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28/06/2021 às 16h08min - Atualizada em 25/06/2021 às 16h41min

Pessoas Públicas: é preciso se posicionar?

Em um dos momentos mais críticos do atual governo, manter um posicionamento responsável é de um ótimo tom

André Arruda - editado por Luhê Ramos
Google/Reprodução
É inegável que com as redes sociais os assuntos tomam uma grande proporção e no âmbito político não é diferente. No Brasil, em 2016, uma forte discussão tomou conta da internet, pois na época aconteceu o impeachment da ex-presidenta Dilma Roussef. Muitos apontavam como golpe e outros achavam justa tal decisão, inclusive personalidades conhecidas pelo público também se manifestaram sem medo. Só que foi nas eleições de 2018 onde tudo se polarizou. Com Jair Bolsonaro na disputa, um candidato repleto de declarações polêmicas (para não dizer criminosas), e outro representando um partido recheado de escândalos de corrupção. Tudo se dividiu, vários artistas, jornalistas e personalidades fortes da mídia não se amedrontaram com as futuras retaliações, e deixaram bem claro de que lado estavam. 
 
De lá pra cá as coisas só ficaram mais difíceis. Com uma gama de apoiadores e um discurso extremamente conservador, Bolsonaro foi eleito. Despertando nas redes uma divisão ainda maior. Com os nervos aflorados e temendo ataques, até um certo ponto é compreensível o medo de tomar partido sobre algo. Porém, quando se é um indivíduo público é preciso entender a responsabilidade social que se carrega. 
 
Quando se escolhe uma profissão onde se estende a ser conhecido pela massa, é essencial saber que nem tudo vai ser glamour. Atualmente com as mídias sociais existe um receio muito maior de falar e tudo por causa do famoso cancelamento. Muitos temem perder seus amados seguidores, seus contratos milionários. Entretanto, não é se isentando que isso vai ser evitado. 
 
No momento presente do país é importante usar a influência que possui para cobrar das autoridades uma gestão competente. Com mais de 500 mil mortes, um alto índice de contágio, um governante que ignora e-mails para a compra de imunizantes e um poderoso esquema de corrupção durante uma pandemia, se calar é conivente. Os grandes influenciadores, cantores, atores e outros, precisam sair de suas bolhas luxuosas e encarar a vida real como ela é. Se na hora de promoverem seus respectivos trabalhos eles abusam nas divulgações, porque não usar esse mesmo espaço para denunciar a barbárie que está sendo feita com a população brasileira. 
 
É óbvio que para tomar um posicionamento correto, precisa-se também buscar conhecimento, estudar sobre aquilo que vai levantado. Não adianta apenas postar fotos com hashtag e bancar o politizado. Na verdade, isso só vai ser algo superficial para entrar no hype. Um grande exemplo de posicionamento encontramos na cantora Anitta. Se nas últimas eleições ela foi bem criticada por uma certa isenção, hoje ela não tem medo de usar sua visibilidade nas causas que acredita. No começo da pandemia ela até promoveu lives para explicar conceitos básicos da política brasileira. Isso prova que mesmo se pronunciando politicamente, a poderosa ainda mantém seu posto bem garantido. Ainda que perca alguns contratos, a sua imagem se fortalece pelo fato de não se sentir intimidada em se colocar como cidadã. 
 
Chegou um momento no qual não tem como viver ignorando tudo o que está acontecendo no Brasil. Não existe neutralidade, o silêncio é sim uma forma de se situar diante das situações. É preciso deixar o medo de lado e entender que o papel de cidadão deve ser cumprido. Se essas personalidades tem voz para lucrar, elas também precisam usá-las para reivindicar.
 

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