Após quatro anos, o Brasil volta a integrar a União das Nações Sul-Americanas (Unasul). O decreto nº 11.475/2023, que oficializa o retorno do país ao bloco, foi publicado no Diário Oficial da União no dia 6 de abril e começará a valer a partir do dia 6 de maio. O Brasil deixou o grupo em 2019 durante o governo de Jair Bolsonaro.
O ministro das Relações Exteriores da Argentina, Santiago Cafiero, anunciou a volta do país à Unasul também no dia 6 de abril. Atualmente, a organização é formada por Bolívia, Guiana, Suriname e Venezuela.
A retomada do bloco e a integração regional foram um dos pontos abordados pelo presidente Lula em seu discurso de posse. “Nosso protagonismo se concretizará pela retomada da integração sul-americana, a partir do Mercosul, da revitalização da Unasul e demais instâncias de articulação soberana da região", disse o gavernante na ocasião.
Qual o objetivo da Unasul?
A Unasul foi criada em 2008 a partir de um tratado assinado por todos os 12 países sul-americanos com o propósito de promover a integração do continente em diversas áreas, como é possível ser lido no acordo: “construir, de maneira participativa e consensuada, um espaço de integração e união no âmbito cultural, social, econômico e político entre seus povos, priorizando o diálogo político, as políticas sociais, a educação, a energia, a infraestrutura, o financiamento e o meio ambiente, entre outros, com vistas a eliminar a desigualdade socioeconômica, alcançar a inclusão social e a participação cidadã, fortalecer a democracia e reduzir as assimetrias no marco do fortalecimento da soberania e independência dos Estados.”
Ao longo do tempo, a organização veio perdendo força e parou de organizar a Cúpula de Chefes de Estado e Governo. Além disso, devido a discordâncias, não elegeu um Secretário Geral. Em 2018, a sede de bloco foi fechada e a Colômibia anunciou a saída da Unasul. Desde então, países como Argentina, Brasil, Chile, Equador, Paraguai e Peru também deixaram o grupo.