Lab Dicas Jornalismo Publicidade 728x90
04/05/2021 às 17h55min - Atualizada em 04/05/2021 às 17h32min

Hora de se aventurar: ecoturismo cresce durante a pandemia

Com o isolamento e as devidas precauções, jovens buscam alternativas de saúde e lazer ao ar livre.

Francielli Bachião - Revisado por Mário Cypriano
Nascer do sol tirada de dentro da barraca no alto do Pico dos Marins - Foto: Acervo Pessoal / Jean César.

Desde o início do isolamento, em março do ano passado, as pessoas ficaram impossibilitadas de continuar suas atividades habituais e a busca por uma vida mais calma ao desligar da correria do dia a dia e se conectar com a natureza aumentou. Por isso, fazer longas caminhadas na natureza pode ser uma ótima opção de lazer e saúde.

Lucas  Peixoto, 32, guia nativo turístico no pico dos Marins (Piquete- SP), afirmou um crescimento na procura por atividades ao ar livre. “As pessoas  tem me procurado e implorado por atividades assim. Muitos dizem que não aguentam mais ficar em casa e que a natureza irá lhe fazer bem”, concluiu Peixoto.  

Neste tipo de atividade - conhecida como trekking -, o indivíduo tem a possibilidade de explorar locais isolados dos centros urbanos, respirar o ar puro e se divertir. E isso é o que não falta no Brasil! De norte a sul, o país é contemplado por áreas com paisagens naturais, marcadas por lugares montanhosos, cachoeiras e muito verde. Concorda?!

A psicóloga Ilana Costa Ferreira, 24, que segue a abordagem da psicologia analítica junguiana, explica que “para Jung, tudo que rodeia o indivíduo é parte dele e quando interage com a natureza, também interage com sua totalidade enquanto ser. (...) Quando contempla a natureza, também contempla a si mesmo de alguma forma”. 

Um exemplo disso é a joseense Fabiola Zuckert, 32. Gestora em turismo e futura guia, como costuma dizer, seu quintal é dentro da Serra da Mantiqueira. Apaixonada por picos, montanhas e cachoeiras, tem uma conexão muito grande com esse meio e já presenciou grandes maravilhas em diversos lugares, buscando fazer dessa paixão um trabalho. “A natureza é meu religare, me ensina, me conecta com Deus e com minha essência! Eu amo acampar, amo meus gatos e plantas”, relatou. 

A aventureira ainda disse que é uma pessoa melhor a cada dia e que cada vez mais dá valor a tudo o que realmente importa: preservar a natureza, sentir a presença de Deus, valorizar o presente, os momentos e os sentimentos.
 


Natureza é saúde


Um estudo feito pelo jornal Scientific Reports, publicado na revista Nature em 2019,  revela que o contato com a natureza está associado ao alívio de sintomas e distúrbios como a depressão, a ansiedade e o estresse; bem como com o aumento na sensação de bem-estar e a melhora do humor.  

“O ato de 'recarregar as energias”' é extremamente importante para saúde em todos os aspectos, pois aumenta a imunidade, reequilibra nossa mente e permite uma conexão com nós mesmos, o que interfere diretamente na nossa relação social com o outro, dentre muitos outros benefícios”, explica llana.

O guia encerra a fala da psicóloga ao mencionar o quanto seu trabalho é gratificante, pois não promove apenas a orientação, mas também um trabalho de motivação e superação.
 

“Já tive clientes que pararam de fumar, outros que entraram na academia e mudaram o estilo de vida! Eu gosto muito de ver essa mudança nas  pessoas e se hoje meu amor transborda pelo que eu faço é exatamente por isso, por saber que aquele momento da escalada fez algum sentido na vida daquela pessoa. E falar de Marins para mim é falar de AMOR!”, encerra Peixoto.


Experiências

 

Jean César, um jovem de 23 anos, que reside no Vale do Paraíba - SP, embarcou nessa aventura com os amigos e foram para o Pico dos Marins, em Piquete-SP. Ele também contou que nenhum dos integrantes tinha ido ao cume, mas que compraram alguns itens para a alimentação (muita água por sinal) e foram, definitivamente, com a cara e a coragem. 

O jovem disse que foi muito cansativo e que enfrentaram alguns obstáculos, pensando até em desistir, mas a turma persistiu e depois de uma boa caminhada chegaram até o cume.
 

“A junção da fauna e flora é magnifica, tiramos muitos registros, foi  incrível [...]. Quem tem vontade de ir, vá, pois é uma experiência muito boa”, finalizou.


Maria Eduarda Pallaro, 22, de Astorga – PR, formada em estética e cosmetologia, também passou por essa aventura. Recentemente, descobriu uma nova paixão: a natureza. Maria e o namorado, juntos a um grupo de amigos, decidiram escalar o Pico Agudo, que fica localizado em Sapopema – PR. Esse pico é um dos mais altos da região norte do Paraná.

Os jovens foram sem um guia, pois um deles já havia subido o cume uma outra vez, então sabiam o caminho. Maria Eduarda contou que a escalada é tranquila até a metade, mas depois começa a ficar complicada. Em algumas partes, a turma dependeu de cordas e apoios de ferro para conseguir subir.

 

“A subida é cansativa, afinal são 1.224 metros de altitude, mas a vista final compensa, o nascer do sol é de tirar o fôlego, você fica deslumbrado com tamanha beleza”, relatou.  

Maria Eduarda disse que no alto do pico era frio e ventava muito. Para os aventureiros, recomendou alguns itens necessários, como uma lanterna, bastante água e lanches leves, além de se agasalhar bem. Apesar de todos os obstáculos, a esteticista afirmou que foi uma experiência incrível e recomenda muito.
 


Link
Notícias Relacionadas »
Comentários »