Existe uma lenda Guarani muito antiga, contada pelos nossos ancestrais
Ela diz que das águas nascerá um guerreiro que levará o seu povo a uma nova existência.
Antigamente na floresta havia muitas frutas para comer
Muitas frutas para comer...
Mas os brancos vieram e destruíram tudo o que Deus criou
Mas os brancos vieram e destruíram tudo o que Deus criou
Tudo o que Deus criou...
Xondado Ka'aguy Reguá (Guerreiro da Floresta)
Procurando passar em suas rimas os ensinamentos sobre a situação da natureza e de seu povo, o rapper também usa seu talento na literatura, assim como seu pai, Olívio Jekupé, um dos pioneiros na literatura indígena. Dentro de seus livros publicados está ‘Kunumi Guarani’ (Panda Books, 2014), que conta seu dia a dia na aldeia. Assim, o rapper faz uso de sua arte não apenas para lutar contra a destruição da natureza pelo homem, mas também para dar voz ao seu povo no meio artístico. Sua manifestação da vida de um nativo no século XXI e da sua cultura são claros em ‘A Força de Tupã’.
Já tendo sofrido descriminação por estar nesse meio, ele expõe como não-indígenas diziam que esse estilo musical não era para pessoas nativas. Segundo Kunumi, os indígenas tem uma grande missão de serem valorizados porque são muito discriminados.
Lutando contra o preconceito, o compositor prevê não apenas novas músicas para esse ano, mas também um livro com seu pai: ‘Kunumi, o Guerreiro da Copa e suas Músicas’. Com algumas canções já prontas e outras em fase de produção, Kunumi MC foi selecionado pelo novo edital da Natura Musical. A primeira música deste ano tem lançamento previsto para abril .
‘A maior conquista que eu tive é poder levar essa mensagem que representa todos os povos indígenas para o mundo’ diz Kunumi. O rapper espera levar essa luta pela demarcação da terra e preservação da natureza para todos. Sua missão é a união de povos para fazer do mundo um lugar melhor no futuro.