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17/09/2020 às 17h50min - Atualizada em 17/09/2020 às 17h20min

Música e saúde mental: como a arte influencia no desenvolvimento emocional

A musicoterapia e seus métodos eficazes de combater problemas psicológicos

Flávia Santos - Revisado por Jéssica Natacha
Kezia Paz; Bela Maria.
(Foto: Reprodução/ Flávia Santos)
 A arte tem o seu valor cultural para o desenvolvimento do senso comum humano, isso não é de agora. Entretanto, nos dias atuais a arte possui recursos e poderes inimagináveis que ajudam na saúde mental. Algumas pessoas tem a música como um passatempo ou profissão de vida, já outras, buscam através dela um instrumento de tratamento de doenças e problemas psicológicos.
 
Claro que não é a única forma ou a mais eficaz, porém, a música se destaca justamente por ser acessível, não precisar do uso de remédios durante o processo e facilita a conexão do indíviduo com a arte, algo que vem chamando muita atenção dos profissionais da área.
 
Um método que está sendo muito usado pelos especialistas e que obteve retorno desde a primeira tentativa é a musicoterapia. Segundo a musicoterapeuta voltada para as crianças autistas, Kezia Paz, é o processo sistematizado que utiliza a música e os sons, mediado por um profissional especializado no manejo da música em terapia. Esse processo utiliza da música para estimular e promover a autoestima, bem-estar, ampliar mecanismos de segurança e de comunicação.
 
“Muita gente ao iniciar a musicoterapia acha que ela apenas trabalha com escuta musical. Mas ela vai muito além disso. E ao engajar as pessoas no fazer musical, elas descobrem aspectos criativos, que até então não conheciam”, afirma Kezia. E são justamente respostas positivas como essa que trazem novamente sensações de satisfação para pessoas abaladas emocionalmente.

De acordo com Kezia, a música numa maneira geral pode ser aplicada e colocada de diferentes formas pelas pessoas e para atingir uma adversidade de objetivos, sendo eles educacionais, espirituais, de entretenimento ou até mesmo terapêuticos, como acontece na musicoterapia.

Analisando as características que são levadas em conta ao ser criado este método, o aspecto terapêutico através dessa arte pode ser observado na relação do indivíduo com a música em si e nas respostas psicoemocionais ou fisiológicas que ela desperta nas pessoas. Ou seja, quais são os feedbacks obtidos pelos pacientes, se são positivos ou negativos, o que pesou mais e o que pesou menos. Com isso, a evolução e desenvolvimento da prática da musicoterapia é baseada nas respostas psicológicas e emocionais.

A própria Organização Mundial da Saúde (OMS), já publicou uma pesquisa feita para confirmar essa teoria, mesmo que a maioria das pessoas não tenham dúvida, é importante frisar a proporção dessa certeza.
A maior prova disso é o simples fato de que não é difícil encontrar um músico ou profissional musicista que não faça da música muito mais do que um job, mas também o refúgio para um desabafo interior e pessoal.




Em entrevista com a cantora e compositora Bela Maria (ex-participante do The Voice Brasil), ela diz que sua relação com o ambiente musical vai além da perspectiva profissional, pois tem as referências familiares e também é uma oportunidade de demonstrar seus sentimentos, desabafar e ter como remédio em momentos difíceis. Ela conclui dizendo que a singularidade dessa relação se dá justamente no fato dela não ser uma pessoa que tem facilidade de se expressar, mas quando canta e compõe consegue quebrar essa barreira.
 

"Poder dar voz e sensações às pessoas quando elas mesmas não sabem explicar o que estão sentindo, esse é o verdadeiro significado de se trabalhar com a música e de ser cantor”

 
Bela afirma que cantar, compor e viver da música não se trata apenas de uma profissão, e é justamente esse o seu propósito e o que motiva sua experiência artística, mostrar que não é uma realidade distante e que podemos alcançar a música seja como emissor ou receptor, e que dessa forma podemos mudar vidas. Cada vez que um sentimento de tristeza, desânimo e falta de perspectiva tomar conta do nosso interior e não sabemos como expressar isso e onde buscar ajuda ou refúgio, é uma boa indicação para amenizar as angústias e a dor.                                                                       


Nós, juntamente com nosso subconsciente, costumamos escolher as músicas mediante o estado emocional que estamos vivendo naquele momento, e não está errado. Mas, a opção mais indicada para que essas ações se tornem benéficas nos tratamentos psicoemocionais, é ir diversificando-as pouco a pouco até que num momento de desânimo, você consiga ouvir músicas mais agitadas, fazendo com que o seu foco não seja mais o problema vivido atualmente.

Por fim, não importa se você gosta de sertanejo, rock ou samba! O gênero aqui não está em questão, a música é bem mais do que um recurso de entretenimento. Além disso, podemos aproveitá-la de maneiras diferentes e ela será eficaz para manter nossa saúde mental.
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