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14/06/2021 às 11h04min - Atualizada em 11/06/2021 às 12h08min

Quem é a Infectologista que falou de ciência na CPI da covid-19?

“Estamos discutindo aqui uma coisa que não tem cabimento, é como se estivéssemos escolhendo de borda da terra plana a gente vai pular”, disse a infectologista Luana Araújo

Pedro Ferreira - Editado por Maria Paula Ramos
g1
Foto: Jefferson Rudy /Agência Senado
Luana Araújo, médica infectologista participou na última quarta- feira, (2) de junho, da comissão parlamentar de inquérito(CPI), que investiga a atuação do governo federal e governadores no enfretamento da covid-19. Sem politizar, durante suas falas a infectologista rebateu senadores de forma técnica.

Quem é Luana Araújo?
Luana mora região metropolitana de Belo Horizonte, em Minas Gerais, é médica especialista em doenças infecciosas pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), tem mestrado em Saúde Pública pela universidade Johns Hopkins, consultora de saúde pública para grandes organizações internacionais.

De acordo com o G1 ela aprendeu a ler e a escrever sozinha, aos 2 anos de idade, entrou na primeira série do ensino fundamental aos 5 anos. A mesma contou na CPI, que se formou no ensino médio aos 15 anos. Administra o blog Des-Infectando que, segundo a médica, “pretende responder a essas perguntas e esclarecer os mitos e as verdades sobre as doenças infecciosas e a saúde pública”, descreve.



Luana Araújo na CPI
O depoimento da médica na CPI chamou atenção por suas falas categóricas em defesa da ciência para o combate da pandemia.
“Eu não gostaria que minha participação ou eu fossem utilizados de forma diferente da minha participação técnica”, disse.
 
A médica é contra o tratamento precoce com uso de medicamentos que não tem eficácia comprovada cientificamente, pois segundo ela, não há nenhuma ferramenta farmacológica que possa ser utilizada de forma inicial que impeça a progressão da covid-19.
“Essa discussão é esdrúxula, delirante, anacrônica e contraproducente, ainda estamos discutindo aqui uma coisa que não tem cabimento, é como se estivéssemos escolhendo de borda da terra plana a gente vai pular”, relatou.  
 
Questionada pelo senador Eduardo Girão (Podemos-CE), Luana falou também sobre a situação da corrupção em meio uma pandemia.
“Corrupção mata, simples, corrupção rouba dinheiro de onde ele deveria ser investido, isso é uma resposta de uma cidadã”, ressaltou.
 
A politização da doença por parte dos governantes prejudicou as estratégias de combate a pandemia no Brasil. “Infelizmente por tudo que vem acontecendo por essa polarização esdrúxula, essa politização incabível os maiores talentos que a gente tem para trabalhar dentro dessa áreas não estavam exatamente a disposição para trabalhar nessa secretaria”, disse.

Nome negado no Ministério da Saúde


A especialista que é contra o tratamento precoce e defende o distanciamento social, foi indicada pelo Ministro da saúde, Marcelo Queiroga para assumir a Secretaria de Enfrentamento à Covid-19. No entanto seu nome foi negado por integrantes do governo federal.“Não me foi comunicada qual foi a razão pela qual a minha nomeação não foi aprovada, fui avisada que infelizmente essa nomeação não sairia”, afirmou à médica. Omar Aziz presidente da CPI, senador (PSD-AM) criticou o afastamento da secretária. O político disse que é inaceitável que o nome da profissional tenha sido negado.

 
“Inaceitável tendo mestrado e se formado numa das melhores universidades do mundo na área de saúde, seja vetada pelo governo”, ressaltou o político.

Sucesso nas Redes Socias
Luana ganhou mais de 44 mil seguidores no Instagram após depor à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da covid -19 no último dia (2) de junho. De acordo com o jornal Estado de Minas, antes de sua participação na comissão do Senado, a médica tinha cerca de 9 mil seguidores no Instagram. Às 18h, após a CPI o número já tinha aumentado drasticamente: 52.7 mil.
 

 
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