Jon Kent, designado a assumir a identidade do Superman na nova geração de super-heróis da DC Comics, gerou repercussão nas últimas semanas após pronunciamento da editora acerca do desenvolvimento do personagem. Segundo ela, Jon assumirá ser bissexual na quinta edição da série "Superman: Son of Kal-El", que estará disponível digitalmente a partir de novembro. As opiniões nas redes sociais se dividiram quanto à intenção e às consequências da narrativa em desenvolvimento.
Em entrevista ao portal de entretenimento IGN, o roteirista da história, Tom Taylor, evidenciou: "Quando me perguntaram se eu queria escrever um novo Superman com um novo número 1 para o Universo DC, eu sabia que substituir Clark por outro salvador branco hétero poderia ser uma oportunidade real perdida". Para o produtor, é essencial que o público possa sentir-se representado em personagens clássicos como esse e a narrativa do novo super-herói torna-se, assim, uma oportunidade de diversificar o espaço das histórias em quadrinhos.
A tendência à adoção de identidades mais plurais jamais alcançou tamanha proporção nesse universo, mas a presença de personagens LGBTQIA+, por exemplo, é uma realidade há décadas nas produções da DC. Dentre as figuras de referência dessa conjuntura, podem ser citados:
Mulher Maravilha
Mulher Maravilha, a princesa amazona.
A famosa Princesa Diana, apesar de não ter vivido nenhum romance que apontasse isso, é bissexual. Originada na década de 40, os roteiristas confirmaram a orientação sexual da super-heroína.
Lanterna Verde
Alan Scott, o primeiro Lanterna Verde.
Também surgido nos anos 40, Alan Scott é gay. Essa informação foi confirmada apenas em 2012 pela DC, quando o personagem surgiu noivo de Sam Zhao.
Batwoman
Batwoman, a Kate Kane.
Em 2006, foi anunciado que Kate Kane é lésbica. A prima do Batman já namorou uma detetive da cidade de Gotham e agora é noiva da policial Maggie Sawyer.
Sara Lance é bissexual e já namorou Nyssa Al-Ghul, filha do supervilão Ra's Al-Ghul, e Oliver Queen, o Arqueiro Verde. Hodiernamente, namora Ava Sharp, diretora da Agência do Tempo.
Os sucessos das narrativas que circundavam as construções de personagens, como os citados anteriormente, não foram inibidos por suas orientações sexuais ou por quaisquer outra característica identitária. Ao contrário, o desenvolvimento dessas figuras clássicas geram maior identificação e aproximação com os mais diversos públicos. As grandes organizações de entretenimento, como a DC Comics, agregam as questões sociais às produções cada vez mais. Como exemplo disso, existe o projeto "DC Pride", que une diversas histórias de personagens LGBTQIA+ em quadrinhos mais longos, o que evidencia a relevância de dar destaque a essas figuras no universo das histórias em quadrinhos e prepara o espaço para o desenvolvimento de mais narrativas nesse sentido.