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05/04/2021 às 14h59min - Atualizada em 05/04/2021 às 11h39min

Soul: viver como propósito

animação traz uma divertida reflexão sobre o sentido da vida

Nadiane Santos - revisado por Jonathan Rosa
Pôster de divulgação do filme Soul. (Foto: Reprodução/ Disney /Pixar)

Soul é uma animação da Pixar com duração de 1h e 40 min, lançada em 25 de dezembro de 2020, nos cinemas e na plataforma de streaming da Disney. O longa foi um sucesso de bilheteria e conta com direção de Pete Docter, o mesmo de “Divertida mente e “Monstros S.A”, trazendo, assim, marcas de estilo do diretor, como: propor reflexões sobre a vida a partir de um roteiro claro e com linguagem acessível para todas as idades.

O nome do filme é uma díade que reflete muito bem o objetivo da produção, visto que “Soul” significa alma em inglês, e também um gênero musical. Tendo como base essa dupla, a animação se torna uma experiência simples e meditativa entre o sentido
da vida e do trabalho a partir das vivências de um músico chamado Joe.


As cenas do filme foram realizadas em três cenários, e os personagens carregam consigo as características desses locais. Começando por Joe, que vive em Nova York e é apaixonado pelo jazz, ritmo originário dos Estados Unidos. Já os outros ambientes estão no além-vida, sendo esse dividido em dois: pré-vida, onde são formadas as personalidades dos que irão nascer, e o pós-vida, local que recebe aqueles que morreram. Tudo isso é organizado pelos Zés, administradores da vida e da morte.

Um dos pontos que mais chama a atenção no filme é, sem dúvidas, a quebra de expectativa que ocorre logo no início. Joe é um professor que viveu sempre à espera de uma oportunidade para tornar-se músico profissional. No entanto, morre nos primeiros minutos do longa, instantes após passar em uma audição para fazer uma apresentação musical ao lado de sua ídolo. Levado ao além-vida e insatisfeito com a situação, ele acaba fazendo uma amiga, a alma 22, a quem pede ajuda para retornar ao planeta.

Habitante de longa data do pré-vida, 22 é uma alma que tem dificuldade em escolher um propósito para a sua existência, algo necessário para poder nascer na Terra. Durante anos, ela teve diversos monitores que a apresentaram música, dança, culinária, dentre várias outras áreas. Todos sem sucesso. Sendo assim, ela é o total oposto de Joe, visto que esse sempre foi obcecado pela música.

Joe conhece a personagem 22 no pós vida. (Foto: Reprodução/ Disney /Pixar)

Juntos os dois passam por diversas situações desafiadoras, enquanto tentam realizar aquilo que acreditam ser importante para cada um deles. Nesse percurso, encontram também diversas pessoas que se tornam amigas, a exemplo dos Bispos sem Fronteiras, grupo de pessoas que levam de volta para a Terra as chamadas almas perdidas – Aqueles que estão vivos, mas imersos em preocupações e tristezas. Esse é um nítido incentivo para que não vivamos apenas aprisionados ao trabalho e a rotinas exaustivas, sem tirar nenhum tempo para fazer aquilo nos traz alegria.
 
Após uma longa jornada e uma série de contratempos, ao fim do filme encontramos um Joe e uma 22 bem diferentes do início. Ao longo da história ambos aprenderam um com o outro e agora tem uma nova noção do sentido da vida. Os personagens aprenderam que não é necessário viver apegado a um único objetivo ou missão de vida, pois mais importante do que isso, é aproveitar cada momento.
 
Soul é uma ótima recomendação de filme, principalmente nesses tempos de pandemia em que muito nos foi tirado. E que precisamos repensar os nossos hábitos e valores após uma situação difícil, assim como o Joe durante o filme. A animação é, portanto, uma bela metáfora de como é necessário viver cada momento e não ignorar o que gostamos ou as experiências do dia a dia, em prol de um futuro que nem mesmo temos certeza de que queremos.


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