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19/04/2019 às 20h32min - Atualizada em 19/04/2019 às 20h32min

O desafio de ser artista na periferia

Artista destaca falta de espaço cultural em periferia do Rio de Janeiro

Rachel de Jesus
No Brasil é difícil seguir uma profissão voltada para arte e, principalmente, ter um feedback. Alguns fatores influenciam no retorno ao exercer tais profissões, como a situação financeira, lugar onde mora, cor da pele, etnia, dentre outros. A seguir, veremos uma dessas profissões artísticas e  atuação dentro de uma região periférica do Rio de Janeiro. 

Rodrigo J. Barreto é morador do bairro Chatuba, localizado no município de Mesquita - RJ. Hoje, aos 23 anos de idade, atua como freelancer. Rodrigo enfatiza que não existe grandes incentivos à cultura dentro da periferia: “se preocupam em fazer isso mais no centro, porque tem mais visibilidade. Aqui, ninguém entra mesmo, então acham que não precisa”. Pelo fato de não haver outros incentivos, além de sua família, Rodrigo precisou contar ainda mais com própria motivação para que conseguisse conquistar seu espaço.

 
Existe ainda grande preconceito com relação à artistas periféricos que causando um descrédito no potencial, talento e trabalho do mesmo. O desenhista em questão cita fatos recorrentes, como quando precisa entregar alguma encomenda gráfica e o cliente se recusa a pagar o frete ou até mesmo o valor da obra por custar uma quantia "que a obra e o artista não merecem". Como solução para esse problema, o artista oferece a opção de o consumidor buscar a arte realizada, porém o mesmo se nega, em geral, por não querer adentrar em bairros periféricos. 

 “Sempre foi meu sonho, ser desenhista. E o máximo que eu posso conseguir hoje é ser freelancer. Meu incentivo é apenas não desistir desse sonho”
 
Mesmo em meio à tantas dificuldades, o jovem desenhista não desiste do sonho e utiliza seu talento especial para contar histórias importantes para a sociedade, como em no quadrinho “O mordomo”. A obra conta a história de um rapaz que vai trabalhar como mordomo, na casa de uma família que está diretamente ligada ao assassinato de pais dele. O protagonista busca, então, vingança. A história se passa no Rio de Janeiro e além de assuntos de cunho filosófico e psicológico, – como a vingança –  a história retrata, ainda, a violência no Rio de Janeiro, através de questões e problemáticas sociais.

                                    Ilustração de “O mordomo”, por Rodrigo J. Barreto.                                                     

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