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13/01/2021 às 15h30min - Atualizada em 13/01/2021 às 15h22min

Lewis Hamilton e Mercedes não chegam em acordo para 2021

Negociações se arrastam há semanas, aumentando a expectativa sobre o futuro do heptacampeão na Fórmula 1

Felipe Sousa - editado por Thamyres Pontes
Lewis Hamilton comemora seu 7º título após vencer o GP da Turquia. (Foto: Dan Istitene/Getty Images)
O grid da Fórmula 1 para a próxima temporada está praticamente definido: quase todas as equipes já fecharam suas duplas de pilotos. O único assento vago até o momento é justamente o mais valioso e envolve o maior nome da categoria na última década. As negociações para a renovação de contrato de Lewis Hamilton com a Mercedes existem desde o fim do ano passado, mas as partes ainda não chegaram em um consenso.

Segundo veículos de imprensa europeus, os dois maiores empecilhos para um acordo são salários e tempo de contrato. O periódico britânico Express relatou que Lewis Hamilton não aceita ganhar menos que € 45 milhões (R$ 293,7 milhões). A Daimler, empresa-mãe da equipe, argumenta que um investimento deste tamanho seria arriscado dada a pandemia de Covid-19 e a instabilidade econômica trazida para o automobilismo e para o mercado automotivo em geral.

A Ineos, patrocinadora e acionista da Mercedes, se ofereceu para bancar parte do salário de Hamilton, segundo o Corriere della Sera. Ainda assim, a empresa não estaria disposta a estender os pagamentos por mais de uma temporada. Conforme o Express, o piloto quer 10% da premiação em dinheiro dada à Mercedes em caso da conquista do título de construtores em 2021 – o que renderia por volta de € 14 milhões (R$ 90,8 milhões) – e um posto de embaixador global da marca, relacionado aos futuros modelos elétricos da montadora alemã.

Quanto à duração do contrato, Lewis Hamilton quer assinar por no mínimo duas temporadas, seguindo a linha dos acordos anteriores. Porém, segundo informações do jornal neerlandês De Telegraaf, a Mercedes ofereceu um convênio válido somente até dezembro deste ano. Como trunfo na negociação, a equipe conta com os serviços de George Russell, piloto da Williams que substituiu Hamilton no GP de Sakhir e que quase venceu a corrida, no que seria uma opção mais barata em relação ao atual campeão.

Hamilton, por sua vez, tem a seu favor os seus feitos na temporada 2020: o piloto superou Michael Schumacher em número de vitórias na categoria e se igualou ao alemão em conquista de títulos. Fora das pistas, Lewis Hamilton se tornou uma figura que transcende o mundo do automobilismo graças ao seu ativismo antirracista e pelos direitos humanos. No fim do ano passado, foi condecorado pela Rainha Elizabeth II com a Ordem do Império Britânico, sendo o quarto piloto a receber a honraria e o primeiro ainda em atividade.

O chefe da equipe Mercedes, Toto Wolff, disse estar tranquilo quanto à situação, ainda que não tenha descartado a possibilidade de o piloto deixar a Fórmula 1 em caso de insucesso nas negociações: “Não me preocupa nem um pouco, porque sempre vou respeitar as decisões de Lewis, seja para ficar conosco por muito tempo, seja para deixar o esporte e buscar interesses diferentes”, afirmou o austríaco, em entrevista à revista Autosport.

O pai de Lewis, Anthony, por sua vez, indicou em entrevista ao Express que o filho seguirá na categoria: "Ele ama as corridas, ama o que faz. Ele tem uma voz no esporte agora, o que é fantástico, mas até onde sei, ele vai continuar correndo. É definitivo, até onde sei. A última vez que falei com ele foi ontem, e ele vai continuar correndo", disse.

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