Cerca com topo elétrico, separa as duas Coréias. Do lado da Coréia do Sul, as pessoas colocam fitas com orações e mensagens para os cristãos norte coreanos. (Foto: Portas Abertas) Atualmente em pleno século XXI, ainda há muitas perseguições às religiões ao redor do mundo, entre elas ao cristianismo. A lista mundial da perseguição (LMP), aponta que 46% dos países tiveram um crescimento na perseguição, como: Arábia Saudita, China, Marrocos e Bangladesh. Diariamente cristãos são mortos, torturados e sequestrados, pelo simples fato de professarem sua fé, acreditarem e seguirem uma religião. Diferentemente do Brasil, onde as pessoas são livres para optarem qual religião seguir.
Cerca de 95% das pessoas que não conhecem ou nunca ouviram falar sobre o cristianismo, são habitantes da janela 10/40. No centro do mundo vive um grande número de povos que não possuem conhecimento do evangelho, compreendido de forma retangular, entre os graus 10 de longitude e 40 latitude ao norte da linha do Equador. Refere-se às regiões do hemisfério oriental, parte do hemisfério europeu, Africano e Ocidental, identificado assim como janela 10/40. Dentre os 52 países menos evangelizados do mundo 31 estão nessa janela, sendo composto por 62 países, com cerca de 3,8 bilhões de pessoas, das quais 1,8 bilhões nunca ouviram sobre Cristo, Cristianismo ou Evangelho. A maioria desses habitantes são adeptos do Islamismo, Hinduísmo e Budismo. O termo "Janela 10/40" originou-se com Luís Bush (Líder Cristão e escritor) durante a 2° conferência de Lausanne, em Manilla - Filipinas, no continente Asiático, em julho de 1989.
Marco Cruz, secretário geral do Missão portas abertas, explica:
"Há mais de 60 anos, a Portas Abertas apoia cristãos perseguidos em países onde não há liberdade para professar a fé em Jesus Cristo. A Portas Abertas é uma organização cristã internacional fundada em 1955 por um jovem missionário holandês, Anne van der Bijl, o Irmão André. Em uma viagem à Polônia, ele descobriu a necessidade urgente de Bíblias na igreja detrás da Cortina de Ferro e entendeu o chamado de Deus para servir cristãos em países sob restrição e discriminação. A história da Portas Abertas no Brasil começou nos anos 1970 com a determinação de uma mulher, a irmã Elmira Pasquini. Ela ficou impactada em saber sobre a perseguição aos cristãos ao ler o livro "O Contrabandista de Deus" e passou a acompanhar o ministério do irmão André. Ao encontrá-lo na Áustria em 1972, fez o primeiro convite para ele visitar o Brasil. Em 1977, o Irmão André veio ao Brasil e visitou centenas de igrejas. Ofertas espontâneas foram levantadas em prol da Igreja Perseguida durante essas visitas, ele sugeriu que o melhor destino para aquele dinheiro seria começar o escritório da Portas Abertas no Brasil. Assim, um ano depois, no dia 1º de maio de 1978, era formalizada e instituída a Portas Abertas no Brasil, afiliada da Open Doors International. Durante um bom tempo, a organização funcionou na casa da irmã Elmira. Hoje, com sede em São Paulo, emprega mais de 40 colaboradores, conta com quase 600 voluntários oficiais e mais de 30 mil parceiros".
Há mais de 60 anos, o trabalho da Portas Abertas faz a diferença na vida de milhões de cristãos perseguidos através de projetos implantados em países onde os cristãos não têm liberdade para o exercício da fé em Jesus. As privações enfrentadas por eles variam de acordo com o nível de perseguição do país em que estão. Todos os anos, a Portas Abertas realiza uma pesquisa para monitorar a perseguição, a Lista Mundial da Perseguição, que elenca os 50 países mais perigosos para ser cristão. Devido à perseguição, os cristãos enfrentam diversas restrições, que podem ser desde proibição ao acesso a itens básicos como água, ou prisão e até a morte. Por isso, primeiramente, o trabalho da Portas Abertas é chegar ao país e entender o contexto da perseguição e privações enfrentadas pelos cristãos, para então, decidir a melhor forma de ajudá-los. Assim, os projetos da Portas Abertas são implantados da seguinte forma: primeiro ouvir as necessidades dos cristãos perseguidos, identificar os problemas e entender seu contexto para, então, planejar o socorro que será levado àquela comunidade. Esse apoio é planejado com base em quatro frentes: distribuição de Bíblias e literatura, treinamentos, ajuda socioeconômica e ações institucionais (consultoria jurídica, pesquisa e presença).
"Países muito fechados ao evangelho ou até que consideram crime a propagação de outra religião que não a de maioria no país, como Paquistão, Irã, Arábia Saudita, Índia e outros, ou que o governo persegue, prende e até condena à morte cristãos que estão, segundo eles, em desacordo com a política nacional, como Coreia do Norte, Eritreia e outros, um dos maiores desafio é chegar de forma segura a este cristão, que na maioria das vezes, vive sua fé de forma secreta, não podendo ser descoberto sequer pela família, que o entregaria às autoridades. Outro grande desafio da Portas Abertas é fazer a igreja livre de perseguição, como a igreja brasileira, conhecedora e participante da causa dos cristãos perseguidos, para poderem interceder, doar e encorajar os irmãos que partilham da nossa fé, mas não da nossa liberdade. A Bíblia diz que, quando um membro sofre, o Corpo todo deve sofrer, deve sentir a dor deste membro (I Cor. 12.26). E a Portas Abertas acredita que a igreja brasileira, livre de perseguição religiosa, deve conhecer e apoiar a causa do cristão perseguido. O irmão André, fundador da Portas Abertas, diz que ‘enquanto estiver um irmão preso, não posso me sentir livre’. É esse o nosso desafio". - Afirma Marco.
A perseguição em si. Existem vários mecanismos de perseguição, de violência física e psicológica a pressão feita pela família, comunidade, nação e até a religião vigente em determinado país. Nos países da Lista Mundial da Perseguição, pode ser taxada de extrema, severa e alta. Nesses países, o cristão podem ser preso, torturado e até morto se pregar o evangelho. Em muitos deles, pregar outra fé que não seja a maioria do país, pode configurar um crime, levando à pena de morte.
Um dos dados mais alarmantes pesquisados pela Portas Abertas para a formulação da Lista Mundial da Perseguição 2020 é o número de cristãos mortos, presos, violentados, pressionados no mundo. Foram contados mais de 260 milhões de cristãos que enfrentam algum tipo de hostilidade por professarem sua fé em Jesus. (A pesquisa foi realizada no período de 1º de novembro de 2018 a 31 de outubro de 2019). 1 a cada 8 cristãos são perseguidos no mundo.
Tendo em vista que a Coreia do Norte lidera o ranking mundial de países que mais perseguem cristãos, desde 2002. Isso o classifica como um país fechado, com relação ao cristianismo. Os principais tipos de perseguições que predominam no país é a opressão comunista e pós-comunista, paranoia ditatorial. A Coreia do Norte é governada pela família Kim, cujo governo está agora em sua terceira geração. Todos têm que reverenciar a liderança e, por causa desse culto à personalidade do líder, o presidente Kim Jong-un é uma figura insubstituível na sociedade. Essa reverência e adoração como a um deus não deixa espaço para qualquer outra religião e qualquer um que ouse reverenciar algo ou alguém que não seja a dinastia Kim é visto como uma ameaça para o Estado. O próprio governo é a principal fonte de perseguição aos cristãos no país. Devido à doutrina desse país, vizinhos costumas vigiar uns aos outros, se perceberem alguma atividade suspeita os entregam às autoridades locais. A própria família pode os entregar esses cristãos a polícia. A Coreia do Norte tem cerca de 25,7 milhões de habitantes, sendo apenas 300 mil cristãos de forma secreta, e sua perseguição tem permanecido de forma extrema. Porém, segundo o site do portas abertas, é difícil confirmar quaisquer números de cristãos devido ao ambiente altamente restritivo.
