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21/03/2021 às 19h38min - Atualizada em 21/03/2021 às 19h35min

​Suspeita de fraude em transferência de Pedro do Flamengo vira caso de polícia

Investigação busca saber detalhes da saída do jogador do Duque Caxiense para o Artsul em 2013

Cristian Moraes Rocha - Editado por Juan Camilo
Pedro comemora o título de campeão brasileiro de 2020. Foto: Alexandre Vidal/Flamengo

Pedro era a revelação do Campeonato Carioca sub-20 em 2013. Em dezembro, o atacante na época com 16 anos, já tinha marcando 20 gols com a camisa do pequeno Duque Caxiense, time da Baixada Fluminense

No mesmo mês, o treinador Gilberto Nascimento enviou um e-mail para a FERJ (Federação de Futebol do Rio de Janeiro), com o pedido de remoção de Pedro do clube. Com o sinal positivo da Federação, o jogador foi contratado sem custos pelo Artsul, também da Baixada Fluminense

Na negociação, o Artsul ficou com uma parte dos direitos econômicos de Pedro. Pouco tempo depois, Cristiano da Costa Pereira, que era vice-presidente do clube, se tornou o empresário do atleta junto de Marcio Coutinho dos Santos

Em junho de 2014, Pedro foi anunciado como reforço do Fluminense, sem ter jogado uma partida pelo Artsul. Entretanto, em dezembro de 2020, o Flamengo comprou o atacante da Fiorentina por 14 milhões de euros, na cotação atual, 90 milhões de reais. E o Artsul vai receber nove milhões desse valor. Após ficar sabendo disso, o presidente do Duque Caxiense, Carlos Roberto Silva, entrou com um pedido na Delegacia de Defraudações por acreditar que a saída do jogador do clube foi ilegítima. 

O atacante Pedro apareceu no futebol pelo Fluminense, e hoje está no rival Flamengo. Foto: Thiago Ribeiro/AGIF

No domingo passado (14), o Esporte Espetacular mostrou que o Pedro está envolvido em outro caso na mesma delegacia. O Bangu foi incluído no histórico de formação do jogador, mesmo sem ele nunca ter pisado em Moça Bonita, como o próprio atleta afirmou a polícia. 

Com isso, o alvirrubro recebeu 200 mil reais da Fiorentina como clube formador do atacante. E a equipe pode receber mais 400 mil do Flamengo, que fez o pagamento do mecanismo de solidariedade em seis vezes, essa bonificação foi criada pela Fifa para incentivar a formação de atletas. 

Sobre a transferência de Pedro para o Artsul, a Delegacia de Defraudações investiga um e-mail assinado por um treinador e enviado a Ferj com o assunto de liberar um atleta, e como a negociação apareceu no BID (Boletim Informativo Diário da CBF) no dia 4 de dezembro, se o pedido do técnico foi feito no dia 5. 


A mãe de Pedro, Maria Cristina Gomes de Abreu, admitiu em depoimento que após o jogador sair do Duque, ela recebeu 80 mil reais de empresários que ainda cuidam da carreira dele, e repassou parte desse valor a Gilberto, ex-treinador do clube da Baixada Fluminense

Ela disse que deu 50 mil reais a Gilberto por vontade própria, como agradecimento a tudo que ele fez ao filho dela. Também em depoimento, o ex-treinador negou ter recebido dinheiro pela saída de Pedro

Os empresários foram outros a negar terem feito pagamentos a família e ao ex-treinador do jogador. Em nota oficial, a Ferj informou que tudo foi feito de maneira legal e que vai prestar informações a justiça. Caso for concluído que existiu estelionato e falsificação de documentos, os acusados poderão cumprir de dois a seis anos de prisão. 


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