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04/07/2023 às 20h05min - Atualizada em 04/07/2023 às 19h27min

Afropunk: o encontro da negritude

Gabriela Santos Souza - Revisado por Carolina Nunes
Logotipo. (Foto: Divulgação)

Já ouviu falar no afropunk? 

 

O Afro-punk ou Afropunk é a participação de negros, minoria dentro movimento, no cenário punk e alternativo americano. Apesar de ser composta por um pequeno grupo do movimento, a sua relevância e alcance são muito grandes, sendo referências culturais e comportamentais.

 

O movimento punk tem seu início na década de 70, apesar de ter os ideais igualitários e de combate ao sistema, grande parte das pessoas que faziam parte eram brancas. Assim, em meados da década de 90, nos Estados Unidos, iniciou o Afropunk através de James Spooner e outros negros que não se não se sentiam representados dentro do movimento, logo após isso, o Afropunk veio a se tornar um movimento mundial.

 

Spooner com uma câmera na mão foi documentando e entrevistando diversos amigos e pessoas negras da comunidade punk. Seus registros mostravam bandas de punk negro e ainda relata a opinião pública como o porque não era representados, o desconforto e apontamentos sobre a comunicade, ideas e percepções sobre o futuro e o racismo. O documentário é simples e pode ser encontrado no YouTube e foi o ponto de partida para iniciar a movimentação do afropunk. Logo após o lançamento do filme, em 2003, foi criado um website que falava sobre assuntos voltados à comunidade negra, por exemplo as artistas Tasha e Tracie foram as primeiras brasileiras a aparecerem no site através do blog Expansive $hit em que falavam de moda. Depois, o website se transformou em um fórum para que as pessoas pudessem  partilhar ideias, ter encontros, fincar laços e se conectar.

 

O estrondo do documentário trouxe Mattew Morgan para dentro do Afropunk junto a Spooner  e em 2005 tiveram a iniciativa de realizar um pequeno festival para a 100ª exibição do filme. O festival “Liberation Sessions” durou um fim de semana e foi importante para ocupação de lugares como a Brooklyn Academy of Music (BAM) e o CBGB, teve em torno de 2.500 pessoas presentes interessadas em assistir a seleção de filmes, shows e apresentação de DJs de House.

 

Recebendo apoio do público, as pessoas começaram a incentivar o crescimento do afropunk para não fosse só o documentário, movimento, fórum ou exibições do filme mas que pudesse ser um evento também. Assim, com esse desenvolvimento, em 2008 Spooner saiu de cena do movimento e Jocely Cooper passou a estar nas atividades do Afropunk, o transformando em um festival. As ações do evento são totalmente voltadas para a promoção da cultura negra em diversos aspectos como moda, música, empreendimentos, debates, performaces etc e acontecem em vários lugares do mundo.

 

A cidade de Salvador, capital da Bahia e um dos locais mais negros do país, é cede para o grande festival que é palco para black music e para um grande desfile para moda alternativa. O Afropunk representa um grande encontro da comunidade negra e é um espaço de acolhimento para que todos possam mostrar sua individualidade. O lema “ sem sexismo, sem racismo, sem capacitismo, sem etarismo, sem homofobia, sem gordofobia, sem transfobia, sem ódio” é espalhado ao redor da festa e representa o lugar sem preconceito que o movimento afropunk sempre levantou.

 

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