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02/09/2021 às 19h02min - Atualizada em 19/08/2021 às 14h14min

Afeganistão e Talibã: e como ficam as mulheres agora?

Entenda o que pode acontecer com os direitos das afegãs se o grupo islâmico continuar no poder

Karina Santos - revisado por Jonathan Rosa
Talibã apaga imagem de mulheres em muros do Afeganistão. (Foto/ Reprodução: Metrópole)

A tomada da capital do Afeganistão, Cabul, pelo grupo islâmico Talibã está trazendo medo para milhares de cidadãos afegãos. Esse movimento está acontecendo após os Estados Unidos terem retirado suas tropas do país. Muito embora o grupo tenha prometido anistia geral e respeito aos direitos das mulheres, a realidade não está sendo bem assim, e muitas coisas já mudaram desde que o Talibã retomou o poder.

O Afeganistão não está conseguindo lidar com essa situação e clama por ajuda de outros países. Enquanto isso, o Talibã age rigorosamente usando como base para suas atrocidades uma interpretação distorcida do Alcorão, que promove radicalismo religioso e acaba colocando toda população em risco.


Quem sofre mais com isso são as mulheres, que temem perder os poucos direitos conquistados em duas décadas de conflito. Hábitos considerados básicos como: aparecer na televisão, ir à escola, usar maquiagem e trabalhar podem voltar a se tornarem grandes desafios para mulheres afegãs.

Um exemplo da intolerância do Talibã com as mulheres é o da Malala Yousafzai, que foi vítima de um atentado por defender o direito das meninas de ir à escola em 2012. Entenda de fato o que pode mudar na vida das mulheres se o Talibã se manter no poder.

Mulheres na TV ou em público? Nem pensar!


Embora os principais canais continuem com suas transmissões, há uma grande diferença, o fato de não haver mulheres apresentando e sim, homens, clérigos islâmicos. O conteúdo também mudou, agora muitos canais têm transmitido em sua maioria, programas religiosos. Isso acontece em grande parte, por mulheres serem proibidas de trabalharem fora de casa, com exceção de poucas enfermeiras e médicas, e apenas em alguns hospitais. Como resultado, muitas imagens de mulheres em banners ou anúncios acabaram sendo removidas.

Fora das ruas

Mulheres só podem sair na rua se estiverem acompanhadas por um mahram, que seria um parente do sexo masculino, podendo ser irmão, marido ou pai. Isto porque essas mulheres são vistas como propriedades dos homens. A impressão que dá é que o mundo retrocedeu dois mil anos, mas isto é algo bem comum na religião islâmica. Inclusive, muitas mulheres não podem andar de bicicleta ou praticar algum esporte, só é permitido caso estejam acompanhadas pelos respectivos maridos.

Sem contato com homens

Já que as mulheres são vistas como propriedades dos maridos, fica proibido todo tipo de contato masculino que não seja com eles. Elas não podem rir alto porque algum homem pode ouvir sua voz, o que é proibido. Também não podem realizar negócios com comerciantes do sexo masculino e nem serem tratadas por médicos homens. Além disso, são proibidas de apertar a mão ou falar com homens e até mesmo de usar sapatos que fazem barulho para que nenhum homem a ouça.

Agressões em público

Na cultura islâmica são permitidas as agressões em público caso alguma mulher viole padrões de vestimentas ou tenha práticas consideradas inadequadas. O fato de não esconder o tornozelo ou alguma parte do corpo ou andar sem o acompanhamento de um homem pode levar a agressão física. Já as mulheres que forem pegas tendo relações sexuais fora do casamento, depem ser apedrejadas até a morte.

Sem vaidade

Na cultura islâmica a vaidade da mulher também é algo que deve ser do marido, então, são totalmente proibidas de usarem roupas com cores vibrantes, porque são consideradas sexualmente atraentes. Não podem usar produtos cosméticos, como maquiagem e verniz. Houve casos de mulheres que utilizaram verniz nos dedos e tiveram eles amputados. O uso da burca é obrigatorio, para que não seja mostrado nenhuma parte do corpo.


A realidade é que as mulheres não têm a menor importância para o Talibã, e servem somente para para reprodução, satisfação de desejo sexuais e trabalhos domésticos.
 
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