Crítica / Invasão Secreta : Marvel ainda não aprendeu a fazer séries e desperdiça grande saga dos quadrinhos

Série possui a menor porcentagem de aprovação entre as produções para o Disney+

Estrelada por Samuel L. Jackson e inspirada nos quadrinhos de mesmo nome, Invasão Secreta chegou com a pretensão de ser uma série mais séria e urbana, focada na espionagem e fugindo do tom cômico e leve que a maioria das produções da Marvel Studios entregaram recentemente, além de impactar seriamente o Universo Cinematográfico da Marvel assim como a saga fez nos quadrinhos. 

A série acompanha Nick Fury voltando para a Terra após descobrir que Skrulls, alienígenas metamorfos que trabalharam ao lado dele, estão infiltrados no governo americano e que buscam fazer da Terra um lar para eles após uma promessa de Fury não cumprida.

Fonte/Divulgação: Marvel Studios

Logo em sua estréia, a série causou polêmica e foi alvo de críticas por sua abertura feita por inteligência artificial. Revoltas por parte dos artista e até dos fãs do MCU aconteceram, vide que Hollywood está passando por greve de atores pelo motivo dos estúdios quererem usar a inteligência artificial como escaneamento dos atores, usando suas imagens em várias produções sem qualquer tipo de retribuição. Obviamente, pelo momento que estamos vivendo, a abertura não agradou boa parte dos telespectadores.

Apesar da abertura problemática, os primeiros episódios mantiveram um padrão de qualidade alto, assim como as outras produções do estúdio. Contando com 6 episódios ao todo, os episódios 1 e 2 foram bem recebidos, trazendo de fato o que a série prometia, clima de investigação, centrada no núcleo urbano e com intrígas políticas, coisas que faltavam nas produções recentes da Marvel. Porém, assim também como as outras séries, o nível da produção foi caindo e mostrando a falta de criatividade da direção e roteiristas em criar algo realmente empolgante e diferente. 

As atuações de Ben Mendelson como Talos, e de Kingsley Ben-Adir como o vilão Gravik, são pontos positivos da trama. Os personagens roubam a cena quando estão presentes e possuem ótimas interações com o personagem de Samuel L. Jackson. Com esses personagens a série brinca com as questões de paranóia, de não saber quem é quem, de não saber em quem confiar, quem realmente são aliados. Entretanto, o roteiro e texto nem sempre favorecem os personagens, fazendo com que, em alguns momentos, suas motivações pareçam fracas ou simplórias demais.

A expectativa pela escalação de Emilia Clarke como a personagem Gi´Ah fazendo sua estreia no MCU era alta. Atriz renomada pela sua atuação em Game of Thrones teve sua presença em Invasão Secreta despediçada. A atriz até tenta, mas falta um roteiro que ajude a sua personagem a ter mais carisma e apelo com o público. A personagem mal aparece na série, sendo deixada de lado em diversos episódios, para no final ela aparecer como peça importante em um duelo totalmente desnecessário e que não combina com o tom que a série estava entregando. 

O resultado final de Invasão Secreta é uma série que traz uma pegada mais séria pro MCU, os momentos de intrígas políticas e de investigação são muito bem-vindos, mas que finaliza de forma genérica, além de ficar muito aquém da saga dos quadrinhos. As séries da Marvel foram na sua maioria mal criticadas, e Invasão Secreta é mais uma prova de que a Marvel ainda está engatinhando na questão de como produzir séries. 

A série possui um índice de aprovação de apenas 57%, índice mais baixo entre todas as séries da Marvel Studios. Algumas consequências de Invasão Secreta serão possívelmente refletidas no filme The Marvels, que tem como previsão de estreia para 9 de novembro. Invasão Secreta está disponível no Disney+.


REFERÊNCIAS

VEIGA, Maurício; Invasão Secreta desagrada críticos com enredo inovador; lorena.r7.com; 2023; Disponível em:https://lorena.r7.com/categoria/cinema-tv/Invasao-Secreta-desagrada-criticos-com-enredo-inovador; Acesso em 29 de julho de 2023.