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16/01/2021 às 09h14min - Atualizada em 16/01/2021 às 09h06min

Empreendedorismo Feminino tem avançado cada vez mais no Brasil

24 milhões de mulheres abriram negócios próprios no país, segundo dados do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae)

Por Ynara Mattos - Editado por Camilla Soares
Sara Estrela (Empreendedora); Grupo Somos Empreendedoras (Helga, Thaís, Letícia e Queila); José Roberto Campanelli (Fundador e Diretor da Mary Help).
Foto: Assessoria - Idealizadoras do Grupo Somos Empreendedoras

O Empreendedorismo Feminino tem se tornado um tema muito debatido nos últimos anos. As mulheres têm conquistado seu espaço no mercado de trabalho, isso já não é mais uma novidade. Hoje, grandes líderes estão à frente de multinacionais, superando preconceitos e gerando inspirações. A opção de iniciar seu próprio negócio tem crescido entre as mulheres que estão lutando para serem independentes, abrindo mão da segurança trabalhista.

 

24 milhões de mulheres abriram negócios próprios no país, segundo dados do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae). A pesquisa aponta que é comum elas se tornarem a principal fonte de renda da casa tanto que, nos últimos 2 anos, o número de mulheres que injetam mais dinheiro em seus lares subiu de 38% para 45%. (Pesquisa divulgada pelo site Edição do Brasil, em 06/03/2020).

 

Sara Estrela, Empreendedora e Fundadora do “Artêlie da Estrela” explica como decidiu abrir seu próprio negócio:
 

"Costumam dizer que nasci com esse dom, acredito que seja, no entanto não sabia com o que queria trabalhar, e, por dizerem que levava jeito como vendedora, tentei fazer o meu trabalho dar certo. Sempre gostei muito de trabalhos artesanais, mas após fazer a decoração para um chá de bebê da minha prima, observei e pensei que isso poderia se tornar minha profissão. Na época criei uma página no facebook para expor os trabalhos que havia feito, e, logo depois criei um perfil no Instagram. O artesanato não é um trabalho muito valorizado, entretanto sonho em ter minha loja, então sigo na luta .”. 

 

"Empreender para mim foi mais um desafio, pois nunca havia trabalhado e não cheguei a ter experiência profissional, então achei que poderia começar pelo meu amor por artesanatos, decidi trabalhar por conta própria e ver no que iria dar. Porém o que mais me motivou foi o fato de querer ser independente financeiramente. Teve muitas pessoas que confiaram em mim e me deram todo o apoio que precisava, como minha família e amigos”.  


 

Empreender não é tão fácil assim como muitos pensam, existem desafios a serem ultrapassados, entre eles está a situação financeira, pressão familiar e falta de conhecimento do mercado. Durante a pandemia do novo coronavírus, se manter no mercado se tornou um desafio ainda maior.

 

“Quando a pandemia iniciou foi bem difícil, principalmente quando decretaram o LockDown, as lojas deveriam ser fechadas e todos teriam que ficar confinados de quarentena, essa foi a pior parte, pois tive que me desdobrar para conseguir os tecidos e outros materiais que uso para a fabricação dos artesanatos”. Reconhece a Sara.


 

“O empreendedorismo feminino é uma das maiores conquistas que nós mulheres poderíamos ter, ser dona do nosso próprio negócio, ver todo nosso esforço valer a pena, obter grandes resultados é gratificante demais. Muitos acreditam que as mulheres nasceram apenas para os serviços domésticos, mas hoje somos a prova real de que podemos ser, fazer ou conquistar tudo que quisermos, sem precisar nos fazer de vítimas, apenas lutando pelos nossos direitos. Nós mulheres não somos “sexo frágil”, nós somos fortes, frágil é quem apela para o vitimismo para conseguir alguma coisa”.  - Compartilha a empreendedora.

 

E, para as mulheres que ainda desejam iniciar seu próprio negócio Sara deixa um recado:
 

“Nem todos estarão ao seu lado quando você estiver no aperto, às vezes será só você e você, serão poucos que irão te dar um ombro amigo quando as coisas não estiverem indo bem, porém o que vale é a persistência. Continue lutando pelos seus sonhos, mesmo sofrendo ou estando difícil, não desista, continue se esforçando, uma hora tudo irá valer a pena, você será recompensada pelo seu esforço. Para toda ação existe uma reação, e para toda luta existe uma vitória”. - Finaliza Sara 

 

O “Artêlie da Estrela” hoje possui uma Página no Instagram e uma Loja Virtual.

 


 

Um grupo de empreendedoras que atuam na cidade de Niterói, no estado do Rio de Janeiro, formado por: Helga Vianna (Consultora de Marketing), Letícia Torzecki (Proprietária da Ri Happy de Icaraí, Itaboraí e Loja Valisere Icaraí - Niterói), Thaís Garcia (Proprietária da Gráfica Printmill) e Queila Moraes (Fundadora SIMER para micropigmentadores e mentora estética) fomentou, em meio à pandemia, o empreendedorismo em geral através da cooperação e da união para driblar os desafios. 

 

A pandemia foi um momento implacável para os negócios em 2020, e as mulheres estão entre as mais afetadas. Estima-se que cerca de 52% das empreendedoras tiveram que fechar suas empresas, seja temporariamente ou definitivamente. Apesar disso, elas também foram as que agiram melhor para se restabelecer dentro do chamado novo normal.

Nos últimos tempos, vimos um estímulo ao empreendedorismo feminino e à presença das mulheres em posições de liderança no mercado de trabalho.

 
 

“Inicialmente, o objetivo da ação era o de apoiar as mais de 120 mulheres que integram o coletivo de empreendedoras. Nesse sentido, são realizadas várias Lives no Instagram do "Somos Empreendedoras", com mais de três mil seguidores, sempre focado em oferecer informações valiosas, não somente para as integrantes do grupo, mas também para as demais empreendedoras. Os temas variam dos empresariais aos de cunho pessoal, mas sempre com o viés de agregar valor à audiência. Temas sobre “Como proteger seu negócio na crise” e o “Stress nas relações durante a Quarentena” estão entre os temas já abordados".- Afirma Thaís uma das Gestoras do grupo Somos Empreendedoras. 

 

“Lançamos, em julho, a campanha Somos Solidárias que foi um sucesso. Ao cumprir a meta de R$ 3.000,00, apoiamos os profissionais de saúde, contemplados com 400 jalecos em TNT, e, de quebra, incentivamos uma empreendedora no seu processo de reinvenção, contratando-a para confeccionar essas peças: Angélica Medeiros é uma empresária do ramo de confecção desde 2016, que, em função da pandemia, teve que dar um novo rumo aos seus negócios. Em fevereiro de 2020, ela se viu sozinha na gestão da empresa, com a saída da sócia, no auge de seus 40 anos e pós-graduada em Marketing, Angélica decidiu que não iria desistir no meio do caminho, mas não imaginava o que estava por vir: o surto de Covid-19 e a retração do mercado”.

 

O grupo funciona como networking através de eventos abertos, que com a pandemia da covid-19 não foi possível realizar, promovem mentorias e agora estão com os eventos de forma online. No ano de 2020 foram realizados dois eventos, e, em breve irão realizar o TED que são para poucas empreendedoras, pois irá ocorrer de forma presencial, será transmitido ao vivo pelo Sound Club é semelhante ao youtube, foi idealizado pela Juliana Brites.  

 

O Empreendedorismo também é uma ação de empoderamento feminino, nos últimos anos as mulheres ainda lutam pela igualdade, principalmente no mercado de trabalho, buscando um ambiente em que as oportunidades oferecidas sejam igualitárias.

 

A Mary Help é uma franquia que oferece serviços domésticos para residências e para empresas, baseado no recrutamento, seleção e treinamento de profissionais e seu posterior agenciamento para a realização de diárias ou de contratos entre as partes. 
 

José Roberto Campelli, Fundador e Diretor da Franquia Mary Help. Afirma:

 

“Em 2011, ao ligar para todos os meus amigos atrás de uma indicação de diarista para fazer limpeza em minha casa, não tinha ideia que estava dando o primeiro passo para criar um negócio milionário. Após diversas tentativas não consegui indicação de ninguém. Procurei empresas que fizessem diárias em residências, mas só encontrei limpadoras que atuavam com clientes de grande porte. O resultado negativo nas buscas e o embasamento em pesquisas de mercado me mostraram um retrato do trabalho doméstico no Brasil e suas tendências. Então, a dificuldade para encontrar uma diarista, logo virou uma oportunidade e me inspirou a montar meu negócio”. 

 

Vislumbrando um mercado inexplorado, uma vez que o problema dele poderia ser o de milhares de outras pessoas, teve a grande ideia de criar uma empresa que aproximasse quem precisa de serviços domésticos de quem presta esse serviço. Isso tornaria mais fácil e segura a contratação dos serviços, além de ser vantajoso para os profissionais que conseguem se colocar no mercado e para a empresa que faz o agenciamento deles.

O objetivo era contratar com facilidade e praticidade uma ou mais diaristas sem precisar ter todo o trabalho e custos de encontrar e registrar uma empregada doméstica mensalista. Sem saber, Campanelli já enxergava a realidade de um futuro próximo, no qual as famílias brasileiras contratariam menos mensalistas e investiriam em diaristas.

A aprovação da emenda constitucional, PEC Das Domésticas em maio de 2013, (posteriormente regulamentada até setembro de 2015) e a crise econômica em 2014, que reduziu a renda das famílias, fez com que muitas pessoas optassem por dispensar trabalhadores domésticos mensalistas, contratando diaristas. Todo esse cenário refletiu no aumento no número de diaristas, cinco anos depois  em 2018, segundo o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), essas profissionais já respondiam por 44% da categoria, o equivalente a 2,5 milhões de profissionais.
 

“A Mary Help conta com 124 unidades espalhadas por todas as regiões do país, seu principal objetivo tem sido ser uma fonte de solução aos problemas do dia a dia para seus clientes. A franquia trabalha com ambos os sexos, mas há, naturalmente, uma forte predominância de pessoas do sexo feminino que são, historicamente, as mais ligadas aos serviços de cuidados com locais e pessoas. Existe um número muito grande de mulheres empreendedoras dentro da empresa, apoiadas ou não pelos respectivos maridos.  Apoiamos e incentivamos o crescimento do empreendedorismo feminino, pois entendemos que o crescimento do empreendedorismo feminino é uma tendência sem volta, principalmente nas microempresas.” - Reitera o Fundador da Franquia 

Entre os serviços de diaristas e mensalistas que é possível contratar além de faxineira, estão os de lavadeira, passadeira, cozinheira, copeira, cuidadores de idosos etc.
Recentemente a rede agregou mais três serviços: Limpeza e higienização de estofados, impermeabilização de estofados e tecidos e lavagem de tapetes. No agendamento, o cliente diz exatamente o que precisa e o número de horas que deseja contratar. Pioneira eu seu nicho, o modelo da Mary Help ainda acabou por influenciar outras empresas concorrentes que vieram depois.

 

“Em meio a pandemia, o maior desafio foi operar em meio à falta de informação sobre a doença, meios de prevenção e consequências (já que era algo novo para todos) e o medo das pessoas, tanto dos clientes ao contratar os serviços quanto das profissionais diaristas que precisavam trabalhar”.- Finaliza José Roberto Campelli.


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