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08/11/2023 às 01h50min - Atualizada em 10/11/2023 às 19h57min

Dos palcos underground da Califórnia aos maiores estádios do mundo, conheça a história de Robert Trujillo

Considerado um dos maiores baixistas do mundo, Trujillo começou sua carreira tocando hardcore na Califórnia e logo se viu entre os titãs da música mundial

João Lameira - Revisado por Nildi Morais
Robert Trujillo, um dos maiores baixista do mundo. (Foto: Reprodução/Planet Radio)

 

Roberto Agustín Miguel Santiago Samuel Trujillo Veracruz é um dos maiores nomes do contrabaixo em todo o mundo do rock e metal. Nascido em Santa Mônica, na Califórnia, Robert Trujillo (melhor chamarmos pelo seu nome artístico) tem uma carreira marcada não só por sua versatilidade, criatividade e energia no palco, mas pela presença em várias bandas lendárias do som pesado, como Suicidal Tendencies, Ozzy Osbourne e, atualmente, o Metallica.

Início e primeiras influências

Nascido em 23 de outubro de 1964, Trujillo é americano, de origem mexicana e nativo americana. Logo cedo, ele já se interessou por música, principalmente por conta de sua mãe, que era grande fã de soul music, especialmente de artistas como Marvin Gaye e James Brown.

Entretanto, logo cedo o som pesado começou a seduzir o jovem Robert, que logo montou bandas de garagem tocando músicas do Black Sabbath, Rush e Led Zeppelin. Aos 19 anos, ele ingressou em uma escola de jazz com a intenção de se tornar um músico de estúdio. 

Influências no baixo

Robert é conhecido como um baixista virtuoso e com sons inovadores na música pesada. Sua técnica é apurada, tanto no pizzicato quanto no slap, tapping, entre outras técnicas - normalmente utilizando contrabaixos de 3 ou 5 cordas. Entre suas principais influências, ele cita como a principal delas o lendário baixista de jazz, Jaco Pastorius. Segundo ele, ouvi-lo era como ouvir Eddie Van Halen tocando 'Eruption'.

"Ouvir ele foi como ouvir Eddie Van Halen fazendo 'Eruption' pela primeira vez: Você pensava, 'Que instrumento é esse?' Eu amava jazz fusion e me ramifiquei a partir daí. Mas Jaco tinha uma pegada que ia muito além de sua persona jazzística. Ele era funk, ele era rock, ele era soul. E sua atitude toda era punk"



A entrada no punk e hardcore

Robert Trujillo tem muita influência do punk e do hardcore, especialmente pelo Bad Brains, que ele considera uma de suas bandas favoritas. Ele também admira o baixista do Black Flag, Chuck Dukowski, pelo seu estilo agressivo e dinâmico. Trujillo incorporou essas influências em seu modo de tocar, criando linhas de baixo rápidas, pesadas e melódicas.
 

'War Inside My Head', um dos clássicos do Suicidal Tendencies. (Reprodução: YouTube)

Seu primeiro trabalho de destaque foi quando ele substituiu Bob Heathcote como baixista da banda de crossover thrash Suicidal Tendencies, em 1989. Inicialmente creditado como "Stymee" no álbum Controlled by Hatred/Feel Like Shit...Déjà Vu, Trujillo permaneceu na banda até meados dos anos 90. 


 

Paralelamente ao seu trabalho com o Suicidal Tendencies, Trujillo é membro do projeto paralelo da banda, Infectious Grooves, junto com o vocalista Mike Muir. Pulando ao futuro, hoje o filho de Robert, Tye Trujillo é o baixista do Suicidal Tendencies, seguindo o legado do pai.

A colaboração com o Príncipe das Trevas



Após sair do Suicidal Tendencies, Trujillo se juntou à banda de Ozzy Osbourne, no final dos anos 90. Trujillo também participou das turnês de Osbourne, tocando clássicos como "Crazy Train", "Mr. Crowley", "Bark at the Moon" e "No More Tears". Ele também tocou com o guitarrista Zakk Wylde, que se tornou seu amigo e colega na banda Black Label Society. 

Com Ozzy, Trujillo co-escreveu várias músicas no álbum Down to Earth, de 2001 e ficou na banda até 2003, quando foi convidado para fazer parte do Metallica. Ele diz que foi uma decisão difícil, mas que Osbourne, de quem é amigo até hoje, o apoiou e o incentivou a seguir seu sonho. Em 2022, Trujillo foi um dos principais compositores do Patient Number 9, último álbum do Ozzy até então.

Tornando-se a quarta cabeça do monstro Metallica

Mas foi em 2003 que Trujillo entrou para seu mais longevo e talvez mais importante feito na carreira. Substituindo Jason Newsted, que havia saído da banda em 2001, Robert se tornou o baixista do Metallica. Vencendo vários candidatos em um rigoroso processo de audição, que foi documentado no filme Some Kind of Monster, Trujillo impressionou os membros da banda com sua habilidade, sua atitude e sua química. 

Trujillo é o baixista mais longevo do Metallica, tendo participado dos álbuns de estúdio Death Magnetic (2008), Hardwired… to Self-Destruct (2016) e 72 Seasons (2023), além de ter tocado em diversos shows lendários, como o concerto com a orquestra de São Francisco, S&M2 (2020) e o impressionante show na Antártida, em 2013.

Ao entrar na banda, Trujillo trouxe uma nova energia e um novo som para o Metallica, com seu estilo vigoroso e criativo - sendo tido como um dos principais motivos para a banda ser tão longeva. Além disso, ele se adaptou bem ao repertório da banda, tocando as músicas dos antigos baixistas, Cliff Burton (que ele cita como um de seus ídolos) e Jason Newsted, com respeito e personalidade.
 

Um dos maiores palcos do mundo, Trujillo é parte fundamental do Metallica. (Reprodução: YouTube)

 

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