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31/01/2023 às 11h12min - Atualizada em 29/01/2023 às 12h06min

Cultura e Globalização: Uma relação de identidade em um “mundo de iguais”

Entenda como funciona partindo da compreensão da homogeneização social.

Vitória Barbara - Revisado por Flavia Sousa
Relação entre globalização e cultura. (Fonte: Reprodução / Vitória Barbara)

A globalização é um processo de expansão econômica, política e cultural a nível mundial. A nossa sociedade encontra-se repleta de elementos próprios do processo da globalização como os celulares e internet, por exemplo – o que permitiu a rápida conexão entre as diferentes localidades do planeta, mesmo as mais distantes entre si, interferindo e dinamizando a proliferação das tradições dos diferentes locais.
 

O termo cultura deriva do verbo latino colere, cultivar, e estava originariamente relacionado ao cultivo da terra. Podemos compreender a cultura como um padrão dos comportamentos, tradições e conhecimentos de um determinado grupo social, incluindo a língua, as comidas típicas, as religiões, música local, artes, vestimenta, entre outros aspectos. 


O tema é relevante para entendermos o mundo em que vivemos. A pergunta que nos é apresentada é a de como devemos pensar e analisar as novas concepções para a cultura local ou nacional diante da globalização, ou melhor, a globalização como um processo cultural. 


Relações entre cultura e globalização 


As relações entre cultura e globalização se dá através da compreensão dos meios de comunicação e pela democratização em seus usos e acessos. Por conta da globalização, foram ampliadas as facilidades de comunicação e, consequentemente, a transmissão dos valores culturais.  


Os novos meios de comunicação, criação de correntes de opinião pública, padrões e valores culturais, são alguns dos vários aspectos da globalização que se generalizaram ou se aprofundaram nos mais diversos cantos do mundo. Assim, é possível perceber que as diferentes culturas e os diferentes costumes podem se interagir sem a necessidade de uma integração territorial. 


No entanto, vale ressaltar que esse processo de interação cultural não se dissemina de forma igualitária, de modo que alguns centros economicamente dominantes compartilham em maior número os seus elementos culturais, o que os torna capazes de gerar e controlar os padrões de comportamento das pessoas, como as roupas por exemplo.  


Por esse motivo, foi aberto uma discussão sobre a criação de um “mundo de iguais” que pode acontecer a partir de uma homogeneização das culturas, isto é, a padronização dos modos de ser e agir dos indivíduos com base em uma referência predominante, fazendo submeter os valores locais e tradicionais. 


E é aí que entra a problemática do processo de homogeneização cultural. Muitos acusam esse processo como um sistema cruel, já que a globalização não se democratiza inteiramente e apenas dá espaço para os setores economicamente dominantes da sociedade.  


Por outro lado, muitos valores regionais se mantiveram, à medida em que outros se reinventaram. Alguns, mesmo considerados oprimidos ou violentados pelo processo de dominação política, colonial e imperialista, se suportaram em um processo de resistência e até conseguiram se reproduzir em outros territórios - como é o caso dos hábitos e princípios religiosos de origem africana no Brasil. 


Frente à contradição entre o processo de globalização e as demandas por legitimação ou manutenção das diferenças culturais, os sistemas de comunicação, informação e transporte elevam a capacidade da globalização de disseminação, o que faz existir a possibilidade dos costumes e valores locais se intercalarem aos elementos globais. 


Globalização: fator agravante do preconceito cultural ou não? 


Xenofobia e a globalização.

Xenofobia e a globalização.

(Foto: Reprodução / Demonstre)
 


Não podemos ignorar os efeitos da globalização no campo da intolerância. As questões relacionadas ao preconceito, ao racismo, à intolerância são agravadas por conta desta realidade. E as reações também segue o mesmo passo. Quando existem culturas oprimidas, os preconceitos se tornam pertencentes a esse processo. 


O processo migratório e a globalização formaram um elo inseparável desde a última metade do século passado – o que ouso em dizer que foi a principal causa do surgimento da xenofobia. As migrações geram vários encontros de povos de diferentes culturas, raças, credos e religiões.

Geralmente, é algo positivo. No entanto, algumas pessoas nativas de uma determinada região apresenta resistência ao processo migratório, resultando em um grave problema social.
 


A xenofobia ocorre frequentemente nos países mais ricos e desenvolvidos, como na Europa, por exemplo. Os nativos acreditam que os imigrantes são os responsáveis pelo desemprego, criminalidade e todos os problemas sociais existentes em um país. Alguns grupos xenofóbicos na Europa são os Skinheads, na Inglaterra, e os Neonazistas, na Alemanha. 


É claro que não podemos deixar de mencionar que sim, a xenofobia pode ocorrer também dentro de um mesmo país, como acontece no Brasil. Temos o exemplo dos preconceitos sofridos pelos nordestinos no sudeste brasileiro. No geral, são concedidos estereótipos de forma pejorativa, tais como “cabeça chata”, “baianos”, “paraíbas”, entre outros. 


Globalização cultural 


A globalização presume a ideia de desterritorialização e desinstitucionalização, em um movimento em direção a um mundo que não há fronteiras. Vivemos em uma sociedade onde consumimos um produto direto ou indireto do processo de globalização cultural, como por exemplo a degustação de uma culinária estritamente regional. 


Hoje existem muitas culturas que ganharam uma visibilidade de forma global, devido à intensidade e à rapidez da informação que roda pelo mundo. Este tipo de acontecimento pode encaminhar a humanidade à tolerância e aos ideais universais, onde haveria a inclusão de todos. No entanto, é um processo longo e vai caber às próximas gerações a conseguir tal feito. 

Para saber mais sobre globalização, clique aqui.


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