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08/06/2021 às 12h01min - Atualizada em 07/06/2021 às 10h19min

‘Casas do Hip Hop’ fortalecem a cultura entre moradores da periferia

Com a participação em projetos culturais, jovens e adultos da periferia são tocados pela arte e têm suas vidas transformadas

Kethilyn Mieza - revisado por Jonathan Rosa
Casa do Hip Hop de Mauá. (Foto: Reprodução/ Kethilyn Mieza)

Além de fortalecer o reconhecimento da arte e representar a cultura nascida na periferia, as Casas do Hip Hop disponibilizam projetos sociais e atividades de diversos segmentos para moradores de comunidades. A primeira casa foi construída em Diadema - SP há mais de 20 anos, e segue na apresentação da cultura e auxílio à população até hoje.

César Massotti, conhecido como ‘B-boy Suco’, é coordenador da Casa do Hip Hop de Mauá, criada em 2015. Para ele, a conquista de um espaço como este é uma grande vitória para a região, principalmente por estar localizado em um ponto estratégico da cidade. Já que grande parte dos frequentadores moram nas comunidades próximas e carecem de acesso à cultura. “É gratificante ver os alunos se divertindo nas aulas e rendendo bons resultados, e é isso que me mantém firme nesse projeto”, relata o B-boy

Quando questionado sobre o que poderia ser diferente se mais espaços culturais como esse fossem construídos, B-boy Suco argumenta que “não adianta ter mais espaços, se não tiver uma boa estrutura e os professores não forem bem remunerados”, ele acredita que além da construção de mais espaços desse tipo, as autoridades precisam continuar investindo em estruturas já existentes. 

"Quando um espaço cultural dá lugar para a cultura da periferia, isso legitima a força e a potência que a cultura local tem, tendo em vista que há escassez de oportunidade de acessos a serviços básicos, e a arte acaba servindo como uma válvula de escape para expor as mazelas da sociedade.”, enfatiza Raquel Vicente (Kel KL), grafiteira e praticante da cultura Hip Hop em Mauá.

Outro colaborador do movimento é Wesley Soares, apelidado de “Café”, que atua como professor de Educação Física e coreógrafo, e é um dos jovens transformados pela arte. Café já representou a cultura urbana em festivais nacionais e internacionais, e diz que o Hip Hop é uma ferramenta para lidar com as emoções.  “É muito importante reconhecer a cultura através desses espaços, para assim conseguir realizar um trabalho social bem aplicado”, avalia o professor.

Um sentimento comum entre os entrevistados é a capacidade de ver a arte como uma arma com o poder de transformar vidas. Para esses artistas é necessário entender a necessidade de investir em espaços culturais que proporcionam o contato com a cultura desde cedo, em especial para os jovens de baixa renda ou que buscam um refúgio e novas formas de ver o mundo.


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