O mercado do terror de 2023 ficou ainda mais aquecido pelo lançamento de “A Morte do Demônio: Ascensão”, que chegou aos cinemas brasileiros no fim de abril. As boas avaliações da crítica animaram o público e o resultado não poderia ser outro: a obra alcançou a maior bilheteria da saga, alcançando mais de 100 milhões de dólares.
Mas em como todo filme de franquia, após a estreia, surgiram as questões: o novo Evil Dead chegou perto do original? Ficou melhor do que a versão de 2013? Respondendo a primeira pergunta: não. E é difícil que qualquer outro que seja lançado futuramente alcance o nível do clássico de 1981.
Antes de fazer a comparação entre os mais recentes, é interessante ressaltar a curiosidade: “A Morte do Demônio: Ascensão” e “A Morte do Demônio” tem exatamente 10 anos de diferença e as estreias foram praticamente no mesmo dia.
O enredo dos dois gira em torno da mesma ideia: irmãos que foram afastados pelo tempo (e outras questões familiares) decidem se reunir novamente depois de anos, mas o reencontro é atrapalhado depois de alguém ler um livro proibido e libertar um demônio mortal.
No longa de 2013, Mia é uma jovem que sofre com problemas relacionados à dependência química e aceita ficar isolada em uma cabana no meio da mata junto aos amigos e ao irmão David para tratar o vício. No porão da casa, eles encontram um livro. Mesmo cercado por arame farpado e marcado por avisos para não abrir, Eric (um dos membros do grupo) ignora todos os sinais e começa a ler os escritos e liberta uma entidade. Ao falar da narrativa, essa é a versão que mais se aproxima do original.
Desde o começo da saga, violência e sangue são dois elementos indispensáveis. Nos longas iniciais, se analisados com os olhos de hoje, não são tão chocantes por conta da tecnologia da época justamente porque a maioria dos efeitos eram práticos.
O remake de 2013 é sangrento e não esconde isso desde a cena de abertura. Esse excesso de gore também é presente no de 2023, talvez até mais. A produção contratou uma cozinha industrial para fazer mais de 6 mil litros de sangue falso. Nas sessões exclusivas, antes de ficar disponível para o público geral, pessoas passaram mal e tiveram que ser atendidas do lado de fora da sala.
Uma das principais características de “A Morte do Demônio" é o uso do humor ácido e satírico. A versão de Fede Alvarez utiliza esse artifício, mas como um todo a obra é mais “sóbria”. Já na mais recente, dirigida por Lee Cronin, esse caráter humorístico está muito mais presente, o que levou muita gente a dizer que “o filme não dava medo”.
Observando os sites especializados Rotten Tomatoes e IMDb respectivamente, “A Morte do Demônio: Ascensão” se sai relativamente melhor com 84% de aprovação e 6,7 de nota, o de 2013 tem 63% e 6,5.
A comparação entre os dois é inevitável, mas na realidade é até difícil fazer esse paralelo, pois os filmes têm propostas diferentes. O de 10 anos atrás traz praticamente todos os elementos criados por Sam Raimi (e por isso é compreensível a nota mais baixa, já que gera expectativas por ter relação direta com o de 1981). O de 2023 usa apenas algumas dessas características e é ambientado em um contexto diferente do restante da saga.
Referências
SABBAGA, Julia. Evil Dead Rise é sequência, remake ou reboot de Evil Dead?. Omelete, 2023. Disponível em: https://www.omelete.com.br/terror/evil-dead-rise-morte-do-demonio-ascensao-sequencia-remake-reboot. Acesso em 17 de junho de 2023.
AVILA, Gabriel. Tudo sobre A Morte do Demônio: A Ascensão, o novo filme de Evil Dead. Jovem Nerd, 2023. Disponível em: https://jovemnerd.com.br/nerdbunker/tudo-sobre-a-morte-do-demonio-evil-dead/. Acesso em 17 de junho de 2023.