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29/11/2022 às 18h26min - Atualizada em 29/11/2022 às 18h26min

EUA vence 'confronto geopolítico' e avança para as oitavas da Copa

Time americano terá a Holanda na próxima fase; agentes do Irã agrediram e intimidaram torcedores para evitar protestos

Paulo Octávio - labdicasjornalismo.com
Soccer: Pulisic vence a zaga e faz o gol da classificação. Foto: Fabrizio Bensch /Reuters
Em um dos piores jogos da Copa do Mundo de 2022, EUA venceu o Irã por 1 a 0 e se classificou para as oitavas de final. Gol foi marcado por Pulisic aos 38 do primeiro tempo. Com resultado, os norte-americanos ficaram na segunda posição do grupo B, com cinco pontos. Inglaterra foi a líder com sete. Irã parou na terceira posição com três, e  País de Gales, o último, com um ponto. Os dois últimos foram eliminados. Essa é a sexta vez na história que time estadunidense consegue a vaga para o mata-mata do Mundial de seleções. A melhor campanha foi em 1930 quando conseguiu o terceiro lugar. Já Irã segue sem nunca ter passado da primeira fase da Copa em seis tentativas.

A partida gerou interesse pelos conflitos políticos entre os dois países e por ser o primeiro embate entre as seleções desde 1998, quando os iranianos deram flores aos rivais e tiraram fotos juntos --- o que irritou quem não queria cumprimentos. Dessa vez, o protocolo seguiu de forma normal e, no final do jogo, os atletas se cumprimentaram. 

Mas fora dos gramados, houve repressão. Agentes enviados pelo Irã fiscalizaram a torcida para impedir manifestações como faixas com os dizeres "Liberdade às vidas femininas" em protesto a morte de 
Mahsa Amini. Eles estavam com bandeira com brasão de armas, que começou a ser adotada a partir da Revolução Islâmica em 1979. A jornalista brasileira Domitila Becker presenciou agressões desses agentes até contra crianças. Ela quis entrevistar as iranianas e foi ameaçada pelos inflitrados que filmaram o rosto de quem tentava dar entrevistas como forma de intimidação..

A polêmica mais recente entre as nações aconteceu na semana passada quando os EUA excluiu o emblema oficial e as linhas escritas da bandeira do Irã em uma foto divulgada nas redes sociais. Atitude se deu em apoio aos protestos que pedem mais direitos as mulheres no Irã após a morte de Mahsa Amini. A curda foi agredida após ser abordada por usar o véu de forma errada, de acordo com a polícia local. Isso despertou reação no país e 300 pessoas morreram nas manifestações. E, em apoio, os jogadores se recusaram a cantar o hino na estreia contra Inglaterra.

Essa rivalidade  começou em 1953 quando os EUA promoveram um Golpe de Estado para derrubar o primeiro ministro Mohammed Mossadeghi e reestruturar a monarquia do Xá Mohamed Raza Pahlevi. E piorou  em 1980, um ano depois da Revolução Islâmica. Pahlevi deixou o país rumo aos EUA. Em seu lugar entrou o aiatolá Ruhollah Khomeini, que tinha uma política de rejeição ao ocidente. A partir daí, o regime passou a utilizar das leis baseadas no Alcorão e ameaçou exportar essa revolução aos países vizinhos. Isso não agradou o governo americano, que chegou a apoiar Saddam Hussein na guerra entre Irã e Iraque (1980 a 1988). 

Nas décadas seguintes, EUA impôs embargos ao Irã até que Barack Obama tentou uma reconciliação e propôs um acordo nuclear. Mas Donald Trump voltou a romper relações, e em um ataque ao aeroporto de Bagdá, feito a pedido de Trump, dois líderes iranianos morreram; houve promessa de vingança. 

1º TEMPO

EUA criou mais chances e teve volume de jogo superior. Aos 10, Pulisic subiu para cabecar, mas não pegou bem de cabeça e goleiro fez boa defesa. Irã respondeu aos 16, quando, em lançamento longo, tentou pegar a zaga desprotegida. Taremi serviu o Azmoun na cara do gol, mas a defesa cortou. Depois, os norte-americanos dominaram as ações. Sargent bateu forte, a bola desviou e Weah cabeceou fraco. Aos 32, Weah teve nova oportunidade. Recebeu passe de Sarget e bateu forte por cima do gol.

E de tanto tentar, os EUA marcaram. Aos 38, Mckeniee fez um belo lançamento para Dest, que deu de cabeia para Pulisic. O meia de frente com goleiro, desviou para o fundo da rede. Dessa forma, os americanos avançavam para o mata-mata. Na sequência, Sargent foi ao fundo e bateu cruzado para fora.  No finalzinho, Weah recebeu lançamento e tirou do goleiro para fazer o segundo, mas a arbitragem deu impedimento. 

2º TEMPO

Com a necessidade de empatar para seguir na Copa, Irã tentou de todas as formas, mas só conseguiu a primeira finalização aos 8'. Razaein cruza e Ghoddos cabeceia para fora. Dez minutos depois, Gholizadeh invadiu a área e cruzou, Taremi furou e Ghoddos bateu bonito, só que errou o alvo. Por mais que tivesse a bola, faltou qualidade para os iranianos, que só conseguiram outra boa oportunidade aos 47, em bola parada. Pouralignaji deu de cabeça para fora. 

Aos 37 e 53, Irã pediu pênaltis. No primeiro, reclamou de toque de mão do Mooke, mas o braço dele estava colado no corpo. E depois, Taremi pediu empurrão. O lateral até deixou bola sair e fez desenho do VAR e o banco pressionou o árbitro, que nada deu.

PRÓXIMOS JOGOS

EUA encara a Holanda, no sábado (26), ao meio dia, no estádio Khalifa Internacional para o primeiro jogo das oitavas de final. Já Irã volta a campo no ano que vem para começo do novo ciclo até a Copa de 2026.

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