Lab Dicas Jornalismo Publicidade 728x90
05/03/2024 às 23h37min - Atualizada em 12/03/2024 às 19h35min

O Sétimo Filho do Sétimo Filho: conheça a história do sétimo álbum do Iron Maiden

Lançado em 1988, o sétimo álbum do Iron Maiden é um marco na carreira da banda, incorporando elementos progressivos e conceituais à sua sonoridade tradicional.

João Lameira - Revisado por Nildi Morais
A capa daquele que é tido por muitos como o melhor álbum do Iron Maiden. (Foto: Reprodução/IRON MAIDEN BRASIL)

Sétimo álbum de estúdio da lendária banda britânica de heavy metal Iron Maiden, o “Seventh Son of a Seventh Son” foi lançado em 1988 e é tido até hoje como uma obra-prima dos ingleses. Mais do que um álbum tecnicamente excelente, ele também é famoso por contar uma história que envolve a figura mística do sétimo filho do sétimo filho. Contada através das letras das músicas, a narrativa gira em torno de um personagem que possui poderes proféticos, mas também enfrenta conflitos internos e externos devido a esses dons.

 

Após ler o livro “Seventh Son” (1987), do romancista americano Orson Scott Card, o baixista e líder da banda, Steve Harris, entrou em contato com o vocalista Bruce Dickinson e logo deu a ideia de escreverem um álbum conceitual. Em seu livro “Para que serve esse botão?”, Bruce contou sua reação:

 

“Quando ele [Steve] mencionou a expressão ‘álbum conceitual’, meus ouvidos se espicharam e meu coração disparou. Trama, teatro: estava tudo lá em ‘Seventh Son of a Seventh Son’.”

 



Foi o bastante para iniciarem uma história épica a ser contada com o característico heavy metal do Iron Maiden. Apesar de não seguir a ideia inicial, que era um álbum duplo, com toda uma história sendo contada nele, a essência de um álbum conceitual continuou ali, muito por conta da empolgação de Bruce, que até hoje em seu último álbum “The Mandrake Project” segue contando histórias completas.

 

O Sétimo Filho do Sétimo Filho

 

"Seven deadly sins

Seven ways to win

Seven holy paths to hell

And your trip begins
 

Seven downward slopes

Seven bloodied hopes

Seven are your burning fires

Seven your desires"

 

Praticamente declamada por Bruce, essas palavras abrem a primeira música do álbum. “Moonchild” introduz a profecia e o poder místico do protagonista que está para nascer. O místico sétimo filho do sétimo filho que nasceria com o dom de prever o futuro e enfrentaria, no futuro, as responsabilidades que seus poderes (e seu fardo) trariam.

O início de toda a saga (Reprodução: YouTube/Iron Maiden)

 

Em “Infinite Dreams”, o sétimo filho profetizado já nasceu e já é disputado pelas forças do bem e do mal. Aqui ele começa a ter conhecimento sobre seus poderes, sem conseguir controlá-los, ele começa a manifestar sua clarividência em seus sonhos - o que o deixa perturbado. Logo, seria hora de buscar alguém que pudesse guiá-lo.

 

Para isso, o Escolhido encontra um profeta. Em “Can I Play With Madness?”, ele começa a tentar tirar suas dúvidas e resolver seus dilemas. Mas o profeta não o considera pronto para receber todo o conhecimento, tanto que a música finaliza com a mesma pergunta que se inicia. Assim, chegamos à "The Evil That Men Do".
 

Baseada num romance de Shakespeare, a música caiu como uma luva no álbum. Dividido pelo bem e o mal, nosso protagonista se apaixona pela filha do profeta da música passada. Entretanto, sabendo do destino do Sétimo Filho, o profeta assassina a própria filha. Revoltado, então, o Escolhido finalmente decide qual lado seguirá e domina seus poderes.

 
"The evil that men do lives on and on" (Reprodução: YouTube/Iron Maiden)
 

Chegamos ao clímax na música-título do álbum. Em "Seventh Son of a Seventh Son", Bruce Dickinson recapitula a jornada do Sétimo Filho, até o momento que ele controla seus poderes. A música aborda os dilemas do Escolhido, sua luta interna (e externa) entre o bem e o mal e prepara o álbum para a profecia ser completa nas próximas músicas.

 

“The Prophecy” começa com o Sétimo Filho pleno em seus poderes e, assim, ele passa a fazer suas próprias profecias. Disposto a fazer o bem ele alerta à população sobre desastres que estão para acontecer, mas é tido como um falso profeta. Quando as tragédias previstas se concretizam, seus sentimentos de frustração começam a seduzi-lo para o lado do mal.

"The Clairvoyant" é uma das músicas mais pedidas nos shows da banda até os dias de hoje. (Reprodução: YouTube/Iron Maiden)

 

Em “The Clairvoyant”, o Sétimo Filho começa a aumentar os seus poderes a um nível que ele mesmo não consegue mais controlar. Ao não conseguir mais discernir suas visões da realidade, ele começa a sucumbir. Capaz de ver tudo, verdades, mentiras, futuro, passado, entretanto, como disse o profeta, ele não estava pronto.

 

Com o Escolhido sucumbindo à sua loucura, chegamos a “Only The Good Die Young”. Louco, após manifestar seus poderes e não ser capaz de salvar a população, o Sètimo Filho sucumbe às forças do mal que o tentaram desde o início (seria o próprio Lúcifer?). A música narra suas ações e como elas foram libertando os selos, até chegar ao sétimo, como os primeiros versos do álbum previram. 

 

Aqui, o protagonista sucumbe. O mal se regozija, pois seu objetivo foi cumprido e aqui encerra-se sua jornada, com Bruce novamente cantando aqueles versos, com uma leve mudança:

 

"Seven deadly sins

Seven ways to win

Seven holy paths to hell, ha, ha, ha
 

Seven downward slopes

Seven bloodied hopes

Seven are your burning fires

Seven your desires"


Link
Notícias Relacionadas »
Comentários »