Meninas Malvadas: O Musical chegou aos cinemas em 11 de janeiro deste ano. 20 anos após o primeiro ter estreado. É fato inegável que o filme de 2004 marcou uma época. Até hoje é fácil encontrar memes da produção e até ver alguém citando alguma famosa frase do filme. Como a famosa “nas quartas usamos rosa”. Com looks icônicos, um elenco maravilhoso que deu vida e carisma aos personagens, o filme se tornou inesquecível, e mesmo quem nunca viu sabia de sua existência e até sobre alguns pontos da produção.
Fonte: Paramount Pictures / Reprodução: Glamour
Mas 20 anos atrás o mundo era diferente. É claro que brigas entre meninas sempre existiram, da mesma forma que as entre meninos. Grupos divididos na escola também, mas muitos aspectos não envelheceram tão bem conforme os anos se passaram. Não me leve a mal, eu amo Meninas Malvadas e todos o elenco (Hello, é tudo tão barro), mas em um diálogo com um amigo alguns anos atrás eu comentei que “nunca aconteceria um novo Meninas Malvadas, porque muita coisa ali não seria bem aceita atualmente, mesmo o filme sendo um marco”.
Pois bem, eu estava errada. Meninas Malvadas: O Musical traz de volta toda a essência que já conhecemos, mas coloca os personagens nos dias atuais. Com redes sociais, lives e tudo o mais. Karen Smith, interpretada no original por Amanda Seyfried, e no novo por Avantika Vandanapu, têm mudanças importantes na personagem. Sim, ela continua sendo a amiga “burra”, mas as polêmicas envolvendo a personagem no original saíram fora, como ela querer ter algo com o primo.
A nova Gretchen, Bebe Wood, dão um show na voz e também traz consigo uma reflexão que no filme de 20 anos atrás é deixada de lado e esquecida. Mas é com a própria Regina George, agora vivida por Reneé Rapp. Dessa vez, Regina foge dos looks totalmente patricinha e enquanto no original Regina só é mostrada como a garota popular que quer ter tudo como quer, onde quer e quando quer, a nova Regina apresenta nuances dessa sua personalidade.
Não, ela não é a vítima. Mas nem tudo que Regina faz é glamourizado agora. Assim, como você pode estar no topo em um momento, no seguinte pode estar no fundo do poço. Aqueles que supostamente te amam e tanto te apoiam, podem te virar as costas em um estalar de dedos. A nova versão traz uma Regina George mais humanizada que sofre na pele certas consequências que são merecidas. E ela não vai ficar com outro cara depois que Aaron Samuels termina com ela. Isso, sinceramente, é uma das principais melhorias que o musical trouxe.
Fonte: Paramount Pictures / Reprodução: Plano Crítico
A Janis do Musical, vivida por Auli’i Cravalho, mostra ainda mais seu lado rebelde, principalmente com sua canção onde dá um show ao dizer que prefere ser ela mesma. O empoderamento vem mais forte nessa nova versão não só com Janis, mas com o enredo em si. Um detalhe que mostra isso é que Aaron Samuels mesmo sendo o pivô de alguns ocorridos acaba não tendo tanto tempo de tela e nem tendo uma música própria. E a melhor parte é que a pouca participação dele não faz diferença no enredo.
Meninas Malvadas: O Musical atualiza o que precisava ser atualizado, em suma a história ainda é a mesma, mas agora com um novo gênero como principal contando com músicas marcantes e que ficam na cabeça. A história da garota nova no colégio que se apaixona, se aproxima das populares e se perde em si mesma agora é voltada para uma geração que não quer mais ver um filme tão focado em rivalidade feminina, que exige personagens diversificados entre si e claro, quer ver as redes sociais em tela para ajudar na identificação.
Fonte: Paramount Pictures | Reprodução: Terra/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_ba3db981e6d14e54bb84be31c923b00c/internal_photos/bs/2021/0/5/WQ4C58Rii70THdXrIJGQ/2019-04-30-meninas-malvadas-elenco-campanha-vitimas-las-vegas.jpg)
