As eleições presidenciais que acontecem em outubro se consolidam como um dos eventos mais marcantes do ano de 2022, sendo palco de uma disputa acirrada entre os candidatos mais populares à presidência do Brasil: o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e Jair Messias Bolsonaro, atual chefe do executivo.
A partir da pesquisa realizada pelo BTG Pactual/FSB Pesquisa, indica haver um maior interesse por parte da população eleitora a respeito das eleições. Cerca de 69% dos entrevistados declararam que se consideram interessados ou muito interessados, 3% a mais que o levantamento anterior. Enquanto o índice de eleitores que se declararam pouco ou nada interessados diminuiu 6%, reduzindo a taxa de 23% para 17%, em um intervalo de 3 meses. Cerca de 200 pessoas foram ouvidas para essa pequisa.
No entanto, o contexto brasileiro possui atrelado em suas estruturas o estigma do déficit educacional, que engloba divergentes áreas, incluindo a compreensão sobre o conhecimento político em níveis básicos. A deficiência na educação política é um problema que produz efeitos diretos no resultado das urnas, visto que não compreendendo efetivamente as instituições que compõem os sistemas governamentais, o cidadão pode realizar escolhas de maneira equivocada.
Um dos exemplos mais comuns dessa atitude é quando candidatos a vereador utilizam de sua influência pessoal para conquistar a confiança dos eleitores, oferecendo benefícios individuais para a população, a chamada compra de votos.
Para evitar este tipo de atitude é que existem projetos como o de formação política administrado pelo Politize, uma organização da sociedade civil (OSC), que vem adquirindo espaço em variados estados, reunindo multiplicadores e embaixadores do projeto.
“Nossos valores se baseiam na disseminação do conhecimento como chave para o acesso ao poder político. A pluralidade como base que nos permite criar um todo (sociedade), a empatia que nos permite considerar o outro e suas necessidades e a humanização da política e o protagonismo que faz valer o conhecimento permitindo fazer parte ativa das transformações que queremos em nossas comunidades locais, cidades e país”, explica Adriana Ribeiro, da Embaixada do Politize de Juiz de Fora/MG.
Campanhas realizadas pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), estimulando a retirada do título durante a chamada “Semana do Eleitor” e o auxílio de figuras públicas, como, Anitta, Julliete, Luisa Sonza, entre outros famosos, fez com que houvesse um aumento de 42,7% de eleitores facultativos, reafirmando a importância das plataformas digitais para fortificação da cidadania.
Com o aumento dos jovens interessados, discussões a respeito da garantia de uma educação política presente na grade curricular das escolas foram intensificadas, trazendo opiniões divergentes a respeito dessa iniciativa.
Mas, “é importante entender que, de acordo com a Constituição de 1988, é direito do cidadão a educação para o pleno desenvolvimento da pessoa e seu preparo para o exercício da cidadania, assim também essa predisposição dialoga diretamente com as diversas competências da Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB) que possibilita a inclusão das temáticas sobre a cidadania."