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02/04/2021 às 11h11min - Atualizada em 02/04/2021 às 10h34min

"Mais de 40 milhões de pessoas se prostituem atualmente" - Aponta estudo realizado na França

No Brasil, os profissionais do sexo são reconhecidos pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) como uma profissão por meio da Classificação Brasileira de Ocupações (CBO)

Por Ynara Mattos - Editado por Maria Paula Ramos
Patrícia Souza (Psicóloga) e Tatiana Madalon (Médica Ginecologista)
Foto: Rafael Neddermeyer/ Fotos Públicas

De acordo com um estudo realizado pela fundação francesa Scelles, divulgado em janeiro de 2012, pela BBC News, aponta que mais de 40 milhões de pessoas se prostituem atualmente. A grande maioria (75%) são mulheres com idades entre 13 e 25 anos. O relatório analisa o fenômeno em 24 países, entre eles França, Estados Unidos, Índia, China e México e diz que o número de pessoas que se prostituem pode chegar a 42 milhões no mundo. O estudo revela ainda que 90% delas estão ligadas a cafetões.

 

A prostituição é um ato que consiste em vender seu corpo, oferecer satisfação sexual em troca de ser remunerado, o ato de se prostituir está diretamente ligado e relacionado à exploração sexual. Entretanto, no Brasil, por incrível que pareça essa ocupação é reconhecida pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) como uma profissão por meio da Classificação Brasileira de Ocupações (CBO)

 

Patrícia Souza, psicóloga, explica que não existe um fator psicológico que faça com que as mulheres/garotas escolham seguir por esse caminho. “ Não existe um fator predominante que influencia na hora da escolha, segundo pesquisas algumas mulheres escolhem esse caminho por necessidade, outras porque gostam, cada mulher vai ter sua motivação individual. Porém, essa escolha pode trazer alguns prejuízos na vida emocional da pessoa. Mas, cada um tem uma vivência individual em relação a essa escolha profissional, não necessariamente todo mundo que escolher esse caminho terá problemas emocionais, isso vai depender muito da forma com que cada profissional lida com essa escolha e o peso que tem na vida particular.”

 

Uma garota de programa que vende seu corpo não por prazer, mas sim, pelo dinheiro. Pode ter sua auto estima afetada “Pode influenciar nos sentimentos ruins, principalmente o sentimento de culpa, pois a profissional passa por situações constrangedoras que leva ela a sentir culpa, medo, insegurança, incerteza do futuro, podendo sim, fazer com que essa profissional do sexo tenha algumas doenças emocionais como a depressão e ansiedade.” - Reitera Patrícia

 

Segundo o site Feminisn Is The New Black O crescimento da indústria do sexo é muitas vezes associada a independência da mulher, visto como uma forma de trabalho como qualquer outra. Segundo a Treasures, organização americana criada em 2003, que visa proteger e informar mulheres que trabalham na indústria do sexo, entre 66% e 90% das mulheres desta indústria foram abusadas quando crianças, e a taxa de desenvolvimento de síndrome de stress pós-traumático delas é equivalente aos de veteranos de guerras no EUA. 



Principais riscos à saúde da mulher:

Hoje em dia se entende como saúde da mulher o conceito de “estado de completo bem- estar físico, mental e social e não apenas a ausência de doença ou enfermidade. O corpo da mulher não é mais visto somente pela sua função reprodutiva e a maternidade, seu principal atributo, e sim para que a pessoa possa ter uma vida sexual segura e satisfatória, tendo a capacidade de reproduzir e a liberdade de decidir sobre quando e quantas vezes deve fazê-lo.” Quando se pensa em mulheres que possuem vários parceiros sexuais, não podemos deixar de pensar nas infecções sexualmente transmissíveis (IST). São infecções causadas por vírus, bactérias ou outros micróbios que são transmitidos, principalmente através de relações sexuais, sem o uso de preservativo, com uma pessoa que esteja infectada. Portanto, quanto maior o número de pessoas com quem se mantiver relações sexuais, maior a chance de se relacionar com pessoas que tenham alguma IST. 

 

“As principais IST 's, conhecidas antigamente como doenças venéreas, são: herpes genital, sífilis, infecção por Papilomavírus Humano (HPV), hepatites virais B e C e a infecção pelo HIV. São doenças que, quando identificadas precocemente, são de fácil tratamento, melhorando a qualidade de vida do paciente e interrompendo a cadeia de transmissão das infecções. No entanto, quando não tratadas adequadamente, podem causar sérias complicações incluindo a doença inflamatória pélvica (DIP), tendo como consequência a infertilidade, a dor crônica, a gravidez ectópica, podendo causar a mortalidade materna associada e o câncer de colo uterino, pela íntima correlação dessa doença com alguns subtipos do HPV e pela imunodeficiência promovida pela infecção por HIV.” - alerta a Doutora Tatiana Madalon 

Um aspecto importante na saúde da mulher frente ao diagnóstico de ITS, é no impacto psicossocial causado pela doença. Destaca-se o medo da morte e da transmissão às outras pessoas, além do receio de afastamento social e familiar que pode acontecer. Essas questões reforçam tabus, na direção da marginalização da mulher frente ao seu papel social e seu bem estar. O diagnóstico provoca na mulher um estado de completa desorganização de seu mundo interno e externo, e por diversas vezes por não serem assistidas por profissionais e serviços de saúde da maneira correta, não conseguem se adaptar à nova realidade, levando a quadros depressivos que, quando não tratados precocemente, podem se agravar. 

Assim, a prevenção e controle das IST´s devem ser considerados como uma prioridade para a promoção da saúde reprodutiva, especialmente entre as mulheres.



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