Segundo Lucas Iglessias, um dos funcionários do Cine Belas Artes, o anúncio da Caixa não afetou a quantidade de público do cinema, que de acordo ele, é bastante fiel. Na verdade, a preocupação do público é com relação ao futuro do cinema: “boa parte desse público está bem apreensivo, perguntam bastante sobre o patrocínio, como andam negociações e coisas assim”.
Entre seus frequentadores está Gleison Oliveira, 25 anos, fundador do perfil no Instagram “Vamos ao Cinema Juntos?”, dedicado a encontros semanais de cinéfilos. A partir do perfil ele movimentou a campanha “Todos juntos pelo Belas”, justamente para oferecer apoio ao cinema após a perda de patrocínio. “Temos muito carinho e gratidão pelo Belas Artes que apoiou não só o projeto, como também nossa empreitada agora como
startup e não pensamos duas vezes em ajudar com aquilo que mais fazemos: mobilização”, conta Gleison.
Campanha do perfil
Para o crítico de cinema Diego Fernandes, o espaço deve se reinventar e seguir o modelo do Reserva Cultural, outro cinema de rua que além de filmes, oferece uma livraria, uma cafeteria diferenciada e eventos. Para Diego, o “Noitão” é um dos eventos que o Belas Artes poderia ampliar. “As quatro vezes que eu fui (no Noitão) estavam bem lotadas. Isso mostra que tem uma boa resposta do público. O que me incomoda é que isso é feito apenas uma vez por mês, e não quinzenalmente”.
Desde a década de 50 o Cine Belas Artes tem uma programação com filmes alternativos que não encontram espaço nas grandes redes de cinema. Luan Peixoto, que trabalha na portaria do cinema, defende o espaço e acredita que ele não vai fechar porque existe a possibilidade de surgirem novos patrocinadores. “Lá é um espaço que agrega muito e consegue transmitir cultura de uma forma bem interessante”.
Entramos em contato com a gerência do cinema, mas até o momento da publicação desta matéria, não recebemos resposta.