Imagina idealizar um festival de música capaz de trazer atrações nacionais e internacionais. E nos dias do evento perceber que nem tudo foi tão bom assim. Meio triste, não?
Foi o que aconteceu com o The Town. Festival idealizado pelos mesmos produtores do Rock In Rio para a cidade de São Paulo.
Na página Reclame Aqui, as percepções sobre o evento já têm 433 reclamações até o momento. Sendo sua primeira edição é de ficar um pouco na dúvida com este número. Mas os perrengues vão desde a logística de palco, até falta de suporte da organização.
O que é possível preservar é que as atrações musicais, para quem estava lá para curtir seu ídolo, compensou.
Quem pode dar a certeza na apuração dessa matéria, e também da razão ao Reclame Aqui e às apurações feitas pelo portal G1, é o Jefferson Santos:
O ponto é não comparar os dois festivais (Rock in Rio e o The Town). Minha experiência, que foi (dia 03/09), foi muito boa. Em questão de entrada foi um pouco conturbada como em qualquer grande evento. Analisa o jornalista.
Mas também diante do contexto sobre localização ele não fugiu do óbvio:
Os palcos realmente eram muito distantes uns dos outros, então se você fosse para curtir shows em vários palcos, teria que andar bastante.
Mas não foi só a logística que pegou um ponto negativo para a estreia do evento musical, o Jefferson, apesar de defender seu rolê, teve de lidar com uma questão proporcional:
Em relação ao palco skyline, porque foi o palco que eu fiquei, como cheguei cedo consegui pegar um lugar bom. O que me pegou desprevenido foi que mesmo estando próximo da grade, era difícil enxergar devido a altura. Essa dificuldade se aplicava a muitos ali, mas principalmente a mim que sou uma pessoa de estatura baixa.
Sua última percepção foi com o aproveitamento do espaço onde pela sua fala se percebe que realmente teve um incômodo de circulação:
O espaço, eles não souberam usá-lo direito. O autódromo é muito grande e eles poderiam ter usado mais, aproveitado, sabe? assim ajudando o público a transitar melhor no evento.
A também jornalista, Yasmim Rajab, reforça os pontos positivos:
Achei que o festival tinha bastante estande legal e muita coisa para fazer. O espaço é bem grande e cabe muita coisa, foi um ótimo local para fazer o festival. Contou.
A repórter alegou não ter tido dificuldade para ir no banheiro, ou comprar comida:
Não tive problema para ir ao banheiro. Todas as vezes que fui tinha papel e estavam limpos. Também não tive problema para comprar comida, mas só comprei no começo e no final do evento.
Para contradizê-la, ou talvez dar posicionamento sobre a questão, achamos um comentário na plataforma que deu base a essa matéria e também e pontos para a investigação. A alegação anônima diz:
Filas imensas e desorganizadas para se alimentar, beber e usar o banheiro. Funcionários mal preparados para orientar e acolher.
O desconforto alegado não é uma percepção do primeiro entrevistado aqui mencionado. O jovem de 25 anos, fez questão de dizer que de onde se encontravam, uma amiga dele passou mal, e a devida assistência foi prestada.
Também passamos a limpo os pontos mencionados aqui com a Gabriela Maria, que esteve por lá, curtindo dois finais de semana, a moça abriu o leque das possíveis confusões postadas no site, e realmente não odo mencionado:
O que que acontece, é muito diferente da estrutura do Rock In Rio. O Rock In Rio é lugar plano, e o autódromo não é um lugar plano, tem um monte de ladeiras, um monte de subida e descida, e as coisas ficavam como um funil, atrapalhando o fluxo de quem circulava por lá. No Rock In Rio, se faz um circulo com os estandes, e deixando o meio vago, assim o fluxo de pessoas é tranquilo. No autódromo foi o caos. O caos. Estrutura péssima. No banco principal era muita gente. Muito apertado para circular devido à estrutura de fluxo onde todos se encontravam.
Perguntamos também sobre filas, ela nos forneceu o seguinte :
As filas do stands de ativações das marcas estavam gigantescas comparadas com as filas do Rock In Rio, por exemplo. Mas nada superava a fila dos banheiros. Os banheiros eram poucos para a quantidade de gente que tinha no evento. Chegava a ficar de 30 minutos a 1 hora na fila para ir no banheiro.
A fila do banheiro mais vazia era a fila do banheiro que ficava perto de uma das entradas, onde era super distante dos palcos principais.
Para comer no segundo final de semana estavam até tranquilas comparadas com o primeiro final de semana. Tinham comidas em conta, era só saber selecionar o que ia comer direitinho que você não gastava muito.
Verificamos também a questão de bebidas, onde acabamos falando para ela sobre uma postagem ao qual diziam ter comprado 4 cervejas e só levaram uma por conta da demora na fila, e a pessoa em questão disse que pagou a bebida por um aplicativo, pra economizar tempo na fila:
Podiam comprar várias. O problema era carregar. Depois não podíamos entrar com um copo que vendiam lá fora. Não vi aplicativos fornecidos para comida. Mas para a bebida sim.
A chuva não atrapalhou Gabriela curtit o show. Mas teve gente que jura que se incomodou. E ficou questionando sobre a má qualidade de atendimento.
A publicitária disse: foi só uma garoinha. Tava muito calor. Quanto atendimento eu não precisei de assistência.
Para terminar questionamos sobre o que aconteceu lá fora. A redação apurou em relação a um vídeo, em que um comerciante local fala que as grades atrapalhariam ele e mais uma rede de carros a chegar nos pontos da cidade, e no caso do comerciante, na loja onde trabalha:
Realmente os carros davam voltas. Lá fora não bloquearam ninguém a entrar no evento. Era questão livre no caso de quem estava vendendo as coisas lá.
O que atrapalhou mesmo na entrada, tinha 9 portões, desses 9 só 2 eram para o público geral.
Já a única queixa de Yasmin, foi com o ônibus disponibilizado pelo evento, a quem paga uma porcentagem da taxa do ingresso:
O transporte do evento ajudou bastante aqueles que foram, mas na hora da saída demorou muito para chegar.
Agora, defender ou não defender o The Twon?, mas é melhor pensar no bem-estar dessa multidão na próxima edição.