maior rival ainda estaria por vir. É chegada a era dos serviços de streaming, com preços acessíveis, filmes que chegam com pouquíssimo tempo depois da estreia cinematográfica, milhares de opções na palma da mão, sem sequer ter que sair de casa. E com televisões de qualidade indiscutivelmente incríveis, os cinemas sentiram pela primeira vez um forte frio na espinha.



Além disso, a questão econômica começou a pesar, como o aumento do custo do metro quadrado e o preço da energia elétrica, obrigando os cinemas a subir os preços. Mas por pior que parecesse a situação, o cinema ainda contava com o apoio dos grandes estúdios, que também levam um bom lucro com a bilheteria, até chegarmos em 2020.  A pandemia da Covid-19 é sem dúvida o maior rival das salas, já que todos os cinemas forma fechados e proibidos de atuar, e os estúdios não estão dispostos a esperar uma possível retomada.

E para piorar essa situação, nos últimos dias a produtora Warner Bros., parece ter fincado mais um prego no caixão dos cinemas quando anunciou que vai lançar todos os seus filmes de 2021 de forma simultânea com o seu canal de streamingHBO MAX

A pouco tempo a Warner havia entrado em um acordo de cavalheiros com as redes de cinema para lançar Mulher Maravilha 1984, tanto no HBO Max como nos cinemas americanos, com o intuito de obter lucro mesmo em durante o isolamento, a empresa surpreendeu parceiros comerciais e cinemas norte-americanos com o anunciou de que todos os seus filmes de 2021 vão estrear de forma sincrona, tanto nos cinemas quanto no streaming do HBO Max nos EUA, assim como Mulher Maravilha.

E todos serão disponíveis em em 4K Ultra HD, HDR10, Dolby Vision e Dolby Atmos, fato possivel graças a evolução tecnologia dos aperelhos de TV. Entre os 17 filmes que serão lençados neste novo modelo, estão títulos muito aguardados pelo público, como: Matrix 4O Esquadrão Suicida
Godzilla vs. KongMortal KombatDuna e muitos outros. Os lançamentos vão permanecer no serviço durante um mês e não terão custo adicional.

Segundo comunicado da WarnerMedia: “O modelo híbrido foi criado como uma resposta estratégica ao impacto da pandemia global”. E após ficar um mês no HBO Max dos EUA, cada filme deixará a plataforma e continuará nos cinemas nos EUA e em territórios internacionais, com todas as janelas de distribuição habituais aplicáveis ao título. 

Ann Sarnoff, executiva da WarnerMedia, afirma que esse é um meio-termo para apoiar as salas de cinema “com um fluxo constante de filmes”, ao mesmo tempo em que dá a escolha de assistir em casa para quem não possa (ou não queira) frequentar esse tipo de local durante a pandemia do novo coronavírus. Mas embora seja uma estratégia para tornar possível o lançamento de filmes em tempos pandêmicos, muitos temem pelo que isso significa para o futuro dos cinemas.


Mas os as redes de cinemas, os diretores de grande parte dos filmes e até mesmo as empresas parceiras da Warner não viram com bons olhos esse “meio-termo”. Principalmente por ter anunciado seus planos sem consultar as salas de exibição, ou siquer os cineastas por trás desses filmes, o que gerou uma reação muito negativa de nomes como Christopher Nolan e Denis Villeneuve.

Entenda mais sobre o caso aqui: 
Cinemas vs Streaming: os desdobramentos da estratégia da Warner que podem mudar os rumos do entretenimento.


REFERÊNCIAS:  

MIRANDA, L. A evolução do cinema. CANTO DOS CLASSICOS. 10 DE jun de 2014. Disponível em: <https://www.cantodosclassicos.com/evolucao-do-cinema/> Acesso em: 17 de dez de 2020.

BUTCHER, P. Brevíssimo histórico das relações cinema/TV no Brasil. REVISTA CINÉTICA. Disponível em: <http://www.revistacinetica.com.br/cinemaTV.htm> Acesso em: 17 de dez de 2020.

FASANELLA, F. O cinema chegou ao seu fim? | Ascenção e queda! TRIPLO F. 12 de dez de 2020. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=RdOyu8dysIE> Acesso em: 17 de dez de 2020.

GIGLIO, G. A evolução dos aparelhos de TV no último século. UPDATE OR DIE. 02 de dez de 2019. Disponível em: <https://www.updateordie.com/2019/11/26/the-evolution-of-television-1920-2020/> Acesso em: 17 de dez de 2020.

MENDES, M. O fim dos cinemas? CRIO - ESPM. 14 de mai de 2020. Disponível em: <http://www.crio.espm.br/post/o-fim-dos-cinemas> Acesso em: 17 de dez de 2020.


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