Lab Dicas Jornalismo Publicidade 728x90
24/04/2023 às 22h04min - Atualizada em 24/04/2023 às 21h41min

100 dias da governadora de Pernambuco, Raquel Lyra

Documento de quase mil páginas é entregue ao Ministério Público do Estado de Pernambuco, Tribunal de Contas do Estado e da Assembleia Legislativa de Pernambuco.

Maria Eduarda Alcantara da Silva - Editado por Bruna Nunes
Governadora Raquel Lyra (Foto: Hesíodo Góes)
Os tradicionais 100 dias da gestão Raquel Lyra (PSDB) no Governo do Estado de Pernambuco chegaram e pode-se começar a fazer uma análise de todo o trabalho feito, ou não feito, nesses primeiros meses de governo. Com o slogan “A mulher que Pernambuco quer”, a ex-prefeita de Caruaru se elegeu com mais de 55% dos votos válidos. Lyra iniciou o governo com, o que foi chamado pelos opositores, “exonerasso”. 
 

Um decreto logo no dia 3 de janeiro foi publicado exonerando todos os cargos comissionados de todas as secretarias e autarquias do governo estadual. A ação também revogou todas as licenças tiradas pelos servidores, o trabalho remoto e as cessões de servidores entre órgãos. Entretanto, a nova governadora voltou atrás no dia seguinte.

 

Um novo decreto modificou alguns pequenos pontos do anterior. No mais recente, somente o gozo das licenças foi suspenso e foi feita a inclusão da volta de funcionários cedidos da administração indireta, como da Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa). 

 

Outra medida, bastante controversa, tomada pela governadora logo nos primeiros 15 dias de trabalho foi o sancionamento da lei de aumento do seu salário, da vice-governadora, dos secretários e dos deputados estaduais. Apesar do aumento ser de R$ 9 mil para  R$ 22 mil, a governadora escolheu manter o seu salário de procuradora estadual, ainda que não exerça o cargo há mais de 15 anos. 

 

No início de fevereiro, segundo mês de governo, começaram a circular vídeos de denúncias de estudantes sobre casos de merendeiras que estavam trabalhando apenas meio turno por falta de pagamentos de salários. A denúncia foi reforçada pelo Sindicato dos Trabalhadores em Empresa de Asseio e Conservação, Limpeza Urbana, Locação de Mão de Obra, Administração de Imóveis e Edifícios Residenciais e Comerciais do Estado de Pernambuco (Stealmoaic), a qual alegou que cerca de 20 mil terceirizados da Secretaria de Educação do Estado estariam sem receber os salários referentes ao mês de janeiro.

 

Segundo o presidente da Força Sindical e vereador do Recife, Rinaldo Júnior, a entidade teve que entrar com uma ação de Pedido de Investigação ao Ministério Público do Trabalho para que as empresas terceirizadas e o Governo do Estado possam resolver a questão. Enquanto isso, os funcionários, sem receber, resolveram diminuir a carga horária de trabalho como forma de protesto para pressionar o Governo a pagar os salários.

 

Em comunicado no dia 2 de março, o governo respondeu que os pagamentos estão sendo realizados dentro da normalidade e que abriu um processo administrativo caso as empresas descumpram os contratos, como pagamento em dia de salários e benefícios.  

 

Por fim, no último dia 10 de abril chegou a tão esperada data de 100 dias de governo.

Para marcá-lo, Raquel Lyra fez uma pequena cerimônia com a presença de todos os secretários para exibir o Livro Azul, d
ocumento de quase mil páginas que foi entregue ao Ministério Público do Estado de Pernambuco, Tribunal de Contas do Estado e da Assembleia Legislativa de Pernambuco. Segundo a tucana, o diagnóstico produzido neste primeiro trimestre "tem o objetivo de servir como instrumento de gestão: na prática, trata-se de um ponto de partida para se fazer as mudanças que o Estado precisa."

 

No evento, ela também rebateu as críticas que vem sofrendo recentemente: “A gente tem compromisso, time e gestão e vamos construir um estado de Pernambuco com ousadia, criatividade e eficiência." De acordo com o governo, foi registrado um déficit primário de R$ 567 milhões no ano passado.

 

Link
Tags »
Notícias Relacionadas »
Comentários »