03/02/2022 às 22h57min - Atualizada em 03/02/2022 às 22h53min

Cazuza, o motivo do Brasil enxergar a Aids!

Em uma sociedade preconceituosa, falar abertamente sobre a Aids foi um desafio bem lidado por Cazuza

Vanessa Dall Alba - Editado por Larissa Bispo

Créditos/Reprodução: CTB

O poeta do amor, o rebelde exagerado ou o ídolo do rock nacional, assim era conhecido Cazuza, cantor que fez grande sucesso entre os jovens nos anos 1980.

O artista foi uma das vítimas da doença que mais assola o mundo, a AIDS. A suspeita de estar contaminado começou a surgir em 1985, contudo, o resultado positivo só foi confirmado em 1989.

Cazuza foi a primeira personalidade, na época, a se declarar como soropositivo, trazendo consigo à tona essa doença tão polêmica. "Não fazia sentido eu negar o vírus e minha posição liberal como artista", contou, na época, à Folha de São Paulo.

Mesmo fraco, o cantor não deixou a doença tomar conta de sua maior paixão: a música

Fonte: Veja

Sabendo que teria pouco tempo de vida, Cazuza dedicou ainda mais a sua paixão, a música. Entretanto, ao mesmo tempo que fazia shows, viajava até Boston para tratamentos de AZT, a única medicação existente para essa doença na época.

Cazuza ajudou a quebrar tabus e preconceitos contra o HIV

O preconceito era o principal motivo da falta de conhecimento sobre o vírus da Aids, ainda mais em uma sociedade que discriminava muito as pessoas soropositivas.

Ao falar publicamente sobre o HIV, o cantor foi responsável em criar a consciência e a luta contra a Aids. Além disso, foi por meio desse cantor que muitos infectados procuraram tratamento.

Após a morte de Cazuza, a sua mãe Lucinha, vendo a necessidade de ajudar crianças e jovens portadores dessa doença, criou o Instituto Viva Cazuza. Até hoje, todo o lucro das músicas escritas e cantadas pelo músico é revertido para essa instituição.

HIV: a epidemia que matou milhares no século XX

Segundo relatório anual da Unaids da Nações Unidas, estima-se que cerca de 37 milhões de pessoas, em todo o mundo, vivem com esse vírus. Contudo, apenas 55% sabem que estão contaminadas.

No Brasil, os números de pessoas contaminadas com HIV é de 735 mil. Essa estimativa tem apenas como base pessoas em tratamento. Portanto, esse número pode ser ainda maior.

Em 2006, a Aids matou mais de 25 milhões de vítimas, tornando-se a segunda doença infecciosa que mais matou pessoas no mundo todo, perdendo apenas para a tuberculose. Diferentemente do HIV, a tuberculose tem cura.

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