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08/06/2023 às 21h51min - Atualizada em 09/06/2023 às 15h03min

A valorização da literatura nacional e a representação da imagem brasileira

A importância de ter livros escrito por brasileiros na estante para reafirmar a nossa cultura

Júlia Gonçalves - Revisado por Nildi Morais
Os hábitos de leitura dos brasileiros tem aumentado nos últimos anos. (Foto: Reprodução/Getty Images)
Nos últimos anos, houve um crescimento significativo na produção de conteúdo relacionado ao universo literário. São muitos os perfis do booktok ou do bookgram divulgando livros dos mais diversos gêneros e autores. Mas você já parou para pensar quantas dessas publicações que falam sobre livros nacionais? E apesar do número de leitores e de livros vendidos aumentarem constantemente, a preferência ainda é dos livros estrangeiros, em especial os produzidos por autores americanos e europeus.



Só que não é preciso ir muito longe para encontrar um autor excepcional. A nossa literatura está recheada de talentos escondidos e é um deleite ver que o mercado está começando a abraçar cada vez mais os talentos da literatura brasileira. Na Bienal de São Paulo de 2022, mais de 300 autores nacionais participaram do evento. Na lista geral de mais vendidos, atualmente, dos vinte títulos no topo do ranking, oito são nacionais.

E nossa literatura não se resume à Machado de Assis e outros. Temos muitos escritores, que falam sobre diversos assuntos, de todos os tipos. Há livros para todos os gostos e estilos.
 
Livros nacionais X Livros estrangeiros

Então, afinal, por que deixamos de olhar para a nossa literatura e valorizar os nossos autores? Muitos autores copiam capas de livros estrangeiros na esperança de que vá chamar mais atenção do leitor, que vai pegar aquele exemplar e julgar que se trata de um livro vindo de outro país. Muitos livros possuem nomes e cenários que se passam em países do hemisfério norte para deixar o livro mais atrativo para quem busca uma história para ler. Essas tentativas de enquadrar os autores em padrões criados com base em produções literárias estrangeiras. É importante valorizar e dar uma chance para os autores que carregam bagagens similares as do leitor, que compartilham experiências parecidas e as mesmas raízes. Existem escritores incríveis pelo Brasil.



É fundamental ter acesso a livros estrangeiros e histórias escritas por pessoas de diferentes nações, é uma maneira de sair d uma bolha e mergulhar em outras culturas de maneira saudável, subjetiva e empática. Entretanto, também é essencial olhar para a produção literária nacional e reconhecer a riqueza de vivências e narrativas que existem em solo brasileiro. A valorização da cultura começa a partir do momento em que se respeita e admira aquilo que é produzido dentro do território nacional. Um reflexo desse enaltecimento da cultura nacional está no aumento do número de editoras que priorizam os autores brasileiros, no crescente número de best-sellers nacionais nas listas de mais vendidos.
 
Além dos clássicos

Quando se fala de literatura nacional é muito comum pensarmos nos clássicos como Machado de Assis. E não é difícil encontrar quem diga que não lê livros nacionais por conta de experiências ruins com os grandes clássicos. Muitos foram obrigados a ler essas histórias durante o período escolar, o que pode ter causado dificuldade na leitura e até feito com que muitos julgassem que todos os livros escritos por brasileiros fossem de difícil compreensão. 

Alguns desistem do hábito de ler por sempre se depararem com livros que não cativam. Mas é importante sempre procurar e arriscar até encontrar um autor, gênero ou tipo de escrita que agrade. Por isso, aqui embaixo tem algumas sugestões de autores brasileiros atuais que estão fazendo muito sucesso e tem opções para todos os gostos.

Itamar Vieira Junior
De Salvador, na Bahia, ele é o autor do romance Torto Arado, ganhador do Prêmio Jabuti, um dos mais importantes da literatura nacional, em 2020. O livro conta a história de duas irmãs, Bibiana e Belonísia, que vivem em condições de trabalho análogas à escravidão nos anos atuais em uma fazenda no sertão da Chapada Diamantina.

Bianca Santana
Natural da capital paulistana, além de escritora, ela é cientista social, jornalista e taróloga. Ela escreveu os livros Continuo Preta: a vida de Sueli Carneiro e Quando me descobri Negra, um dos vencedores do Prêmio Jabuti em 2016, na categoria Ilustração. Bianca foi considerada “mulher inspiradora” em 2015 e 2016, na área da literatura, pela Think Olga, e é hoje colunista da Revista Cult.

Jarid Arraes
Escritora, cordelista e poeta de Juazeiro do Norte, na região do Cariri, no Ceará, (CE). Ela foi vencedora do prêmio APCA em Literatura na categoria “conto” com o livro Redemoinho em Dia Quente, em que fala sobre mulheres brasileiras que não se encaixam em padrões e desafiam expectativas. Ela também escreveu Heroínas Negras Brasileiras em 15 Cordéis, em que conta a história de mulheres negras que fizeram a história do Brasil.

Paula Pimenta
A escritora mineira é, de acordo com sua própria definição, “autora de livros cor-de-rosa”. É também um fenômeno: escreveu mais de 20 títulos, possui mais de dois milhões de exemplares vendidos e teve suas obras publicadas em países como Espanha, Itália, Portugal e toda a América Latina. Sua trajetória se iniciou em 2001, mas seu livro de maior sucesso só chegou ao público em 2008 e virou um best- seller. O romance Fazendo Meu Filme é sua coletânea de maior sucesso e muito querida entre jovens. A autora possui muitos outros livros ambientados no Brasil, inclusive releituras de contos muito famosos, como Cinderela.

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