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16/02/2022 às 11h56min - Atualizada em 14/02/2022 às 18h21min

Resenha I Anne Frank e Hannah Goslar tornam-se personagens de novo sucesso da Netflix

"Anne Frank: Minha melhor amiga" conta a história das duas jovens judias na época do Holocausto e está no top 10 do streaming

Giovanna Macedo - Revisado por Jéssica Meira
“Anne Frank: Minha melhor amiga” torna-se um dos filmes mais vistos da Netflix. (Foto: Reprodução / Fórum Nerd).
Uma das personagens mais famosas do Holocausto, a jovem judia Anne Frank, tem sua história contada novamente, porém sob o olhar de sua melhor amiga da época da Guerra: Hannah Goslar. A produção de origem holandesa, “Anne Frank: Minha melhor amiga”, é baseada na história real da amizade entre as duas judias e já está entre os mais assistidos da Netflix.

O filme gira em torno da vida de Hanneli “Hannah” Elisabeth Goslar (Josephine Arendsen), a protagonista que divide a história com sua melhor amiga, Anne Frank (Aiko Beemsterboer), ambas vivendo sob domínio nazista na Holanda. Com apenas 14 anos, as duas foram capturadas pelos alemães e levadas a um dos campos de concentração de Auschwitz.



A parte inicial fala sobre a amizade das jovens, que se conheceram na escola e viviam inseparáveis, preocupando-se com questões comuns ao cotidiano adolescente, como namoro ou a carreira do futuro. Sob olhar mais dramático, a obra do diretor Ben Sombogaart, nos leva no ritmo da história através de flashbacks de Hannah, que lembra dos dias felizes com a amiga enquanto vive a terrível experiência de ser prisioneira dos nazistas, juntamente a sua irmã de dois anos e seu pai, já em um anexo separado das mulheres.

A integridade dos fatos se dá a partir de um roteiro bem elaborado por Marian Batavier e Paul Ruven, que se basearam no livro “Memories of Anne Frank”, de Alison Leslie Gold, para construírem uma obra repleta de emoção e verdade. Uma das cenas mais emocionantes descritas no filme é o reencontro de Anne e Hanneli no muro que limitava os dois campos diferentes em que as amigas se encontravam. Nesse momento, Anne e sua irmã mais velha faziam parte de uma prisão mais rigorosa, onde dias depois morreram de inanição. Já, Hannah vivia em um campo com mais “privilégios”, porém similarmente cruel: a comida e água eram escassas e pessoas também morriam por doenças.


Dentre tantas produções disponíveis sobre a história da jovem famosa por seu diário, os produtores de “Anne Frank: Minha melhor amiga” revelaram sua criatividade em contar sobre sua vida em paralelo com outra tão relevante quanto: Hannah Goslar. No seu protagonismo, a melhor amiga de Anne mostra quão cruel foi o Holocausto para os não-arianos, e enfatiza o sonho e a fé dos judeus que os ajudaram a não desistir. Hoje, Hannah Goslar vive em Jerusalém, aos seus 93 anos, e logo após a libertação tornou-se enfermeira na Palestina, enquanto Anne, aos 15 anos faleceu, deixando seu legado e história através de seu diário, lido pelo mundo inteiro.

Embora cheio de emoções, a fotografia e os detalhes do filme deixam um pouco a desejar. Porém, o ponto de vista de Hannah sobre a ocupação nazista e as cenas alegres sobre a amizade das garotas ganham o coração de quem assiste. Filme para chorar, chocar-se e rir, também é sobre relembrar tempos cruéis que nunca mais devem voltar. “Anne Frank: Minha melhor amiga” é uma das obras que vêm em tempo propício para desmistificar todo pensamento desumano e antissemitismo que ganha cada vez mais força em 2022.

 
Trailer de "Anne Frank: Minha melhor amiga" dublado em português. (Reprodução: Trailers em Português - YouTube).

 

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