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04/03/2023 às 13h16min - Atualizada em 04/03/2023 às 13h14min

As Ondas de Leste e suas consequências para Pernambuco

O fenômeno é um dos principais causadores de fortes chuvas que já causaram estragos no estado

Maria Eduarda Alcantara da Silva - Editado por Bruna Nunes
Barreira que deslizou em Águas Compridas, Olinda — Foto: Reprodução/TV Globo

As Ondas de Leste, ou Distúrbios Ondulatórios de Leste (DOL), voltaram a causar problemas no estado de Pernambuco. Desde o mês de maio de 2022, o estado vem sofrendo com fortes chuvas que causam alagamentos em casas, ruas e avenidas; desmoronamento de barreiras e mortes pela Região Metropolitana do Recife (RMR). O fenômeno provoca forte calor na região do Oceano Atlântico, próximo à costa da África, e acaba influenciando a pressão e os ventos que são empurrados para a costa de Pernambuco, provocando as chuvas. 

 

O temporal causou a morte de 128 pessoas. A última só foi encontrada no dia 3 de junho, quase 5 dias depois do desmoronamento de uma barreira na capital pernambucana. O desastre, o segundo maior na história do estado devido ao total de vítimas, deixou mais de  9 mil desabrigados. No início de fevereiro, outra forte chuva deixou um jovem morto na cidade de Olinda, na RMR.

 

Tabela – Registros de precipitação acumulada, média climática, anomalia absoluta e porcentagem por microrregiões de janeiro a novembro de 2022.

Mesorregião

Acumulado (mm) 

Climatologia (mm) 

Anomalia (mm)

Desvio (%)

RMR 

2464 

1998 

466 

23

Mata Norte 

1408

1153

255

22

Mata Sul 

2135

1365

769

56

RMR e Zona da Mata 

2024

1542

360

23

Agreste Setentrional 

977

747

230

31

Agreste Central 

952

665

286

43

A.Meridional 

1276

822

455

55

Sertão do Moxotó 

684

520

164

32

Sertão do São Francisco 

633

488

145

30

Alto Sertão 

789

573

216

38

Sertão do Pajeú 

868

665

203

31

Estado 

1253

920

334

36

Fonte: Boletim climático novembro 2022 da APAC

 

No final de janeiro, a Agência de Águas e Clima Pernambucana (APAC) soltou um boletim informando que, devido a indicação de neutralidade no oceano Pacifico e aquecimento no Atlântico Tropical Sul, a previsão para o trimestre fevereiro-março-abril/2023 indica acumulado de chuva de normal a acima da média para todas as regiões pernambucanas. No dia 6 de fevereiro, a previsão se concretizou e fortes chuvas provocaram novos transtornos na Região Metropolitana do Recife e outra morte. 

 

Segundo a Defesa Civil do Recife, durante 6h foram registradas chuvas que chegaram a 77,93 mm em algumas partes da capital, o equivalente a mais de 60% do total previsto para o mês, que é de 122,90 mm. Ela se iniciou ainda na madrugada do dia 6 e acabou deixando uma morte na cidade de Olinda, no bairro de Águas Compridas. Mostrando como mesmo tendo passado meses desde a última tragédia, nem o governo de Pernambuco e nem os municípios estão preparados para as novas chuvas que estão por vir, o que pode significar que mais famílias sofrerão a perda de seus entes queridos. 


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