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29/06/2022 às 13h17min - Atualizada em 16/06/2022 às 16h39min

A conflituosa relação da pichação, pixação e o Grafite

O que cada uma representa no mundo das artes?

Marcela Conrado - Revisado por Flavia Sousa
Espaço abandonado com escritos e desenhos. (Foto: Reproduçã / pixabay)

Existem boatos que durante o Império Romano foram identificados indícios de grafite. E o que hoje é considerado grafite surgiu, originalmente, nos Estados Unidos, por volta da década de 70, no mundo do Hip Hop, Break, MC’s e DJ’s. Há décadas, o ambiente artístico é envolvido pelas intensas discussões sobre as artes de rua. A pixação, por várias vezes, é alvo de críticas e até mesmo investigações policiais.
 
Por muito tempo, essa expressão foi, severamente, condenada pela sociedade e associada à criminalidade. E com as mudanças nas configurações artísticas, o grafite e a pixação se fixam cada vez mais como um movimento importante no imaginário social. O ponto é que esses trabalhos se entrelaçam, elas estão originalmente envolvidas com a arte de rua. O grafiti em um momento conseguiu se consolidar como arte, a pichação se tornou uma prática criminosa e a pixação tem um caminho estreito sobre sua aceitação.  
 
Grafite, pichação e pixação

O grafite tem uma ligação forte com a arte e já existe um grande movimento com artistas em toda parte do mundo. Ele já é considerado uma forma significativa de arte, isso porque, com o passar dos anos surgiram inúmeras manifestações no meio. O grafiteiro, hoje, já adquiriu o status de artista plástico.

Já a pichação é uma prática criminosa, associada ao vandalismo e a depredação de cidades. É considerada crime, pela Lei de Crimes Ambientais que pode ocasionar penas de detenção de três meses a um ano e multa.São desenhos ou escritos feitos em lugares proibidos, em sua maioria, espaços privados.

No que confere a pixação, ela vem como uma tentativa de subtrair a natureza negativa diecionada a pichação, há uma grande discussão se essa prática é criminosa ou uma nova forma de arte. O termo surge para representar o movimento de pessoas que tem um modo diferente de pintar dos grafiteiros. As pixações são trabalhos com uma expressão mais fechada e quase que incomunicável, elas carregam mais significado para o grupo que as produzem. Por essa dimensão misteriosa, acabam sendo incompreendidas pela a maioria do público que as consomem.
 
Alguns artistas

Gustavo e Otávio Pandolfo, osgemeos, são grafiteiros e trabalham em grandes produções juntos. Desde pequenos, nas ruas de São Paulo, encontraram na arte uma forma de compartilhar seus talentos com o mundo. Suas criaçoes são feitas sempre em conjunto, se consideram o complemento um do outro.

 


 

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O capixaba Ronaldo Gentil, usa da pixação como expressão artística. O artista pinta há 15 anos, e já expos seu trabalho em uma das principais instituições culturais brasileiras, o Museu da Língua Portuguesa. E em 2019, participou de um projeto nacional que visa a valorização da pixação, o qual ampliou a visibilidade de seu trabalho.

 


 
 

Pixação também é arte?

Todo esse processo traz à tona outros questionamentos, o que seria arte? Há muito tempo, a classe artística é regida por uma parcela de artistas que ditam o que é ou não considerado arte. Ao longo dos anos, o tema foi discutido entre todas as esferas culturais, não apenas em relação às artes de ruas, mas também, novas expressões artísticas que tem surgido.
 
Um dos motivos pelo qual a pixação não é considerada arte, é pelo fato de sua interpretação ser carregada de vazio por boa parte consumidores. Mas, não quer dizer que a carga artística e social não exista. O pixo, é o meio que os jovens de periferia encontraram para ocupar os centros urbanos. Suas criações são baseadas nas vivências da população jovem.  
 
Para alguns profissionais, os grafites novaiorquinos podem ser igualados as pixações brasileiras, por sua incompreensível leitura, sendo esse um dos principais valores compartilhados pela arte, o esvaziamento. Atualmente, boa parte da comunidade artística encara a pixação, como uma representação da cultural. E cada vez mais tem crescido movimentos que visam valorizar e reconhecê-la como parte relevante do imaginário artístico.
 
Cada vez mais, os chamados pixadores tem se inserido, fortemente, no mundo das artes. Mas, isso não significa que o grupo queira ser considerado como ‘artistas’ ou suas criações como ‘arte’, para eles, seu trabalho não tem que se enquadrar em um padrão que tem ser identificado como uma expressão artística. 


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