A Escadaria é um espaço público como via de acesso para o centro histórico em Arraial d’Ajuda, localizada ao lado do Santuário de Nossa Senhora d’Ajuda. É chamada popularmente como uma das escadaria da santa e tornou-se um centro cultural a céu aberto recebendo manifestações artísticas como: sarau, poesias, beat box, freestyle rap e a atração principal, que são as batalhas de MC’s organizado por moradores da região e frequentadores do local.
A Escadaria Cultural tem programação semanal gratuita, no início contava com: “terça é delas” onde aconteciam atividades artísticas feitas principalmente por mulheres, “quarta do cinema” com exibição de filmes a céu aberto para comunidade, “quinta do trap”, “sexta do sarau” e "sábado Boom bap”, mas tiveram alterações e atualmente o “terça é delas” e o “quarta do cinema” não estão acontecendo. Nas quintas-feiras, a partir das 19:30 horas acontece a “batalha da escadaria” e aos sábados o “duelo de MC’s”. O sarau que ocorria na Escadaria Cultural acontece na conveniência Deck do Alto, também localizada no centro histórico de Arraial d’Ajuda, aos domingos a partir das 19 horas.
Imagem de divulgação do Duelo de MC’s. (Reprodução:@escadariaculturaldajuda - Instagram).
Recentemente a Associação Cultural Hip Hop d’Ajuda lançou uma rifa para arrecadação de fundos para manutenção dos projetos realizados na Escadaria Cultural, bem como manutenção dos equipamentos, limpeza e ajuda de custo para artistas da região se apresentarem na escadaria. Todos os projetos realizados pela associação na escadaria são gratuitos.
A Escadaria Cultural resiste através do auxílio de moradores, da comunidade que participa dos eventos e dos organizadores que são responsáveis pelos equipamentos e programação cultural.
O Hip Hop é um movimento artístico e cultural, possui um estilo musical popular de resistência, surgiu nos subúrbios de Nova Iorque na década de 1970. No Brasil, o Hip Hop ganhou força na década de 1980. Quarenta anos depois, o município de Porto Seguro localizado na região do sul da Bahia, foi o pioneiro no Estado ao reconhecer a cultura Hip Hop e suas manifestações artísticas como patrimônio cultural imaterial através da Lei Municipal nº 1629/21, a fim de ser preservado e promovido no âmbito municipal. Sendo um importante passo na caminhada para a luta contra a discriminação e exclusão da cultura Hip Hop, assim como informa em seu artigo quinto “Fica proibido qualquer tipo de discriminação ou preconceito, seja de natureza social, racial, cultural ou administrativa contra a cultura Hip Hop ou seus integrantes”. Como fortalecimento de uma cultura nascida na periferia, a lei em seu parágrafo único determina o incentivo de rodas culturais, através das instituições de ensino.
"O movimento é crescente no Brasil inteiro e que identifica tantos jovens, a gente achou interessante trazer essa realidade para o projeto de lei, até porque tem uma questão muito específica do Hip Hop, que é uma manifestação cultural que tem um estigma muito forte, então o reconhecimento como patrimônio cultural ele fortalece esse movimento, ele impede esse tratamento muitas vezes até violento do Estado de reprimir. Então, aqui a gente quis fortalecer e dar voz a esse movimento do Hip Hop", disse.
"O Hip Hop começou a ser introduzido aos poucos em eventos da prefeitura, inclusive na Festa da Santa que tiveram apresentações de Hip Hop com artistas locais no espaço da festa…Tiveram algumas situações semelhantes na Passarela do Descobrimento e a gente já conseguiu e está avançando bem no projeto de utilizar o Hip Hop como uma ferramenta educacional, como método pedagógico de trazer de volta os jovens, em especial os jovens dos últimos anos do ensino fundamental e médio porque tivemos uma evasão escolar muito grande por conta da pandemia", explicou.