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29/08/2022 às 16h46min - Atualizada em 29/08/2022 às 16h46min

Por que os jovens ainda se sentem desinteressados pela política?

Após a baixa adesão e engajamento de jovens no campo político, cientistas propõem formas de atrair esse eleitorado mais novo

Heron Enzo - Editado por: Eduardo V. Schmitt
Crédito: Reprodução\Site Jeso Carneiro.
O período eleitoral em uma democracia, é o momento em que a população pode expressar sua voz, seus desejos e vontade por meio do voto. No Brasil, se vive uma democracia representativa, onde o povo elege os candidatos pelo voto direto e escolhe aqueles que são os mais aptos para representá-los.

Todos os dias o Brasil é canhoneado com notícias de corrupção, escândalos e burocracias, o que, de certa forma, acaba afastando os jovens do campo político.

Em 2016, três em cada dez jovens votaram nas eleições municipais. Já no pleito de 2018, apenas dois em cada dez jovens tiveram participações na votação presidencial. Esses números demonstram o real desinteresse da juventude brasileira. Mas afinal, qual é o motivo dessa baixa participação política? Falta de conhecimento, representatividade, frustração?.

Segundo a estudante Beatriz Leite, “O que [me] frusta na política são os próprios eleitores que não sabem respeitar as opiniões distintas. Os escândalos de corrupção também são responsáveis pelo meu desinteresse na política.”

Beatriz também acredita, que a falta de ensinamento sobre política nas escolas é responsável  por este cenário.

“Por não ser tão abordado dentro da escola, que de fato é um ambiente com um alcance gigantesco, por estarmos grande parte do nosso dia dentro da instituição e mesmo assim não ser retratada a política, se tornou cada vez mais distante o meu interesse.”


O cientista político Rodolfo Marques, enfatiza que existem dois fatores para os jovens se desinteressarem pela política. 

“A principal questão do jovem em relação à política está relacionado a dois aspectos:  primeiro é sobre a questão da representatividade, os jovens muitas vezes podem não se sentir representados pelos atores políticos, candidatos, partidos, coligações e agremiações. E o segundo ponto é um certo desencanto com a política que atinge a diferentes patamares e entre os jovens é maior pelo fato de não ter suas pautas atendidas ou priorizadas.”

Rodolfo acredita que seja possível modificar esse cenário de desinteresse: “O processo de socialização política no campo virtual e presencial, nos meios de comunicação, nos próprios ambientes escolares, então você pode ter a discussão dos grêmios estudantis ou mesmo o debate sobre a temática política nesse ambiente. No âmbito universitário, é mais comum esse tipo de debate, esse tipo de discussão, então eu vejo que ampliaram o debate entre os jovens nos ambientes tradicionais, nas mídias e nas plataformas digitais, pode ser um ponto importante porque em geral, o interesse pela política está ligado à informação, a compreensão de políticas públicas, na compreensão da prestação de serviços e a compreensão dos direitos, então acredito que seja a partir desses aspectos", finaliza ele.

 

Neste ano, o número de adolescentes aptos a votar dobrou desde 2018. Naquela epóca eram 1,4 milhão de votantes na faixa dos 16 e 17 anos (0,95% do total) e hoje há 2.116.781, representando mais de 1,3% do total do eleitorado nacional. De acordo com o TSE, o número de jovens de 16 e 17 anos prontos para votar cresceu mais de 51% em quatro anos.
 


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