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01/04/2024 às 18h24min - Atualizada em 11/04/2024 às 18h23min

St Anger: conheça a história do álbum mais polêmico da história do metal

Se você é minimamente familiar com o mundo do heavy metal você pode não ter ouvido esse álbum, mas já ouviu alguém falar mal!

João Lameira - Revisado por Nildi Morais
O Metallica em 2003 enfrentou (e venceu) um dos momentos mais turbulentos da sua carreira (Foto: Reprodução/Roadie Crew)

O ano era 2003 e, apesar do sucesso comercial dos seus últimos álbuns, o Metallica não vivia um dos melhores momentos da sua carreira. Na verdade, esse período é tido como um dos piores da banda, atrás apenas da perda do lendário baixista Cliff Burton, em um acidente em 1986. Neste artigo vamos entender tudo o que estava acontecendo nesse período na maior banda do mundo, e como toda essa turbulência resultou em um álbum talvez ainda mais polêmico.

 

Shoot me Again

 

Se no início dos anos 90 o Metallica alcançava o seu pico de sucesso com o Black Album, dez anos depois as coisas não eram tão favoráveis assim. Com novos direcionamentos e sons experimentais em Load e Reload, o Metallica já enfrentava críticas de parte de seus fãs mais antigos por conta dessas escolhas, que por si só já geravam tensões internas na banda.

 

O auge desses conflitos chegou em 2001, quando o baixista Jason Newsted deixou a banda devido a conflitos internos e a sensação de que sua criatividade estava sendo suprimida. E como desgraça pouca é bobagem, durante esse período, os membros do Metallica enfrentaram diversos problemas pessoais e legais. Enquanto o vocalista e guitarrista James Hetfield passou por um programa de reabilitação para tratar seu vício em álcool, o baterista Lars Ulrich estava envolvido em várias disputas legais, incluindo a controversa batalha legal contra o compartilhamento de arquivos do Napster.

 

St. Anger 'round my neck

 

Em meio  a toda essa turbulência, havia um detalhe: o oitavo álbum de estúdio da banda estava sendo gravado! Como é de se esperar, em toda peça de arte, tudo o que estava acontecendo nesse período acabou, de alguma forma, sendo eternizado no som do álbum, que viria a se chamar St. Anger. A espera pelo seu lançamento, inclusive, era tanta que a banda já havia contratado uma equipe para registrar todo o processo em estúdio. 

Alguns dos vários momentos de tensão documentados em "Some Kind of Monster" (Reprodução: YouTube/GuitarCarMan)

 

Entretanto, com os conflitos internos em ebulição, esse registro acabou se tornando um documentário, intitulado “Some Kind of Monster”. Nele é possível ver os membros da banda discutindo, e até mesmo fazendo terapia em grupo para conseguir superar esse momento. O documentário também registrou a busca da banda por um novo baixista, mostrando os testes e, por fim, a entrada de Robert Trujillo, que até hoje faz parte do quarteto.

 

Mas, mesmo com tudo isso, ele veio. "St. Anger" marcou uma mudança significativa no som do Metallica. O álbum apresentava um estilo mais cru e agressivo em comparação com seus trabalhos anteriores, com menos ênfase em solos de guitarra e uma abordagem mais direta e simplificada da composição, ao mesmo tempo em que James trouxe letras muito densas e pesadas - fruto de seus conflitos internos e experiência no rehab.

 

Frantic tic tic tac


Frantic! (Reprodução: YouTube/Warner Records Vault)

 

O lançamento de "St. Anger" veio acompanhado de grande expectativa e interesse, especialmente devido ao contexto turbulento em que o álbum foi criado. Havia uma promessa de retorno às origens após álbuns mais experimentais, mas o álbum recebeu uma reação mista dos fãs e críticos desde o início. Mesmo que a abordagem mais agressiva e crua fosse elogiada, muitos criticaram a falta de solos de guitarra e a produção do álbum - principalmente a bateria. No entanto, a curiosidade em torno do processo de criação do álbum, documentado no filme "Some Kind of Monster", ajudou a impulsionar o interesse e as vendas.

 

The Unnamed Feeling

 

Com o passar do tempo, o St Anger foi se tornando um “meme” dentro da comunidade do metal. Sinônimo de um álbum ruim, ou um lançamento desastroso. Apesar de muitas vezes esse tipo de opinião normalmente vir de pessoas que sequer ouviram o álbum, a crueza, a produção e outros fatores realmente acabaram jogando contra o registro.

 

Entretanto, ao longo dos anos, "St. Anger" também foi objeto de reavaliação por parte dos fãs e críticos. Enquanto alguns o consideram um ponto baixo na discografia da banda, outros o veem como uma expressão autêntica das lutas internas do Metallica na época. Independentemente das opiniões, "St. Anger" permanece como um marco na história do Metallica, mostrando sua capacidade de se reinventar e enfrentar desafios de frente.

 

E bem, isso parece que nunca foi e não é um problema para a banda.

Até hoje as músicas do St Anger figuram nas setlists da banda (Reprodução: YouTube/Metallica)


 
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